Exército sírio avança em zona rebelde de Aleppo
Alepo, Síria, 25 Nov 2016 (AFP) - O exército sírio ganhou novas posições nesta sexta-feira na parte rebelde de Aleppo, assegurando o controle de 60% do distrito de Masaken Hanano, o maior bairro controlado por insurgentes no leste da cidade.
O exército continua avançando rapidamente e caso consiga se apoderar completamente de Masaken Hanano, poderá dirigir-se a Sajur e cortar o setor rebelde em dois, isolando o norte do sul, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os combates e bombardeios prosseguiam nesta sexta-feira no setor rebelde, onde cerca de 250.000 habitantes sofrem desde julho passado um implacável cerco das forças governamentais e seus aliados.
Segundo o OSDH, o governo bombardeou novamente nesta sexta-feira vários bairros do leste de Aleppo.
"É difícil e perigoso sair à rua para buscar alimentos devido à intensidade dos bombardeios", testemunhou Abu Raed, 50 anos, do bairro de Ferdus.
"Tenho medo do avanço do exército e da intensificação dos bombardeios. Eu e minha família não temos nenhum lugar onde possamos estar seguros", acrescentou Raed, pai de quatro filhos.
Passividade internacionalA oeste da cidade, dois povoados foram alcançados nesta sexta-feira por ataques aéreos do governo, causando a morte de pelo menos 18 civis, quatro deles crianças, informou o OSDH.
Alguns criticam a passividade da comunidade internacional que, devido a suas divisões, é incapaz de terminar com o banho de sangue na Síria, particularmente em Aleppo.
"Os obuses caem nas ruas como chuva", disse Abu Hussein, um vizinho do bairro de Bab al Nayrab, de 38 anos.
"Não sei o que a ONU espera. Por que não evacuam pelo menos as crianças e as mulheres?", pergunta.
Na quinta-feira, as bombas dos aviões e da artilharia síria mataram 32 civis, entre eles cinco crianças, afirmou o OSDH.
Trata-se de um dos balanços mais elevados desde 15 de novembro, quando começou a campanha de bombardeios governamentais contra a zona rebelde para preparar a ofensiva destinada a tomar a cidade.
No total, 19 civis, entre eles 27 crianças, morreram desde 15 de novembro no leste de Aleppo. Na zona controlada pelo governo, os bombardeios rebeldes causaram a morte de 18 civis, dos quais 10 eram crianças.
No mesmo período morreram 122 combatentes rebeldes.
Em um povoado no norte da província de Idleb, os bombardeios atingiram uma maternidade, matando três civis e deixando o hospital fora de serviço, indicou o OSDH. Foi impossível determinar se os ataques foram russos ou sírios.
Próximo a Damasco, bombardeios intensos do governo caíram sobre várias localidades da Guta oriental, sobretudo em Duma, onde morreram dois civis e 15 ficaram feridos.
A ONG Médicos Sem Fronteiros informou que houve "múltiplos ataques aéreos" na região, acrescentando em um comunicado que o número de feridos "continua sem estar determinado".
Nos últimos dois dias, cinco famílias conseguiram sair do leste de Aleppo e refugiar-se no bairro Sheik Maqsud, um enclave curdo no norte da cidade.
Segundo o OSDH, quatro crianças cruzaram nesta sexta-feira os bairros rebeldes para chegar a Sheik Maqsud, enquanto dezenas de famílias que tentavam fugir do bairro de Bustan al Basha foram bloqueadas pelos rebeldes.
Ofensiva em RaqqaA guerra da Síria, desencadeada em 2011 após a repressão de manifestações opositoras, deixou até agora mais de 300.000 mortos.
Nesta sexta-feira, foram registrados violentos combates na província de Raqqa, 160 km a leste de Aleppo, controlada majoritariamente pelo Estado Islâmico (EI).
Uma aliança curdo-árabe apoiada pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos lançou no dia 5 de novembro passado uma ofensiva para reconquistar a cidade de Raqqa, a "capital" do EI na Síria.
