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Ultranacionalista empossado ministro da Defesa de Israel

30/05/2016 15h55

Jerusalém, 30 Mai 2016 (AFP) - O ultranacionalista israelense Avigdor Lieberman foi empossado ministro da Defesa nesta segunda-feira depois que a coalizão de Benjamín Netanyahu resolveu divergências que ameaçavam sua entrada no governo, indicou o partido do primeiro-ministro.

O Parlamento aprovou a nomeação de Lieberman por 55 votos a favor - em um total de 120 - contra 43, e uma abstenção. Os deputados restantes não participaram da votação.

Com a entrada de Lieberman, este governo é o mais direitista da história em Israel, de acordo com os especialistas. Lieberman, que os palestinos consideram uma "verdadeira ameaça" para a estabilidade regional, se encarregará do ministério que supervisiona justamente os Territórios Palestinos, ocupados por Israel há quase meio século.

Lieberman traz consigo cinco cadeiras parlamentares de seu partido "Israel Beitenu", permitindo que Netanyahu amplie sua frágil maioria de 61 para 66 cadeiras (de 120). Outra integrante do partido, Sofa Landver, foi empossada ministra da Integração.

Os dois novos ministros prestaram juramento, mas sem fazer discursos.

A manobra política de Netanyahu enfrentou nos últimos dias uma oposição inesperada de um dos membros da coalizão, o partido nacionalista e religioso "Lar Judeu", comandado por Naftali Bennet.

Bennet exigia a criação de um posto de adido militar no gabinete de segurança, que funciona como um conselho de ministros restringindo as decisões sobre questões mais estratégicas, como as guerras.

Para Bennet, tratava-se de assegurar que tais decisões impliquem a todo o gabinete e não a alguns poucos ministros, como ocorreu durante a guerra de Gaza de 2014.

O partido "Lar Judeu" afirmava que, se não fosse cumprida a sua exigência, iria se opor à posse de Lieberman e até mesmo provocaria votações antecipadas no Legislativo. Sem os oito votos de "Lar Judeu" no Parlamento, Netanyahu não tem maioria.

No domingo (29) se chegou a um acordo, como foi indicado em um comunicado pelo "Likud", partido do primeiro-ministro Netanyahu.

"A crise da coalizão terminou", acrescentou o texto.

O gabinete do governo aprovou nesta segunda-feira a nomeação dos novos ministros, que foram empossados de imediato pelo Parlamento, de acordo com o comunicado.

Conforme o término deste compromisso, os membros do governo, inclusive os dos partido de Bennet, receberão relatórios pessoais frequentes do conselheiro de Segurança Nacional, que depende de Netanyahu.

Este acordo será válido por um período de tempo determinado, durante o qual um grupo de especialistas examinará as maneiras de melhorar os procedimentos de informação a respeito de questões estratégicas dentro do Executivo.