Atentados contra as forças de segurança deixam 42 mortos na Síria
Beirute, 25 Fev 2017 (AFP) - Homens-bomba mataram neste sábado pelo menos 42 pessoas, incluindo o chefe da inteligência militar, em ataques contra as sedes das forças de segurança na cidade síria de Homs.
O antigo braço da Al-Qaeda na Síria, Fateh al-Sham, reivindicou os atentados, executados no momento em que a ONU tenta retomar em Genebra as complexas negociações de paz entre o regime e a oposição para buscar uma saída ao conflito que deixou mais de 300.000 mortos e milhões deslocados desde 2011.
De acordo com a imprensa estatal, os ataques atingiram as sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar, situadas em dois bairros do centro de Homs, a terceira maior cidade da Síria, controlada pelo regime.
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou 42 mortos, enquanto o governador da província de Homs, Talal Barazi, divulgou um balanço de 30 mortos.
O emissário do regime para as negociações de paz, Bashar al-Jaafari, prometeu represálias depois do que aconteceu em Homs.
"Os ataques terroristas de hoje (sábado) contra Homs foram uma clara mensagem dos que apoiam o terrorismo", declarou à imprensa em Genebra.
"Queremos dizer que a mensagem foi recebida e que não ficará sem resposta".
O enviado da ONU, Staffan de Mistura, afirmou que os ataques suicidas pretendem arruinar o processo de paz.
Chefe da inteligênciaEntre as vítimas fatais está o chefe da inteligência militar da cidade, Hasan Daabul, muito próximo ao presidente Bashar al-Assad e uma das personalidades mais conhecidas dos serviços de inteligência sírios.
"O chefe do departamento de inteligência militar, o general Hasan Daabul, morreu nos atentados terroristas suicidas contra duas sedes das forças de segurança em Homs, que foram cometidos por seis homens-bomba", anunciou a televisão estatal.
"Um dos suicidas atentou especificamente contra o general mártir", completou a emissora.
De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "foram ao menos seis criminosos e vários deles detonaram os explosivos nas imediações das sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar" de Homs, centro do país.
A Fateh al-Sham afirmou que cinco homens-bomba participaram no ataque. O grupo, considerado uma "organização terrorista" pela ONU, era conhecido anteriormente como Frente Al-Nusra. O grupo mudou de nome ao renunciar a seu vínculo com a Al-Qaeda.
É o segundo maior grupo extremista no país, atrás do Estado Islâmico (EI), e era até o início do ano o principal aliado dos rebeldes que almejam derrubar o presidente Bashar al-Assad.
Os ataques não estão diretamente relacionados com as negociações de Genebra, já que os grupos jihadistas estão excluídos do processo, mas são uma prova da fragilidade da tentativa de "normalizar" um país devastado por seis anos de guerra.
Segundo o OSDH, vários bombardeios do regime mataram pelo menos 13 civis na Síria: três no último reduto rebelde em Homs, o bairro de Waer, seis na cidade rebelde de Duma, na província de Damasco, e quatro em Khan Sheikhun, uma localidade nas mãos dos rebeldes e dos jihadistas na província de Idlib (norte).
- 'Processo longo e difícil' -Em Genebra, a ONU tenta a duras penas avançar com uma nova rodada de negociações de paz entre o regime de Damasco e a oposição, depois de três tentativas frustradas em 2016.
Mas no terceiro dia de negociações, nenhuma discussão concreta foi estabelecida com a ONU, nem entre as partes envolvidas.
De Mistura, se reuniu na sexta-feira de modo separado com os representantes do regime e da oposição. Os encontros devem prosseguir no fim de semana.
"Será um processo longo e difícil", repetiu na sexta-feira à noite Michael Contet, assistente de De Mistura.
Contet afirmou não saber se as negociações acontecerão frente a frente, o que a ONU deseja, e admitiu certas "dificuldades".
