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SP: Antigo comitê de covid vai auxiliar governo com varíola dos macacos

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e os coordenadores do antigo Comitê Científico, João Gabbardo e Paulo Menezes, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes - Sergio Andrade/Governo de São Paulo
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e os coordenadores do antigo Comitê Científico, João Gabbardo e Paulo Menezes, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes Imagem: Sergio Andrade/Governo de São Paulo

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 04h00

Antes nomeado Comitê Científico, o novo Conselho Gestor da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo vai assessorar o governo de São Paulo no combate a outras doenças além da covid-19 —como a recém-chegada varíola dos macacos. O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado ontem.

Segundo o secretário da pasta, David Uip, a pasta cuidará de medidas de prevenção e monitoramento, junto à Secretaria da Saúde, comandada por Jean Gorinchteyn. "[O primeiro caso de varíola dos macacos] era algo que nós esperávamos", disse ao UOL.

É a segunda reformulação do grupo de médicos que, antes de ser o Comitê Científico, já foi chamado de Centro de Contingência ao Coronavírus, logo após a chegada da pandemia ao estado.

"A proposta desse conselho é que auxilie o estado de São Paulo com relação a todas as questões de saúde pública, incluindo a varíola dos macacos", afirma Paulo Menezes, coordenador do grupo, cuja decisão mais recente foi a orientação de voltar a usar máscaras em ambientes fechados.

Com informação e sem pânico, diz médico

Sobre a varíola dos macacos, David Uip, que também integrava o antigo Comitê Científico no combate à covid-19, diz que não deve haver pânico e que, por enquanto, a ciência não espera uma evolução da doença na proporção do coronavírus.

"[Nosso objetivo] é divulgar a doença em forma de prevenção e estabelecer uma situação de informação e não de pânico. A covid é de transmissão respiratória de um vírus altamente infectante. A varíola não é assim. Ninguém espera que tenha uma evolução do tamanho da covid. Não é a expectativa neste momento", disse ao UOL.

De acordo com ele, a principal maneira de se prevenir contra a varíola é fazer um diagnóstico rápido, e seguir orientações médicas como evitar contato. A transmissão se dá por gotículas de saliva e até contato próximo, incluindo compartilhamento de roupas e lençóis de infectados.

Menezes, coordenador do conselho, afirma que a varíola dos macacos não requer medida de emergência e, por enquanto, não há recomendações específicas para a população.

"Exige monitoramento bastante intenso e discussão de medidas que podem ser utilizadas, como retomada da vacinação para varíola", diz ele. "Preocupa, mas não da forma como fizemos a pandemia, longe disso."

Integram o Conselho Gestor, além do próprio Uip e de Menezes, os médicos Carmino Souza, Carlos Magno Fortaleza, Ralcyon Teixeira, Benedito Lopes da Fonseca, Rodrigo Angerami, Esper Kallas, Eloísa Bonfá e João Gabbardo.