Trump e Macron vivem "guerra do aperto de mãos"
O presidente francês, Emmanuel Macron, passou nesta quinta-feira (25) seu batismo de fogo diplomático com um forte aperto de mãos do colega americano, Donald Trump, antes da cúpula da Otan.
Ainda que Macron tenha iniciado seu mandato com uma viagem a Berlim e ido ao Mali alguns dias depois para visitar as tropas francesas, seu encontro com Donald Trump marcou seus primeiros passos no mundo da diplomacia mundial.
O presidente americano pareceu colocar seu jovem contraparte, 30 anos mais novo, à prova com seu habitual aperto de mão muito contundente.
Trump elogiou a "formidável vitória" eleitoral que levou Emmanuel Macron ao Palácio do Eliseu. Ambos os mandatários eram os candidatos independentes em suas respectivas disputas presidenciais.
Depois almoçaram na embaixada americana em Bruxelas, acompanhados de seus conselheiros mais próximos.
No pesado "menu" do encontro encontra-se a cúpula da Otan e a do G7, na sexta-feira e no sábado, na Itália, as crises regionais (Síria, Ucrânia, Coreia do Norte...) e os desafios econômicos bilaterais.
A incerteza que rodeia as intenções dos Estados Unidos a respeito do Acordo de Paris sobre o clima constituía um tema espinhoso. Macron recomendou que seu homólogo não tome nenhuma "decisão precipitada".
Além disso, o chefe de Estado francês deveria se reunir também com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Rompendo com a discrição mantida por seu antecessor, François Hollande, no exterior sobre a questão dos Direitos Humanos, o Palácio do Eliseu anunciou que Macron "interveio a favor" do fotojornalista francês Mathias Depardon, detido na Turquia há cerca de duas semanas.
Em resposta, acrescentou a Presidência francesa, Erdogan afirmou que "examinaria rapidamente a situação" do jovem, em greve de fome para protestar contra sua prisão.
Não é um "eurobeato"
Macron também aproveitou sua primeira viagem a Bruxelas para esclarecer a sua posição sobre os temas europeus.
"Sou favorável à Europa, isso não quer dizer que seja um eurobeato", advertiu ao lado do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Desde a sua chegada à capital belga, no fim da manhã, afirmou sua vontade de "refundar" a Europa depois de uma reunião com o primeiro-ministro belga, Charles Michel.
"Fui eleito em 7 de maio pelo povo francês com base em um projeto que era amplamente europeu e venci as tentativas de retrocesso, de encolhimento e de destruição da Europa", assinalou.
"Essa refundação europeia, que vamos fazer juntos, será responsabilidade da nossa geração", defendeu o jovem presidente.
Embora tenha se tratado de um dia fundamental para ele, Macron está longe de se encontrar em terra desconhecida, pois já estava familiarizado com as cúpulas europeias e internacionais.
"O que Emmanuel Macron vive atualmente como presidente da República já viveu como conselheiro econômico do presidente Hollande há cinco anos", destacou Gaspard Gantzer, que também exerceu a função de "comunicador" de François Hollande.
"Ele era o seu principal assessor em todos os temas econômicos, encarregado, entre outras coisas, da preparação das cúpulas europeias, mas também do G8 e do G20, o que lhe permitiu estabelecer vínculos com a chanceler alemã, Angela Merkel, com seus conselheiros, e se cruzar com Vladimir Putin", recordou Gantzer.
Na sexta-feira, o presidente francês voará para a Itália para a reunião do G7, celebrada em Taormina, e na segunda-feira receberá no Palácio de Versalhes o presidente russo, Vladimir Putin, uma prova de fogo antes da reunião do G20 em Hamburgo, no início de julho.
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