Comitê de SP volta a recomendar uso de máscaras em locais fechados
O Comitê Científico de São Paulo, que assessora o governo estadual nas ações contra a covid-19, voltou a recomendar o uso de máscaras de proteção em locais fechados no estado. Desde março, o item de proteção é obrigatório só no transporte público e em unidades médico-hospitalares — com previsão de multa para quem não usá-lo nessas situações.
Em nota, a gestão do governador Rodrigo Garcia (PSDB) afirma que os cientistas do governo têm observado um crescimento no número de casos e hospitalizações, "sem crescimento de óbitos proporcional" — o que é atribuído à ampla cobertura vacinal no estado.
O comitê recomendou o retorno do uso de máscaras em estabelecimentos fechados sem caráter obrigatório, não modificando a legislação vigente em São Paulo da utilização apenas em ambientes hospitalares e no transporte coletivo"
Nota da Secretaria Estadual da Saúde
O grupo também orientou que os municípios intensifiquem a busca ativa de quem ainda não tomou a segunda e a terceira — e a quarta para os idosos acima dos 60 anos. Entre as recomendações está a importância da vacinação entre os adolescentes para a terceira dose, que começou a ser aplicada no estado ontem (30)", diz o texto, com referência ao reforço para jovens de 12 a 17 anos.
Desde o começo do ano, o comitê científico já apontava a preocupação de que o fim da obrigatoriedade das máscaras gerasse um sentimento de fim da pandemia na população e um afrouxamento de medidas de prevenção.
O secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, afirmou que o grupo técnico da pasta se reunirá amanhã (1º) para definir se a capital paulista segue ou não a recomendação do estado. O encontro vai ocorrer a pedido do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
"Vamos pegar os dados da semana e avaliaremos", disse Zamarco à reportagem.
Incremento de casos e internações
Ao UOL o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que não há motivo para tornar o uso obrigatório da máscara.
Há um incremento do número de casos e internações, mas vêm de forma distante do que enfrentamos em relação à segunda onda de contaminações e ao ano de 2022. Frente ao aumento de casos e às baixas temperaturas, há uma recomendação para uso de máscaras em locais fechados"
Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde
O secretário citou dados de internações em UTI. Segundo Gorinchteyn:
- No pico da segunda onda, em abril do ano passado, o estado registrou um o teto de 13.150 internados em UTIs de hospitais.
- Durante o surto da variante ômicron, no começo de janeiro deste ano, São Paulo chegou a ter 4.084 internados em leitos intensivos.
- Hoje, há 777 internados na UTI.
Hoje, foram registrados 8.421 casos de covid-19 no estado e 43 mortes pela doença, aponta o sistema da gestão paulista.
O número de casos registrados aumentou 84% nas últimas duas semanas, ainda conforme os dados do governo estadual. A média diária de novos registros na semana passada chegou a 4.830, contra 2.622 da semana anterior.
Flexibilização de seu em etapas
O governo paulista publicou um decreto tornando o uso de máscaras obrigatórios em maio de 2020, logo após a chegada do coronavírus no Brasil.
O uso do item de proteção foi sendo flexibilizado, por etapas, desde março deste ano, após o comitê avaliar que os dados de covid no estado apresentavam estabilidade. Primeiro, a liberação valia apenas para locais abertos, como o UOL antecipou na ocasião. No dia 17 de março, o então governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou que a máscara não era mais obrigatória mesmo em ambientes fechados.
Durante o período em que o item de proteção era obrigatório, havia a previsão de multa para pessoas e estabelecimentos que não respeitavam a medida —o valor variava de R$ 552,71 para pessoas físicas até R$ 5.294,38 para estabelecimentos comerciais. Hoje essa multa só pode ser aplicada em casos de desrespeito da regra vigente para transporte público (ônibus, trem e metrô) e unidades médico-hospitalares.
Aumento da taxa de transmissão no país
No país, a taxa de transmissão do novo coronavírus (Rt) voltou a romper o teto de segurança, indicando novo crescimento da doença. Cientistas consideram o número 1 como teto de Rt. Em 18 de maio, o índice estava em 1,25 — ou seja, quando cem pessoas contaminavam 125 —, segundo levantamento da Info Tracker, a plataforma de monitoramento da pandemia da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Já o número de mortos em decorrência da covid está estável no Brasil — entre ontem e hoje, foram 150 registros de mortes pela doença. Com isso, a média móvel de óbitos completou nove dias em tendência de estabilidade, segundo dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.