O enviado da ONU entregou a cada delegação um "documento", segundo uma fonte ocidental próxima às negociações, que inclui os três pontos que as Nações Unidas desejam abordar nas negociações: transição, Constituição e eleições.
burs-cf/fp
O antigo braço da Al-Qaeda na Síria, Fateh al-Sham, reivindicou os atentados, executados no momento em que a ONU tenta retomar em Genebra as complexas negociações de paz entre o regime e a oposição para buscar uma saída ao conflito que deixou mais de 300.000 mortos e milhões deslocados desde 2011.
De acordo com a imprensa estatal, os ataques atingiram as sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar, situadas em dois bairros do centro de Homs, a terceira maior cidade da Síria, controlada pelo regime.
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) anunciou 42 mortos, enquanto o governador da província de Homs, Talal Barazi, divulgou um balanço de 30 mortos.
O emissário do regime para as negociações de paz, Bashar al-Jaafari, prometeu represálias depois do que aconteceu em Homs.
"Os ataques terroristas de hoje (sábado) contra Homs foram uma clara mensagem dos que apoiam o terrorismo", declarou à imprensa em Genebra.
"Queremos dizer que a mensagem foi recebida e que não ficará sem resposta".
O enviado da ONU, Staffan de Mistura, afirmou que os ataques suicidas pretendem arruinar o processo de paz.
Chefe da inteligênciaEntre as vítimas fatais está o chefe da inteligência militar da cidade, Hasan Daabul, muito próximo ao presidente Bashar al-Assad e uma das personalidades mais conhecidas dos serviços de inteligência sírios.
"O chefe do departamento de inteligência militar, o general Hasan Daabul, morreu nos atentados terroristas suicidas contra duas sedes das forças de segurança em Homs, que foram cometidos por seis homens-bomba", anunciou a televisão estatal.
"Um dos suicidas atentou especificamente contra o general mártir", completou a emissora.
De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "foram ao menos seis criminosos e vários deles detonaram os explosivos nas imediações das sedes da Segurança do Estado e da Inteligência Militar" de Homs, centro do país.
A Fateh al-Sham afirmou que cinco homens-bomba participaram no ataque. O grupo, considerado uma "organização terrorista" pela ONU, era conhecido anteriormente como Frente Al-Nusra. O grupo mudou de nome ao renunciar a seu vínculo com a Al-Qaeda.
É o segundo maior grupo extremista no país, atrás do Estado Islâmico (EI), e era até o início do ano o principal aliado dos rebeldes que almejam derrubar o presidente Bashar al-Assad.
Os ataques não estão diretamente relacionados com as negociações de Genebra, já que os grupos jihadistas estão excluídos do processo, mas são uma prova da fragilidade da tentativa de "normalizar" um país devastado por seis anos de guerra.
Segundo o OSDH, vários bombardeios do regime mataram pelo menos 13 civis na Síria: três no último reduto rebelde em Homs, o bairro de Waer, seis na cidade rebelde de Duma, na província de Damasco, e quatro em Khan Sheikhun, uma localidade nas mãos dos rebeldes e dos jihadistas na província de Idlib (norte).
- 'Processo longo e difícil' -Em Genebra, a ONU tenta a duras penas avançar com uma nova rodada de negociações de paz entre o regime de Damasco e a oposição, depois de três tentativas frustradas em 2016.
Mas no terceiro dia de negociações, nenhuma discussão concreta foi estabelecida com a ONU, nem entre as partes envolvidas.
De Mistura, se reuniu na sexta-feira de modo separado com os representantes do regime e da oposição. Os encontros devem prosseguir no fim de semana.
"Será um processo longo e difícil", repetiu na sexta-feira à noite Michael Contet, assistente de De Mistura.
Contet afirmou não saber se as negociações acontecerão frente a frente, o que a ONU deseja, e admitiu certas "dificuldades".
O enviado da ONU entregou a cada delegação um "documento", segundo uma fonte ocidental próxima às negociações, que inclui os três pontos que as Nações Unidas desejam abordar nas negociações: transição, Constituição e eleições.
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