Na noite de quinta-feira, o exército dos Estados Unidos anunciou a morte do primeiro soldado americano na Síria, vítima de uma explosão em Ain Isa, uma das cidades próximas a Raqqa conquistadas pela coalizão curdo-árabe.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e seu contraparte russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone para esclarecer a operação militar do governo sírio que culminou na morte de quatro soldados turcos na quinta-feira, na região de Al Bab, indicou a Presidência turca.
bur-sah/vl/bpe/zm-es/me/cb/mvv
O exército continua avançando rapidamente e caso consiga se apoderar completamente de Masaken Hanano, poderá dirigir-se a Sajur e cortar o setor rebelde em dois, isolando o norte do sul, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os combates e bombardeios prosseguiam nesta sexta-feira no setor rebelde, onde cerca de 250.000 habitantes sofrem desde julho passado um implacável cerco das forças governamentais e seus aliados.
Segundo o OSDH, o governo bombardeou novamente nesta sexta-feira vários bairros do leste de Aleppo.
"É difícil e perigoso sair à rua para buscar alimentos devido à intensidade dos bombardeios", testemunhou Abu Raed, 50 anos, do bairro de Ferdus.
"Tenho medo do avanço do exército e da intensificação dos bombardeios. Eu e minha família não temos nenhum lugar onde possamos estar seguros", acrescentou Raed, pai de quatro filhos.
Passividade internacionalA oeste da cidade, dois povoados foram alcançados nesta sexta-feira por ataques aéreos do governo, causando a morte de pelo menos 18 civis, quatro deles crianças, informou o OSDH.
Alguns criticam a passividade da comunidade internacional que, devido a suas divisões, é incapaz de terminar com o banho de sangue na Síria, particularmente em Aleppo.
"Os obuses caem nas ruas como chuva", disse Abu Hussein, um vizinho do bairro de Bab al Nayrab, de 38 anos.
"Não sei o que a ONU espera. Por que não evacuam pelo menos as crianças e as mulheres?", pergunta.
Na quinta-feira, as bombas dos aviões e da artilharia síria mataram 32 civis, entre eles cinco crianças, afirmou o OSDH.
Trata-se de um dos balanços mais elevados desde 15 de novembro, quando começou a campanha de bombardeios governamentais contra a zona rebelde para preparar a ofensiva destinada a tomar a cidade.
No total, 19 civis, entre eles 27 crianças, morreram desde 15 de novembro no leste de Aleppo. Na zona controlada pelo governo, os bombardeios rebeldes causaram a morte de 18 civis, dos quais 10 eram crianças.
No mesmo período morreram 122 combatentes rebeldes.
Em um povoado no norte da província de Idleb, os bombardeios atingiram uma maternidade, matando três civis e deixando o hospital fora de serviço, indicou o OSDH. Foi impossível determinar se os ataques foram russos ou sírios.
Próximo a Damasco, bombardeios intensos do governo caíram sobre várias localidades da Guta oriental, sobretudo em Duma, onde morreram dois civis e 15 ficaram feridos.
A ONG Médicos Sem Fronteiros informou que houve "múltiplos ataques aéreos" na região, acrescentando em um comunicado que o número de feridos "continua sem estar determinado".
Nos últimos dois dias, cinco famílias conseguiram sair do leste de Aleppo e refugiar-se no bairro Sheik Maqsud, um enclave curdo no norte da cidade.
Segundo o OSDH, quatro crianças cruzaram nesta sexta-feira os bairros rebeldes para chegar a Sheik Maqsud, enquanto dezenas de famílias que tentavam fugir do bairro de Bustan al Basha foram bloqueadas pelos rebeldes.
Ofensiva em RaqqaA guerra da Síria, desencadeada em 2011 após a repressão de manifestações opositoras, deixou até agora mais de 300.000 mortos.
Nesta sexta-feira, foram registrados violentos combates na província de Raqqa, 160 km a leste de Aleppo, controlada majoritariamente pelo Estado Islâmico (EI).
Uma aliança curdo-árabe apoiada pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos lançou no dia 5 de novembro passado uma ofensiva para reconquistar a cidade de Raqqa, a "capital" do EI na Síria.
Na noite de quinta-feira, o exército dos Estados Unidos anunciou a morte do primeiro soldado americano na Síria, vítima de uma explosão em Ain Isa, uma das cidades próximas a Raqqa conquistadas pela coalizão curdo-árabe.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e seu contraparte russo, Vladimir Putin, conversaram por telefone para esclarecer a operação militar do governo sírio que culminou na morte de quatro soldados turcos na quinta-feira, na região de Al Bab, indicou a Presidência turca.
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