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Cristãos do mundo inteiro esperam tradicional mensagem 'Urbi et Orbi' do papa

25/12/2016 08h13

Cidade do Vaticano, 25 dez 2016 (AFP) - A Praça São Pedro em Roma se prepara para receber dezenas de milhares de fiéis para ouvir ao meio-dia a mensagem de Natal do papa Francisco, chefe espiritual de 1,2 bilhão de católicos.

Em um contexto de fortes medidas de segurança adotadas na Europa em torno das festividades de Natal, Francisco, que acaba de completar 80 anos, pronuncia sua quarta mensagem de Natal "Urbi et Orbi" ("À cidade e ao mundo").

Após o ataque terrorista a um mercado de Natal em Berlim, que deixou 12 mortos na segunda-feira à noite e que foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), o medo de outros ataques marca as festividades deste ano.

Moradores e turistas em Berlim acendem velas e depositam flores no local do ataque. Em Milão, onde o autor do ataque foi morto na sexta-feira durante um controle de identidade, a polícia ocupa a praça que abriga um pequeno mercado de Natal, cujo acesso está sendo protegido por blocos de concreto desde o ataque de Berlim.

O discurso na Praça São Pedro neste domingo será acompanhado pela televisão por milhões de pessoas em todo o mundo.

Na noite de sábado, em sua homilia da noite de Natal, o papa Francisco criticou o materialismo daqueles que festejam o Natal pensando apenas nos presentes e chamou a todos a ter compaixão pelas crianças abandonadas. Esta cerimônia, na Basílica de São Pedro, foi realizada em meio a fortes, mas discretas, medidas de segurança.

Em Belém, lugar onde, segundo a tradição cristã, nasceu Jesus Cristo, cerca de 2.500 fiéis palestinos e estrangeiros lotaram a Basílica da Natividade para a missa do Galo à meia-noite.

O presidente Mahmud Abbas e outros dignitários palestinos estavam presentes.

- A metáfora do medo -O arcebispo Pierbattista Pizzaballa, administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém e chefe da Igreja Católica na Terra Santa, pediu compaixão para com os refugiados e o fim da violência que sangra o Oriente Médio.

"As portas fechadas, as fronteiras fechadas (...) são uma metáfora para o medo que inevitavelmente gera dinâmicas violentas do nosso tempo", disse ele.

No norte de Israel, mais de 25.000 pessoas participaram nas celebrações de Natal em Nazaré, cidade onde Jesus passou sua infância.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama e sua esposa Michelle enviaram sua última mensagem de Natal a partir da Casa Branca, ressaltando os valores que unem os americanos, independentemente da sua fé.

A mensagem foi lançada em um momento de fortes divisões no país, em especial depois de uma campanha presidencial amarga que terminou com a eleição do bilionário republicano Donald Trump.

Na Síria, a comunidade católica de Aleppo celebrou a primeira missa em cinco anos na Catedral Maronita St. Elias, na parte antiga da cidade, dois dias após o anúncio do regime de Bashar al-Assad da reconquista total dos bairros controlados pelos rebeldes na segunda maior cidade da Síria.

Como muitos edifícios em Aleppo - cidade que se tornou símbolo da devastação causada pela guerra no país -, a catedral oferece um espetáculo de desolação: o telhado desabou, há destroços espalhados no chão, bancos derrubados...

Mas um pequeno grupo de pessoas decidiu limpar o local e instalar um presépio. "Nós todos temos lembranças desta igreja, aqui celebramos nossas festas e alegrias. Queremos transformar os escombros em algo bonito", disse um dos membros desse grupo, Bachir Badaoui.

bur-cm/me.