Brexit deixará rombo de £122 bilhões nos cofres britânicos
Londres, 23 Nov 2016 (AFP) - A decisão de abandonar a União Europeia terá um preço alto para o Reino Unido a partir de 2017: um crescimento menor do que o esperado se traduzirá em um endividamento adicional de 122 bilhões de libras.
Na tentativa de frear o descontentamento social gerado pelo Brexit, Theresa May prometeu ajudar os que não conseguem fechar as contas no fim do mês, mas seus primeiros orçamentos, apresentados nesta quarta-feira, não parecem ajudar muito.
"Sem coelhos na cartola, porque o efeito Brexit finca os dentes", dizia o título do jornal Financial Times.
A culpa é em grande parte da incerteza que ronda a saída da União Europeia, minando investimento e consumo. Isso poderá ser ainda mais sentido em 2017, com a redução na previsão de crescimento de 2,2% para 1,4%, anunciou o ministro das Finanças, Philip Hammond, citando estimativas do Gabinete de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês).
Hammond fez este anúncio no tradicional "discurso de outono" no Parlamento, uma correção dos orçamentos de abril que estabelece as linhas de gasto prioritárias e que é o primeiro em quantificar oficialmente os efeitos do Brexit desde o referendo de 23 de junho.
O ministro reduziu também as previsões de crescimento dos três anos seguintes: a 1,7% em 2018, e a 2,1% em 2019 e 2020.
"Embora o OBR deixe claro que não pode prever que tipo de acordo o Reino Unido alcançará com a UE, sua opinião atual é que a decisão do referendo significa que o crescimento potencial no período estimado será menor", afirmou.
"Essa revisão se deve a uma redução do investimento e a uma demanda menor, que se explicam respectivamente pelo aumento da incerteza e pela desvalorização da libra", acrescentou, referindo-se a dois efeitos do Brexit.
Trabalhistas: "o fracasso miserável da austeridade"Além disso, o país terá que se envidar em 216,3 bilhões de libras em cinco anos, ao invés dos 94,3 bilhões de libras calculados em março, uma diferença de 122 bilhões de libras (143 bilhões de euros, 151 bilhões de dólares).
Desse modo, o ministro desistiu da meta do governo conservador de atingir um superávit no exercício 2019/2020.
Isso fará que o endividamento supere 90% do Produto Interno Bruto, contrariando o mantra do executivo anterior, de que esse valor é o limite entre uma dívida pública boa e uma ruim para a economia.
Este extremo levou John McDonnell, encarregado de Economia do principal partido de oposição, o Trabalhista, a chamar de "fracasso miserável" os seis anos de austeridade.
"Caiu o crescimento, os salários caíram, caiu a produtividade, o governo não cumpriu suas metas de redução do déficit e da dívida", afirmou.
"Nada neste orçamento nos dá esperança de que vamos enfrentar o Brexit com sucesso", sentenciou.
Doces para os "jams"Hammond deu vários "doces", nas palavras da imprensa britânica, para os "jams", novo termo para se referir àqueles que não conseguem fechar as contas no fim do mês, acrônimo da expressão "just about managing".
Os dois mais significativos foram o aumento de 4% do salário mínimo e a eliminação das comissões a agentes imobiliários em contratos de aluguel. Nos dois casos, o custo das medidas cairão sobre as empresas privadas, fazendo as ações das firmas imobiliárias despencarem na Bolsa nesta quarta-feira.
O salário mínimo aumentará de 7,2 para 7,5 libras a hora (8,8 euros, 9,3 dólares) a partir de abril de 2017. É o segundo aumento neste ano, já que no final de março passou de 6,70 libras para 7,20 libras.
O fim das comissões dos agentes imobiliários ao assinar um contrato de aluguel significará para os inquilinos uma economia de em média de 337 libras (400 euros, 418 dólares) por transação.
