Mais de 140 migrantes desaparecidos em naufrágio no Mediterrâneo
Roma, 29 Mar 2017 (AFP) - Cento e quarenta e seis migrantes estão desaparecidos depois de um novo naufrágio ao largo da costa da Líbia, informou nesta quarta-feira à ONU o único sobrevivente, um jovem gambiano resgatado por acaso no Mar Mediterrâneo.
O adolescente, que partiu no domingo ou segunda-feira de Sabrata (noroeste da Líbia), foi resgatado por um navio militar espanhol da operação europeia 'Sophia' contra as redes de tráfico de seres humanos e hospitalizado durante a noite em Lampedusa, a ilha italiana mais próxima da costa africana.
De acordo com seu relato a um representante da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que foi visitá-lo no hospital, havia entre os passageiros a bordo cinco crianças e algumas mulheres grávidas. Os passageiros eram originários da Nigéria, Gâmbia e Mali.
Depois de várias horas de navegação, a embarcação começou a afundar. Vários barcos líbios e tunisianos se aproximaram, mas nenhum socorreu os migrantes, que afogaram-se.
O jovem migrante explicou que sobreviveu segurando um latão de gasolina.
De acordo com os primeiros elementos recolhidos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), o gambiano foi encontrado quase por acaso pelo navio espanhol e posteriormente transferido para um barco da Guarda Costeira italiana que o levou a Lampedusa.
"Isso demonstra que pode ter havido naufrágios que nunca tivemos notícias, porque os barcos afundam sem deixar rastros", declarou à AFP Flavio di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália.
Pelo menos 590 migrantes morreram ou desapareceram perto das costas líbias até agora este ano, de acordo com um balanço da OIM estabelecido antes deste naufrágio, enquanto as autoridades italianas registraram mais de 23.000 chegadas às suas costas.
- Lanchas vazias - Na semana passada, a ONG espanhola Pro-Activa Open Arms encontrou dois barcos vazios e parcialmente afundados, o que pode indicar dezenas desaparecidos, uma vez que os traficantes trasportam cerca de 120 ou 140 pessoas em suas precárias embarcações.
A OIM não contabiliza estes desaparecidos, pois estima que pelo menos um dos barcos pode ser o que naufragou ontem em águas líbias, deixando 54 sobreviventes e 66 desaparecidos.
Os riscos destas travessias são enormes: a Guarda Costeira italiana anunciou que coordenou o resgate de mais de 1.100 migrantes entre terça e quarta-feira ao largo da costa da Líbia.
De acordo com as ONGs, o aumento no número de partidas é devido à degradação das condições de vida dos migrantes na Líbia, e ao temor - avivado pelos próprios traficantes - do fechamento da rota marítima para a Europa.
A Itália pretende reforçar a sua cooperação com a Líbia, de modo que os migrantes sejam interceptados antes de chegar em águas internacionais.
fcc/ljm/ra-me/age/mr
O adolescente, que partiu no domingo ou segunda-feira de Sabrata (noroeste da Líbia), foi resgatado por um navio militar espanhol da operação europeia 'Sophia' contra as redes de tráfico de seres humanos e hospitalizado durante a noite em Lampedusa, a ilha italiana mais próxima da costa africana.
De acordo com seu relato a um representante da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que foi visitá-lo no hospital, havia entre os passageiros a bordo cinco crianças e algumas mulheres grávidas. Os passageiros eram originários da Nigéria, Gâmbia e Mali.
Depois de várias horas de navegação, a embarcação começou a afundar. Vários barcos líbios e tunisianos se aproximaram, mas nenhum socorreu os migrantes, que afogaram-se.
O jovem migrante explicou que sobreviveu segurando um latão de gasolina.
De acordo com os primeiros elementos recolhidos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), o gambiano foi encontrado quase por acaso pelo navio espanhol e posteriormente transferido para um barco da Guarda Costeira italiana que o levou a Lampedusa.
"Isso demonstra que pode ter havido naufrágios que nunca tivemos notícias, porque os barcos afundam sem deixar rastros", declarou à AFP Flavio di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália.
Pelo menos 590 migrantes morreram ou desapareceram perto das costas líbias até agora este ano, de acordo com um balanço da OIM estabelecido antes deste naufrágio, enquanto as autoridades italianas registraram mais de 23.000 chegadas às suas costas.
- Lanchas vazias - Na semana passada, a ONG espanhola Pro-Activa Open Arms encontrou dois barcos vazios e parcialmente afundados, o que pode indicar dezenas desaparecidos, uma vez que os traficantes trasportam cerca de 120 ou 140 pessoas em suas precárias embarcações.
A OIM não contabiliza estes desaparecidos, pois estima que pelo menos um dos barcos pode ser o que naufragou ontem em águas líbias, deixando 54 sobreviventes e 66 desaparecidos.
Os riscos destas travessias são enormes: a Guarda Costeira italiana anunciou que coordenou o resgate de mais de 1.100 migrantes entre terça e quarta-feira ao largo da costa da Líbia.
De acordo com as ONGs, o aumento no número de partidas é devido à degradação das condições de vida dos migrantes na Líbia, e ao temor - avivado pelos próprios traficantes - do fechamento da rota marítima para a Europa.
A Itália pretende reforçar a sua cooperação com a Líbia, de modo que os migrantes sejam interceptados antes de chegar em águas internacionais.
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