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Internações de pacientes com covid começam a cair em SP

Ainda alta, internações por covid começam a estabilizar-se em São Paulo - iStock
Ainda alta, internações por covid começam a estabilizar-se em São Paulo Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

02/12/2022 04h00

O surgimento de uma nova subvariante do coronavírus e a pouca adesão ao reforço das vacinas causaram um aumento na transmissão do vírus no Brasil em novembro. Mas depois de um mês com rápida alta de diagnósticos e hospitalizações, as internações no SUS (Sistema Único de Saúde) e em hospitais privados começam a se estabilizar em São Paulo.

"Os dados de internação apontam para estabilização na capital e Grande São Paulo, enquanto o interior se mantém em franca ascensão", confirmou ao UOL Wallace Casaca, um dos coordenadores da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia da USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).

Como o Ministério da Saúde não consolida os dados nacionais de internação, a Info Tracker colheu as informações da capital paulista, Grande São Paulo, Baixada Santista e interior do estado.

"Embora o número de internações comece a dar sinais de trégua na região Metropolitana, o atual patamar continua elevado", diz o especialista.

"A pandemia demanda atenção da população porque o vírus ainda circula com certa força e em razão da proximidade das festas de fim de ano", conclui.

E na rede privada?

O aumento das internações foi identificado pela rede privada ao longo de novembro. A boa notícia é que as hospitalizações começam a diminuir, embora ainda se mantenham em níveis preocupantes. Veja o que disseram ao UOL cinco hospitais particulares com unidade em São Paulo:

Albert Einstein: Os atendimentos respiratórios em UPAs do hospital caíram de 2.528 para 2.029 entre a semana terminada em 19 de novembro e a que acabou no dia 26. Já as internações, que eram chegaram a 64 no mesmo dia 26, caiu para 51, 17 em estado grave.

Sírio Libanês: No dia 30 de novembro, havia 44 pacientes internados, contra 56 há uma semana. "Em sete dias, caiu de 120 atendimentos para 99 no pronto-socorro."

Rede D'Or São Luiz: A rede não quantificou os internados, porque "cada estado há uma realidade particular", mas, "no momento, os números não estão indicando crescimento de casos", diz em nota.

As internações, atendimentos e a positividade nos exames de covid caíram no hospital alemão em novembro:

Internações:

  • 30/11: 33 pacientes (2 UTI)
  • 15/11: 44 pacientes (6 UTI)
  • 01/11: 12 pacientes (2 UTI)

Atendimentos:

  • Últimos 7 dias: média de 117 por dia
  • 2ª quinzena: média de 162 por dia
  • 1ª quinzena: média de 172 por dia

Exames positivos:

  • 2ª quinzena: 40,5%
  • 1ª quinzena: 49,7%

Hospital São Camilo: Na terça-feira (29), 29 pacientes estavam internados na unidade, "número que vem se mantendo nas últimas duas semanas". Apesar da boa notícia, no mesmo período do mês anterior haviam apenas oito internados.

Hospital Santa Cruz: Em 15 de novembro, 44 pacientes estavam internados com covid-19, seis deles em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). No dia 30, eram 33 pacientes, dois em UTI.

Internações por covid-19 aumentaram no último mês - Daniel Marenco/Folhapress - Daniel Marenco/Folhapress
Internações por covid-19 começam a cair
Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

Novas subvariantes do vírus

Uma das razões para o aumento de casos em novembro foi a chegada ao Brasil de uma nova subvariante do coronavírus. Depois do aparecimento da BQ.1, duas novas subvariantes foram identificadas esta semana em Santo André e São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo.

Confirmadas pela Faculdade de Medicina do ABC, as linhagens são derivadas da BQ.1, com mutações que dificultam o reconhecimento do vírus pelo sistema imunológico.

O que fazer agora? "Os vírus mudam, mas as recomendações são as mesmas: um dos vilões de transmissão são nossas mãos: sempre faça a higienização com álcool em gel ou sabão para diminuir a possibilidade de contaminação do ambiente e de se contaminar", diz a infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Rosana Richtmann

Recomendo aos mais vulneráveis usar máscara em transporte público, principalmente em horários de pico. Se algum familiar estiver sintomático no fim de ano, tenha o bom senso de respeitar os mais vulneráveis e evitar as festas."
Rosana Richtmann, infectologista