Extrema direita francesa tem esperança em vitória histórica nas urnas
Paris, 27 Out 2016 (AFP) - Fortalecida pela rejeição aos partidos tradicionais e por uma onda da direita populista na Europa, a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, espera conquistar o Eliseu, embora as pesquisas apontem sua derrota no segundo turno da eleição presidencial de 2017.
"Ainda não foi derrotada. Aqueles que pensam (...) que não há qualquer perigo do lado da extrema direita se enganam. Tanto a esquerda quanto a direita podem perder para Marine Le Pen", advertiu um ministro socialista recentemente.
Tudo parece sorrir para a Frente Nacional (FN), em avanço constante desde 2012. A seis meses da eleição presidencial, a impopularidade do atual chefe de Estado, François Hollande, mergulhou a esquerda em uma crise, enquanto as primárias da direita deflagraram uma guerra de líderes.
A onda de atentados extremistas que atingiu a França desde janeiro de 2015 levou os discursos - de todo o espectro político - a se concentrarem na segurança, na imigração e na identidade, temas privilegiados pela Frente Nacional desde que foi fundada em 1972 pelo pai de Marine, Jean-Marie Le Pen.
Na eleição presidencial de 2012, Marine terminou em terceiro e, para esta edição, tem uma "vantagem enorme: nunca ter estado no poder", afirma o pesquisador Jean-Yves Camus.
"Isso apaga vários aspectos pouco críveis de seu programa", acrescenta.
Além disso, o contexto atual joga a seu favor. A chegada em massa de migrantes e de refugiados à Europa favoreceu o florescimento dos discursos ultranacionalistas, islamofóbicos e xenófobos na Áustria, Alemanha, Hungria, Polônia, Holanda e Dinamarca.
Em 4 de dezembro próximo, na Áustria, o candidato do FPÖ, um dos partidos de extrema direita mais bem implantados na Europa, aspira a ganhar as eleições presidenciais, depois da anulação por irregularidades do pleito de maio. A derrota foi por apenas 31.000 votos.
Contando com o apoio do partido eurocético Ukip, o histórico e inesperado voto dos britânicos a favor do Brexit (a saída do Reino Unido da UE) alimenta a dinâmica de extrema direita atual.
Nos Estados Unidos, a meteórica ascensão do candidato republicano na corrida pela Casa Branca, Donald Trump, também colocou esses assuntos no centro dos debates.
Por enquanto, embora todas as pesquisas garantam que Marine Le Pen irá, em 23 de abril, para o segundo turno, todas indicam que será derrotada em 7 de maio. O mais provável é que o candidato da direita ganhe as eleições.
FN rejeita aliançasO cientista político Joël Gombin lembra que na "eleição presidencial, uma eleição majoritária de dois turnos, é preciso contar com uma coalizão para ganhar e convencer fora de suas próprias fileiras".
Desde 1958, "nenhum partido conseguiu superar sozinho 50% dos votos" e "a FN rejeita as alianças", o que atrai votos, mas também priva a legenda de uma reserva de votos no segundo turno, completou Gombin.
Distanciando-se das declarações racistas e antissemitas de seu pai, a estratégia de "desdiabolização" de Marine Le Pen desde que assumiu as rédeas do partido em 2011 lhe permitiram seduzir eleitores de todas as tendências políticas: os eleitores de direita aderem a seus argumentos anti-imigração, e ela seduz os de esquerda, aproveitando o clima de forte decepção - sobretudo, pelo alto índice de desemprego.
Apesar de seus esforços para tranquilizar potenciais eleitores, sua imagem ainda preocupa. Em seu programa econômico, inquieta especialmente sua proposta de sair da zona do euro.
"Ainda não foi derrotada. Aqueles que pensam (...) que não há qualquer perigo do lado da extrema direita se enganam. Tanto a esquerda quanto a direita podem perder para Marine Le Pen", advertiu um ministro socialista recentemente.
Tudo parece sorrir para a Frente Nacional (FN), em avanço constante desde 2012. A seis meses da eleição presidencial, a impopularidade do atual chefe de Estado, François Hollande, mergulhou a esquerda em uma crise, enquanto as primárias da direita deflagraram uma guerra de líderes.
A onda de atentados extremistas que atingiu a França desde janeiro de 2015 levou os discursos - de todo o espectro político - a se concentrarem na segurança, na imigração e na identidade, temas privilegiados pela Frente Nacional desde que foi fundada em 1972 pelo pai de Marine, Jean-Marie Le Pen.
Na eleição presidencial de 2012, Marine terminou em terceiro e, para esta edição, tem uma "vantagem enorme: nunca ter estado no poder", afirma o pesquisador Jean-Yves Camus.
"Isso apaga vários aspectos pouco críveis de seu programa", acrescenta.
Além disso, o contexto atual joga a seu favor. A chegada em massa de migrantes e de refugiados à Europa favoreceu o florescimento dos discursos ultranacionalistas, islamofóbicos e xenófobos na Áustria, Alemanha, Hungria, Polônia, Holanda e Dinamarca.
Em 4 de dezembro próximo, na Áustria, o candidato do FPÖ, um dos partidos de extrema direita mais bem implantados na Europa, aspira a ganhar as eleições presidenciais, depois da anulação por irregularidades do pleito de maio. A derrota foi por apenas 31.000 votos.
Contando com o apoio do partido eurocético Ukip, o histórico e inesperado voto dos britânicos a favor do Brexit (a saída do Reino Unido da UE) alimenta a dinâmica de extrema direita atual.
Nos Estados Unidos, a meteórica ascensão do candidato republicano na corrida pela Casa Branca, Donald Trump, também colocou esses assuntos no centro dos debates.
Por enquanto, embora todas as pesquisas garantam que Marine Le Pen irá, em 23 de abril, para o segundo turno, todas indicam que será derrotada em 7 de maio. O mais provável é que o candidato da direita ganhe as eleições.
FN rejeita aliançasO cientista político Joël Gombin lembra que na "eleição presidencial, uma eleição majoritária de dois turnos, é preciso contar com uma coalizão para ganhar e convencer fora de suas próprias fileiras".
Desde 1958, "nenhum partido conseguiu superar sozinho 50% dos votos" e "a FN rejeita as alianças", o que atrai votos, mas também priva a legenda de uma reserva de votos no segundo turno, completou Gombin.
Distanciando-se das declarações racistas e antissemitas de seu pai, a estratégia de "desdiabolização" de Marine Le Pen desde que assumiu as rédeas do partido em 2011 lhe permitiram seduzir eleitores de todas as tendências políticas: os eleitores de direita aderem a seus argumentos anti-imigração, e ela seduz os de esquerda, aproveitando o clima de forte decepção - sobretudo, pelo alto índice de desemprego.
Apesar de seus esforços para tranquilizar potenciais eleitores, sua imagem ainda preocupa. Em seu programa econômico, inquieta especialmente sua proposta de sair da zona do euro.
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