Espanha passa pela pior crise política já vivida pelo país
Madri, 29 Set 2016 (AFP) - A Espanha atravessa uma das piores tempestades políticas de sua história moderna, sem governo há nove meses, a ameaça da Catalunha se tornar independente e a possibilidade de seu histórico partido socialista implodir.
A Espanha é dirigida desde o final de dezembro de 2015 por um governo em função muito limitado em suas competências.
O bloqueio começou nas legislativas de dezembro passado, quando o Partido Popular (PP, direita) chegou à liderança com 123 deputados dos 350 da Câmara Baixa, mas obrigado a buscar aliados por não contar com uma maioria necessária para governar.
Depois que os partidos não conseguiram acordos para formar um novo Executivo, o rei Felipe VI convocou uma repetição da votação em 26 de junho.
O PP aumentou para 137 seus deputados, mas a tentativa de posse de Mariano Rajoy fracassou ante a negativa de apoio dos deputados del PSOE, segunda força com 85 cadeiras, assim como do Podemos (esquerda), dos nacionalistas e separatistas.
Se não for formado um gabinete até 31 de outubro, serão convocadas novas eleições em dezembro, as terceiras em menos de um ano, algo nunca visto no país.
Divisões na esquerdaO PSOE, o partido mais antigo da Espanha com seus 137 anos, vive uma crise interna poucas vezes vistas. Pedro Sánchez, eleito pelas bases em 2014, enfrentou na quarta-feira a demissão em bloco de uma parte de sua equipe diretora, que buscava forçar sua saída.
Seus antagonistas, entre eles seis "barões", os poderosos dirigentes regionais do partido, jogam em sua cara os fracassos eleitorais sem precedentes nas legislativas de dezembro de 2015 e de junho passado.
Nas regionais na Galícia e País Basco de domingo, o PSOE cedeu terreno e foi ultrapassado pelos aliados do Podemos.
Os socialistas se mostram divididos quanto à estratégia a seguir frente ao bloqueio político na Espanha: uma parte da formação quer que o PSOE permita a Mariano Rajoy formar um governo e se fortalecer, enquanto que Sánchez jura que não entregará o Executivo aos conservadores.
O surgimento do partido de esquerda radical Podemos em parte explica a crise dos socialistas: a formação de Pablo Iglesias, criada em 2014, captou os votos dos eleitores socialistas decepcionados com uma direção que considera muito ligada ao poder estabelecido e implantou medidas de austeridade.
O Podemos não não se salva das divisões internas, entre um grupo mais moderado encabeçado pelo número dois, Íñigo Errejón, e outro radical, sob a batuta de Iglesias.
O também histórico partido ecológico-comunista Esquerda Unida está em crise, com uma parte da formação apostando numa fusão com o Podemos.
Aposta separatistaAlém de tudo isso, a Espanha enfrenta um separatismo acirrado pela crise econômica e a negativa de diálogo da direita, no poder desde o final de 2011.
Desde seu triunfo em setembro de 2015, os separatistas governam na Catalunha, uma região com 7,5 milhões de habitantes (46 milhões em todo o país) e que representa 20% do PIB nacional. Seu presidente, Carles Puigdemont, prometeu esta semana organizar um referendo sobre a independência em setembro de 2017, depois de instaurar as instituições do eventual novo Estado.
No País Basco, os partidos que reclamam mais autonomia são majoritários. Nas eleições de domingo, ficou em primeiro lugar o Partido Nacionalista Basco (PNV, conservador), que propõe uma "soberania compartilhada".
Economia convalescenteA Espanha recuperou o caminho do crescimento em 2014, depois de superar uma dura crise. Seu PIB progrediu 3,2% em 2015 e deve se manter neste nível em 2016.
Mas a quarta economia da zona euro sofre uma alta taxa de desemprego, de 20%, atrás apenas da Grécia na região. E enquanto a paralisia institucional ameaça impactar negativamente a econmia, a Espanha se encontra sob a ameaça de sanção da Comissão Europeia por seu déficit excessivo.
A Espanha é dirigida desde o final de dezembro de 2015 por um governo em função muito limitado em suas competências.
O bloqueio começou nas legislativas de dezembro passado, quando o Partido Popular (PP, direita) chegou à liderança com 123 deputados dos 350 da Câmara Baixa, mas obrigado a buscar aliados por não contar com uma maioria necessária para governar.
Depois que os partidos não conseguiram acordos para formar um novo Executivo, o rei Felipe VI convocou uma repetição da votação em 26 de junho.
O PP aumentou para 137 seus deputados, mas a tentativa de posse de Mariano Rajoy fracassou ante a negativa de apoio dos deputados del PSOE, segunda força com 85 cadeiras, assim como do Podemos (esquerda), dos nacionalistas e separatistas.
Se não for formado um gabinete até 31 de outubro, serão convocadas novas eleições em dezembro, as terceiras em menos de um ano, algo nunca visto no país.
Divisões na esquerdaO PSOE, o partido mais antigo da Espanha com seus 137 anos, vive uma crise interna poucas vezes vistas. Pedro Sánchez, eleito pelas bases em 2014, enfrentou na quarta-feira a demissão em bloco de uma parte de sua equipe diretora, que buscava forçar sua saída.
Seus antagonistas, entre eles seis "barões", os poderosos dirigentes regionais do partido, jogam em sua cara os fracassos eleitorais sem precedentes nas legislativas de dezembro de 2015 e de junho passado.
Nas regionais na Galícia e País Basco de domingo, o PSOE cedeu terreno e foi ultrapassado pelos aliados do Podemos.
Os socialistas se mostram divididos quanto à estratégia a seguir frente ao bloqueio político na Espanha: uma parte da formação quer que o PSOE permita a Mariano Rajoy formar um governo e se fortalecer, enquanto que Sánchez jura que não entregará o Executivo aos conservadores.
O surgimento do partido de esquerda radical Podemos em parte explica a crise dos socialistas: a formação de Pablo Iglesias, criada em 2014, captou os votos dos eleitores socialistas decepcionados com uma direção que considera muito ligada ao poder estabelecido e implantou medidas de austeridade.
O Podemos não não se salva das divisões internas, entre um grupo mais moderado encabeçado pelo número dois, Íñigo Errejón, e outro radical, sob a batuta de Iglesias.
O também histórico partido ecológico-comunista Esquerda Unida está em crise, com uma parte da formação apostando numa fusão com o Podemos.
Aposta separatistaAlém de tudo isso, a Espanha enfrenta um separatismo acirrado pela crise econômica e a negativa de diálogo da direita, no poder desde o final de 2011.
Desde seu triunfo em setembro de 2015, os separatistas governam na Catalunha, uma região com 7,5 milhões de habitantes (46 milhões em todo o país) e que representa 20% do PIB nacional. Seu presidente, Carles Puigdemont, prometeu esta semana organizar um referendo sobre a independência em setembro de 2017, depois de instaurar as instituições do eventual novo Estado.
No País Basco, os partidos que reclamam mais autonomia são majoritários. Nas eleições de domingo, ficou em primeiro lugar o Partido Nacionalista Basco (PNV, conservador), que propõe uma "soberania compartilhada".
Economia convalescenteA Espanha recuperou o caminho do crescimento em 2014, depois de superar uma dura crise. Seu PIB progrediu 3,2% em 2015 e deve se manter neste nível em 2016.
Mas a quarta economia da zona euro sofre uma alta taxa de desemprego, de 20%, atrás apenas da Grécia na região. E enquanto a paralisia institucional ameaça impactar negativamente a econmia, a Espanha se encontra sob a ameaça de sanção da Comissão Europeia por seu déficit excessivo.
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