Colômbia tem forte aumento de cultivo de coca e produção de cocaína (ONU)
Bogotá, 8 Jul 2016 (AFP) - O cultivo de coca e a produção de cocaína na Colômbia registraram um forte aumento no último ano, indicou a ONU nesta sexta-feira ao divulgar seu último relatório anual de monitoramento de cultivos ilícitos.
"Em dois anos o cultivo de coca duplicou" no país, passando de 48.000 hectares em 2013 para 96.000 hectares em 2015, informou em uma coletiva de imprensa o representante na Colômbia do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Bo Mathiasen.
De acordo com o relatório "Monitoramento de territórios afetados por cultivos ilícitos 2015", realizado em conjunto pelo UNODC e o governo colombiano, o aumento em comparação com o último relatório é de mais de 39%, passando de 69.000 hectares em 2014 para 96.000 em 2015.
"A Colômbia é o principal produtor na região", acrescentou Mathiasen, mencionando que o Peru e a Bolívia, os outros produtores da América Latina, totalizam juntos cerca de 60.000 hectares.
Em termos de potencial de produção de cocaína em 2015, o relatório também relata um aumento significativo no ano passado.
Mathiasen explicou que a produção de cloridrato de cocaína aumentou 46% no ano passado, somando 646 toneladas em comparação com 442 em 2014.
"Este crescimento foi fortemente influenciado pelo aumento da área cultivada", afirma o relatório.
Entre as causas do aumento dos cultivos, o representante da ONU mencionou fatores climáticos, problemas de vulnerabilidade nas populações que facilitam o trabalho dos grupos ilegais e redução da percepção de risco devido à suspensão da fumigação aérea.
O relatório também ressalta a ameaça que os cultivos de coca supõem para a diversidade biológica e cultural da Colômbia. Desse modo, revelou uma subida de 52% da superfície cultivada em reservas indígenas (de 7.799 hectares em 2014 para 11.837 em 2015) e de 51% em terras de comunidades negras (de 10.626 hectares para 16.030).
'Preocupante' para o governoEduardo Díaz, diretor da Estratégia Integral de Substituição de Cultivos Ilícitos da Presidência, destacou que este resultado coloca a Colômbia "em uma situação similar" à de oito anos atrás, quando havia 99.000 hectares cultivados de coca.
"O crescimento dos cultivos é um tema supremamente preocupante (...) porque havia uma tendência clara à diminuição", disse Díaz na apresentação do relatório.
O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, já tinha adiantado na véspera a inquietação do governo ante este significativo aumento dos cultivos de coca.
Além dos fatores mencionados pela ONU, o ministro atribuiu este fenômeno à incerteza ante a assinatura iminente do acordo de paz com a principal guerrilha do país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, marxistas), que fez do narcotráfico a sua principal fonte de renda, segundo as autoridades.
Os lavradores alcançaram uma maior produtividade nas suas colheitas e os grupos ilegais conseguiram organizar um protesto contra a erradicação forçada, disse Villegas.
O ministro afirmou que "uma vez assinado o acordo final com as FARC para o fim do conflito, estes temas de cultivos ilícitos devem começar a registrar progressivamente um melhor desempenho para nossas campanhas de substituição e erradicação".
A nova abordagem do governo em relação às drogas busca converter os guerrilheiros desmobilizados em aliados na luta antinarcóticos.
"Em dois anos o cultivo de coca duplicou" no país, passando de 48.000 hectares em 2013 para 96.000 hectares em 2015, informou em uma coletiva de imprensa o representante na Colômbia do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), Bo Mathiasen.
De acordo com o relatório "Monitoramento de territórios afetados por cultivos ilícitos 2015", realizado em conjunto pelo UNODC e o governo colombiano, o aumento em comparação com o último relatório é de mais de 39%, passando de 69.000 hectares em 2014 para 96.000 em 2015.
"A Colômbia é o principal produtor na região", acrescentou Mathiasen, mencionando que o Peru e a Bolívia, os outros produtores da América Latina, totalizam juntos cerca de 60.000 hectares.
Em termos de potencial de produção de cocaína em 2015, o relatório também relata um aumento significativo no ano passado.
Mathiasen explicou que a produção de cloridrato de cocaína aumentou 46% no ano passado, somando 646 toneladas em comparação com 442 em 2014.
"Este crescimento foi fortemente influenciado pelo aumento da área cultivada", afirma o relatório.
Entre as causas do aumento dos cultivos, o representante da ONU mencionou fatores climáticos, problemas de vulnerabilidade nas populações que facilitam o trabalho dos grupos ilegais e redução da percepção de risco devido à suspensão da fumigação aérea.
O relatório também ressalta a ameaça que os cultivos de coca supõem para a diversidade biológica e cultural da Colômbia. Desse modo, revelou uma subida de 52% da superfície cultivada em reservas indígenas (de 7.799 hectares em 2014 para 11.837 em 2015) e de 51% em terras de comunidades negras (de 10.626 hectares para 16.030).
'Preocupante' para o governoEduardo Díaz, diretor da Estratégia Integral de Substituição de Cultivos Ilícitos da Presidência, destacou que este resultado coloca a Colômbia "em uma situação similar" à de oito anos atrás, quando havia 99.000 hectares cultivados de coca.
"O crescimento dos cultivos é um tema supremamente preocupante (...) porque havia uma tendência clara à diminuição", disse Díaz na apresentação do relatório.
O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, já tinha adiantado na véspera a inquietação do governo ante este significativo aumento dos cultivos de coca.
Além dos fatores mencionados pela ONU, o ministro atribuiu este fenômeno à incerteza ante a assinatura iminente do acordo de paz com a principal guerrilha do país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, marxistas), que fez do narcotráfico a sua principal fonte de renda, segundo as autoridades.
Os lavradores alcançaram uma maior produtividade nas suas colheitas e os grupos ilegais conseguiram organizar um protesto contra a erradicação forçada, disse Villegas.
O ministro afirmou que "uma vez assinado o acordo final com as FARC para o fim do conflito, estes temas de cultivos ilícitos devem começar a registrar progressivamente um melhor desempenho para nossas campanhas de substituição e erradicação".
A nova abordagem do governo em relação às drogas busca converter os guerrilheiros desmobilizados em aliados na luta antinarcóticos.
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