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Aleppo pode se tornar 'cemitério gigante', alerta subsecretário da ONU

30/11/2016 18h05

Nações Unidas, Estados Unidos, 30 Nov 2016 (AFP) - O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O'Brien, alertou o Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (30) que os moradores de Aleppo correm o risco de serem exterminados, caso não se consiga romper o cerco a essa cidade síria.

"Por razões humanitárias, pedimos - rogamos - às partes e a quem tem influência que façam tudo o que estiver a seu alcance para proteger os civis e que permitam o acesso à parte sitiada do leste de Aleppo antes que se torne um gigantesco cemitério", disse O'Brien.

Ao falar em uma sessão especial do Conselho de Segurança por videoconferência de Londres, O'Brien disse que o tempo se esgota à medida que o inverno chega.

Os residentes se veem obrigados a procurar comida nas lixeiras, os hospitais não estão funcionando após repetidos bombardeios e, desde sábado, 25 mil pessoas fugiram do leste de Aleppo, relatou O'Brien.

Ele acrescentou que os comboios de ajuda humanitária estão prontos para sair da Turquia e do oeste de Aleppo, mas que, para isso, é necessário pôr um fim ao cerco e proteger os civis.

"Essas demandas não são novas e nem complicadas. São gestos comuns de humanidade que todos temos a responsabilidade de apoiar", afirmou.

"Aqueles que não puderem, ou não quiserem, honrar suas obrigações básicas deveriam saber que, algum dia, serão responsabilizados por suas ações", acrescentou.

A parte leste de Aleppo tem sido um reduto-chave dos rebeldes desde 2012, e as forças do governo estão determinadas a retomar seu controle.

Mais de 250 mil pessoas viviam no leste de Aleppo quando o governo cercou a cidade há quatro meses.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, conta com apoio militar e diplomático da Rússia.

O'Brien disse que lhe perguntam, insistentemente, "por que diabos o Conselho de Segurança não pode se unir para pôr um fim a esse sofrimento?".

"O povo sírio já sofreu demais por muito tempo", completou, pedindo ao Conselho de Segurança que não perca de vista as outras 700 mil pessoas sitiadas em outras áreas, principalmente nos arredores de Damasco.

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