Rajoy lidera, seguido por socialistas, nas legislativas da Espanha
Madri, 26 Jun 2016 (AFP) - O Partido Popular, do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy, ganhou as legislativas celebradas neste domingo na Espanha, com 32,68% dos votos, seguido pelos socialistas do PSOE, segundo dados oficiais parciais. O resultado é muito similar ao das eleições de dezembro.
Pesquisas de boca de urna divulgadas mais cedo davam o segundo lugar à coalizão de esquerda Unidos Podemos, que teria ultrapassado os socialistas.
Os espanhóis foram convocados às urnas pela segunda vez em seis meses para romper o bloqueio político na quarta maior economia da Eurozona, com um governo interino desde dezembro.
Os resultados oficiais, com mais de 90% dos votos apurados, apontam para uma grande fragmentação entre os quatro maiores partidos, como ocorreu em dezembro.
O PP conquista 136 das 350 cadeiras na Câmara dos Deputados, ficando longe da maioria absoluta necessária para governar sem alianças.
"Continuamos sendo a força política mais votada", comemorou a porta-voz do PP Andrea Levy em declarações à televisão pública TVE. O partido melhorou em relação às 123 cadeiras conquistadas nas eleições de dezembro.
O Partido Socialista Obrero Español (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, elegeu 86 deputados, conseguindo evitar a ameaça de que a coalizão radical Unidos Podemos tirasse deles a liderança da esquerda espanhola.
A Unidos Podemos, formada pelo partido antiausteridade Podemos e os eco-comunistas da Izquierda Unida, conquistou 71 cadeiras, como em dezembro.
Os grandes perdedores são os liberais do Ciudadanos, o outro partido emergente, que passaram dos 40 deputados eleitos em dezembro para 32.
Os socialistas resistemOs resultados indicam, portanto, uma nova e complicada rodada de negociações a partir de segunda-feira.
"Espero que façam melhor desta vez e sejam capazes de deixar de egoísmo e formar um governo", disse à AFP Justina Zamora, aposentada de 65 anos, após votar nos socialistas na província de Barcelona.
As legislativas de dezembro resultaram em um Parlamento muito fragmentado e provocaram o fim do bipartidarismo, com a entrada em cena de dois novos partidos, Podemos e Ciudadanos, que fizeram campanha com temas como o combate à corrupção e críticas à austeridade.
Liderado pelo carismático Pablo Iglesias, cientista político de 37 anos, e com o lema da mudança e da esperança, o Podemos, que nasceu em grande parte do movimento dos indignados, teve uma rápida ascensão.
Os dois partidos, ao lado do conservador Partido Popular (PP) e dos socialistas do PSOE, não conseguiram formar alianças após meses de negociações, o que obrigou a nova eleição convocada para este domingo.
Rajoy, de 61 anos, conseguiu voltar a ficar em primeiro lugar, defendendo seu balanço econômico.
Os conservadores, no poder desde 2011, afirmam que suas políticas conseguiram tirar a Espanha da prolongada recessão, com direito a um crescimento de 3,2% em 2015, mas com duras medidas de austeridade e com a reforma do mercado de trabalho.
A taxa de desemprego no país baixou seis pontos, embora continue sendo extremamente elevada, de 21% - a maior da Europa atrás apenas da Grécia.
Já Sánchez, de 44 anos, que durante semanas ouviu dizer que seria superado por Iglesias e seus aliados, resistiu no segundo lugar, apesar de ter fracassado em março ser nomeado como primeiro-ministro, contando apenas com o apoio do Ciudadanos.
A 'mudança' vai ter que esperarApós anos de cortes drásticos em políticas sociais, que fizeram a desigualdade disparar, muitos espanhóis confiavam em que uma vitória do Podemos, aliado a outras esquerdas europeias, conseguisse colocar em questão as políticas de austeridade que imperam na UE.
"Depois dessas eleições vai haver algo mais, continuará se consolidando uma nova transição, que a partir desta noite pode levar nosso país para outra direção", afirmou Iglesias ao votar no popular bairro madrilenho de Vallecas.
"Pablo, resistimos, continuamos em pé, agora é a sua vez, esperamos para unir nossas forças e poder mudar a Europa", afirmou em uma mensagem o seu aliado grego, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza.
Suas aspirações, no entanto, foram frustradas, e "a mudança" que tanto prometeram terá que esperar.
"Se esses primeiros resultados se confirmam, temos que dizer que não são muito bons (...) para a Espanha, na medida em que atrasam o processo de mudança política para nosso país", disse o porta-voz da Unidos Podemos, Íñigo Errejón.
Diante os desafios que surgem com a saída do Reino Unido da União Europeia, após o resultado do referendo britânico de quinta-feira, o PP se apresentou como uma garantia de "estabilidade".