O governo gastará ainda 1,400 bilhão de libras (1,74 de dólares, 1,64 de euros), para ajudar na construção de 40.000 novas moradias, e de 1,3 bilhão de libras para melhorar a infraestrutura, concretamente as estradas.
Na tentativa de frear o descontentamento social gerado pelo Brexit, Theresa May prometeu ajudar os que não conseguem fechar as contas no fim do mês, mas seus primeiros orçamentos, apresentados nesta quarta-feira, não parecem ajudar muito.
"Sem coelhos na cartola, porque o efeito Brexit finca os dentes", dizia o título do jornal Financial Times.
A culpa é em grande parte da incerteza que ronda a saída da União Europeia, minando investimento e consumo. Isso poderá ser ainda mais sentido em 2017, com a redução na previsão de crescimento de 2,2% para 1,4%, anunciou o ministro das Finanças, Philip Hammond, citando estimativas do Gabinete de Responsabilidade Orçamentária (OBR, na sigla em inglês).
Hammond fez este anúncio no tradicional "discurso de outono" no Parlamento, uma correção dos orçamentos de abril que estabelece as linhas de gasto prioritárias e que é o primeiro em quantificar oficialmente os efeitos do Brexit desde o referendo de 23 de junho.
O ministro reduziu também as previsões de crescimento dos três anos seguintes: a 1,7% em 2018, e a 2,1% em 2019 e 2020.
"Embora o OBR deixe claro que não pode prever que tipo de acordo o Reino Unido alcançará com a UE, sua opinião atual é que a decisão do referendo significa que o crescimento potencial no período estimado será menor", afirmou.
"Essa revisão se deve a uma redução do investimento e a uma demanda menor, que se explicam respectivamente pelo aumento da incerteza e pela desvalorização da libra", acrescentou, referindo-se a dois efeitos do Brexit.
Trabalhistas: "o fracasso miserável da austeridade"Além disso, o país terá que se envidar em 216,3 bilhões de libras em cinco anos, ao invés dos 94,3 bilhões de libras calculados em março, uma diferença de 122 bilhões de libras (143 bilhões de euros, 151 bilhões de dólares).
Desse modo, o ministro desistiu da meta do governo conservador de atingir um superávit no exercício 2019/2020.
Isso fará que o endividamento supere 90% do Produto Interno Bruto, contrariando o mantra do executivo anterior, de que esse valor é o limite entre uma dívida pública boa e uma ruim para a economia.
Este extremo levou John McDonnell, encarregado de Economia do principal partido de oposição, o Trabalhista, a chamar de "fracasso miserável" os seis anos de austeridade.
"Caiu o crescimento, os salários caíram, caiu a produtividade, o governo não cumpriu suas metas de redução do déficit e da dívida", afirmou.
"Nada neste orçamento nos dá esperança de que vamos enfrentar o Brexit com sucesso", sentenciou.
Doces para os "jams"Hammond deu vários "doces", nas palavras da imprensa britânica, para os "jams", novo termo para se referir àqueles que não conseguem fechar as contas no fim do mês, acrônimo da expressão "just about managing".
Os dois mais significativos foram o aumento de 4% do salário mínimo e a eliminação das comissões a agentes imobiliários em contratos de aluguel. Nos dois casos, o custo das medidas cairão sobre as empresas privadas, fazendo as ações das firmas imobiliárias despencarem na Bolsa nesta quarta-feira.
O salário mínimo aumentará de 7,2 para 7,5 libras a hora (8,8 euros, 9,3 dólares) a partir de abril de 2017. É o segundo aumento neste ano, já que no final de março passou de 6,70 libras para 7,20 libras.
O fim das comissões dos agentes imobiliários ao assinar um contrato de aluguel significará para os inquilinos uma economia de em média de 337 libras (400 euros, 418 dólares) por transação.
O governo gastará ainda 1,400 bilhão de libras (1,74 de dólares, 1,64 de euros), para ajudar na construção de 40.000 novas moradias, e de 1,3 bilhão de libras para melhorar a infraestrutura, concretamente as estradas.
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