Testes de covid triplicam e positividade cresce 500% em um mês
O número de testes para covid-19 realizados em laboratórios particulares triplicou e a positividade dos exames aumentou 500% em um mês, aponta pesquisa da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), instituição que representa 65% dos laboratórios de diagnóstico do país.
De acordo com o levantamento, os laboratórios realizaram 47.803 testes entre os dias 1º e 7 de maio, quando 8.420 deram positivo. Ao longo do mês, tanto o número de exames quanto a positividade seguiram avançando até que, na semana entre 29 de maio e 4 de junho, 143.297 testes foram realizados, o triplo na comparação com a primeira semana de maio.
Já os exames com resultado positivo para covid cresceram em velocidade ainda maior, ao passar de 8.420 para 50.568 no período, uma diferença de 501%.
"O acompanhamento semanal voltou a ser feito pela Abramed após os casos começarem a aumentar, depois de terem apresentado queda em fevereiro", afirma a associação por meio de nota.
O último Boletim Infogripe Fiocruz também indica recrudescimento da pandemia ao informar que a covid-19 respondeu por 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) entre 1º e 28 de maio. Entre os casos de SRAG que evoluíram para óbito, 91,1% testaram positivo para covid.
"Os dados laboratoriais e por faixa etária mantêm o alerta de que o cenário de crescimento atual é decorrente de aumento nos casos de covid-19", diz o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Média móvel de casos cresce
A média móvel de casos no Brasil manteve a tendência de alta dos últimos 12 dias, com 35.271 ocorrências. Ontem (7), o índice variou 144% em relação a 14 dias atrás.
A média móvel é considerada por especialistas a maneira mais confiável para acompanhar o avanço ou o retrocesso da pandemia. O índice é calculado a partir da média de caos —ou de mortes—, dos últimos sete dias.
Todas as regiões do país seguem a tendência nacional de alta na média móvel de casos: Centro-Oeste (462%), Nordeste (108%), Norte (30%), Sudeste (144%) e Sul (89%).
O Distrito Federal e 23 estados acompanham o cenário nacional de alta, enquanto o Pará apresenta estabilidade de -6% e Amazonas tem queda de -33%.
Já a média móvel de óbitos voltou à tendência de estabilidade após dois dias em queda. Com 294 mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, ontem (7) o indicador ficou em 96. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
Três regiões do país seguem a tendência nacional de estabilidade na média móvel de mortes: Nordeste (-10%), Sudeste (-9%) e Sul (2%). Outras duas regiões têm queda: Centro-Oeste (-16%) e Norte (-25%).
Entre as unidades da federação, oito eão estáveis, 11 registram queda e sete apresentam alta.
O índice variou -9% em relação a 14 dias atrás. Se o valor fica acima de 15%, indica tendência de alta. Quando está abaixo de -15%, de queda; entre 15% e -15%, como hoje, significa estabilidade.
Nova onda?
Em nota, o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) afirma não ter "elementos para afirmar que estamos vivendo uma nova onda, mesmo considerando um aumento dos casos de forma significativa", mas afirma que medidas de proteção e vacinação "sempre devem ser incentivadas".
Uma nova onda de Covid já está declarada. O aumento na procura pelos exames são reflexo disso. Vale ressaltar que a média da positividade dos exames em laboratórios mantém-se ao redor de 35%."
Milva Pagano, diretora executiva da Abramed
Professora de medicina, a infectologista Joana D'arc Gonçalves lembra que a maioria das restrições sanitárias caiu no Brasil por decisão de estados e municípios, com abandono das máscaras em todo o país.
"Além disso, a transmissão de doenças respiratórias é mais alta no frio, porque as pessoas ficam mais próximas", diz a médica.
A especialista diz não acreditar no retorno das restrições sanitárias, mas espera que o poder público organize campanhas educativas em períodos sazonais, como em tempos de frio.
"O que temos em mãos é a vacina. É preciso focar nos mais vulneráveis", afirma a infectologista ao prever convivência longa entre humanos e a SARS-CoV-2.
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