Em um dia quente de verão e com as férias escolares já iniciadas, uma das principais incógnitas dessas eleições era a participação, que foi praticamente igual à de dezembro (73%).
Pesquisas de boca de urna divulgadas mais cedo davam o segundo lugar à coalizão de esquerda Unidos Podemos, que teria ultrapassado os socialistas.
Os espanhóis foram convocados às urnas pela segunda vez em seis meses para romper o bloqueio político na quarta maior economia da Eurozona, com um governo interino desde dezembro.
Os resultados oficiais, com mais de 90% dos votos apurados, apontam para uma grande fragmentação entre os quatro maiores partidos, como ocorreu em dezembro.
O PP conquista 136 das 350 cadeiras na Câmara dos Deputados, ficando longe da maioria absoluta necessária para governar sem alianças.
"Continuamos sendo a força política mais votada", comemorou a porta-voz do PP Andrea Levy em declarações à televisão pública TVE. O partido melhorou em relação às 123 cadeiras conquistadas nas eleições de dezembro.
O Partido Socialista Obrero Español (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, elegeu 86 deputados, conseguindo evitar a ameaça de que a coalizão radical Unidos Podemos tirasse deles a liderança da esquerda espanhola.
A Unidos Podemos, formada pelo partido antiausteridade Podemos e os eco-comunistas da Izquierda Unida, conquistou 71 cadeiras, como em dezembro.
Os grandes perdedores são os liberais do Ciudadanos, o outro partido emergente, que passaram dos 40 deputados eleitos em dezembro para 32.
Os socialistas resistemOs resultados indicam, portanto, uma nova e complicada rodada de negociações a partir de segunda-feira.
"Espero que façam melhor desta vez e sejam capazes de deixar de egoísmo e formar um governo", disse à AFP Justina Zamora, aposentada de 65 anos, após votar nos socialistas na província de Barcelona.
As legislativas de dezembro resultaram em um Parlamento muito fragmentado e provocaram o fim do bipartidarismo, com a entrada em cena de dois novos partidos, Podemos e Ciudadanos, que fizeram campanha com temas como o combate à corrupção e críticas à austeridade.
Liderado pelo carismático Pablo Iglesias, cientista político de 37 anos, e com o lema da mudança e da esperança, o Podemos, que nasceu em grande parte do movimento dos indignados, teve uma rápida ascensão.
Os dois partidos, ao lado do conservador Partido Popular (PP) e dos socialistas do PSOE, não conseguiram formar alianças após meses de negociações, o que obrigou a nova eleição convocada para este domingo.
Rajoy, de 61 anos, conseguiu voltar a ficar em primeiro lugar, defendendo seu balanço econômico.
Os conservadores, no poder desde 2011, afirmam que suas políticas conseguiram tirar a Espanha da prolongada recessão, com direito a um crescimento de 3,2% em 2015, mas com duras medidas de austeridade e com a reforma do mercado de trabalho.
A taxa de desemprego no país baixou seis pontos, embora continue sendo extremamente elevada, de 21% - a maior da Europa atrás apenas da Grécia.
Já Sánchez, de 44 anos, que durante semanas ouviu dizer que seria superado por Iglesias e seus aliados, resistiu no segundo lugar, apesar de ter fracassado em março ser nomeado como primeiro-ministro, contando apenas com o apoio do Ciudadanos.
A 'mudança' vai ter que esperarApós anos de cortes drásticos em políticas sociais, que fizeram a desigualdade disparar, muitos espanhóis confiavam em que uma vitória do Podemos, aliado a outras esquerdas europeias, conseguisse colocar em questão as políticas de austeridade que imperam na UE.
"Depois dessas eleições vai haver algo mais, continuará se consolidando uma nova transição, que a partir desta noite pode levar nosso país para outra direção", afirmou Iglesias ao votar no popular bairro madrilenho de Vallecas.
"Pablo, resistimos, continuamos em pé, agora é a sua vez, esperamos para unir nossas forças e poder mudar a Europa", afirmou em uma mensagem o seu aliado grego, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza.
Suas aspirações, no entanto, foram frustradas, e "a mudança" que tanto prometeram terá que esperar.
"Se esses primeiros resultados se confirmam, temos que dizer que não são muito bons (...) para a Espanha, na medida em que atrasam o processo de mudança política para nosso país", disse o porta-voz da Unidos Podemos, Íñigo Errejón.
Diante os desafios que surgem com a saída do Reino Unido da União Europeia, após o resultado do referendo britânico de quinta-feira, o PP se apresentou como uma garantia de "estabilidade".
Em um dia quente de verão e com as férias escolares já iniciadas, uma das principais incógnitas dessas eleições era a participação, que foi praticamente igual à de dezembro (73%).
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