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Forças iraquianas assumem o controle de ponte chave em Mossul

27/02/2017 11h40

En el sur de Mosul, Irak, 27 Fev 2017 (AFP) - As forças iraquianas anunciaram nesta segunda-feira que controlam uma primeira ponte sobre o rio Tigre em Mossul, no dia número nove da ofensiva para recuperar a zona oeste da segunda maior cidade do Iraque, dominada pelo grupo Estado Islâmico (EI).

A ponte ficou inutilizável depois de ter sido atingida por bombardeios.

O controle da estrutura permitirá estabelecer uma ponte flutuante nas proximidades, o que aumentará as opções do exército para atacar os últimos bairros que seguem sob controle do EI no oeste de Mossul, de acordo com fontes militares.

As tropas "controlam o acesso ao oeste da ponte", o que significa que a "ponte está sob nosso controle dos dois lados", afirmou à AFP o general Yahya Rasool, porta-voz do comando militar.

As forças iraquianas conquistaram no fim de janeiro a parte leste de Mossul, três meses depois do início de uma ampla ofensiva para reconquistar o último reduto do EI no Iraque.

Em 19 de fevereiro, as tropas do governo iniciaram uma nova fase para reconquistar a zona oeste de Mossul, onde o EI está mais implantado. Desde então, as tropas avançaram de forma relativamente rápida, com a tomada do aeroporto, de uma base anexa e de três bairros no sul e oeste, de acordo com o exército.

As forças iraquianas acreditam que a resistência dos extremistas será mais intensa nos bairros de maior população do centro, principalmente na área antiga. Até o momento nenhum balanço de mortos ou feridos foi divulgado.

- Ponte flutuante -Esta "quarta ponte", como é chamada, é a mais meridional das cinco que atravessam o rio Tigre em sua passagem pela cidade. As pontes foram todas danificadas, por bombardeios da aviação iraquiana e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos ou por ações de sabotagem do EI.

O objetivo das unidades de engenharia das forças iraquianas é instalar rapidamente uma ponte provisória que permita "transportar material e munições" de uma margem a outra, afirmou o coronel Falah al-Wabdan, das Forças de Reação Rápida do ministério do Interior.

No ano passado, o uso de uma ponte flutuante foi considerado uma etapa determinante na reconquista de Ramadi, na região oeste do Iraque.

Quase 2.000 jihadistas permanecem na zona oeste de Mossul, de acordo com estimativas americanas. Os combatentes podem provocar importantes perdas com susa táticas de guerrilha, como os atentados suicidas ou o uso de artefatos explosivos.

Além disso, o avanço das tropas de Bagdá pode ser prejudicado caso os extremistas utilizem os moradores como escudos humanos.

Nos últimos dias, centenas de civis fugiram, à medida que as forças iraquianas avançavam, para buscar abrigo em outros pontos ou na zona leste da cidade, administrada pelo governo.

"Estamos muito preocupados com as quase 800.000 pessoas presas nas condições mais precárias", declarou à AFP Karl Schembri, porta-voz do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).

O EI chegou a controlar um terço do Iraque, mas nos últimos dois anos perdeu grande parte do território com as múltiplas ofensivas, respaldadas pela aviação e os conselheiros da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Em caso de derrota em Mossul, o grupo conservaria apenas uma zona ao redor de Hawija, 180 km ao sudeste de Mossul, a cidade de Tal Afar e pequenas localidades do oeste do país.

sf-jmm/fp