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Procuradoria da Espanha não se opõe a substituir pena de prisão de Messi por multa

23/06/2017 12h40

Barcelona, 23 Jun 2017 (AFP) - A Procuradoria de Barcelona não se opõe a que a pena de 21 meses de prisão contra o jogador argentino Lionel Messi por fraude fiscal seja substituída por uma multa de 400 euros diários durante o período, anunciou uma porta-voz.

A defesa do craque do Barcelona propôs a opção para evitar a prisão do jogador e de seu pai Jorge Horacio, condenados a 21 e 15 meses de prisão por uma fraude de 4,1 milhões de euros à Fazenda, procedentes dos direitos de imagem do atleta.

A decisão final está nas mãos da Audiência Provincial de Barcelona, que julgou e condenou no ano passado o camisa 10 do Barça e da seleção argentina.

Na Espanha, as penas de prisão inferiores a dois anos podem ser suspensas e substituídas por multas se o condenado é réu primário e assumiu a responsabilidade civil por seu crime.

Ajudados por assessores fiscais especializados, Messi e seu pai organizaram uma rede de sociedades de fachada no Reino Unido, Suíça, Belize e Uruguai, com objetivo de mascarar os ganhos de direitos de imagem do fisco espanhol.

Entre 2007 e 2009, o jogador assinou contratos com a Adidas, Konami, Pepsi e Danone, mas sempre em nome dessas sociedades.

A defesa alegou o desconhecimento do jogador sobre o manejo de sua fortuna para pedir sua absolvição. Mas o Tribunal Supremo condenou o atleta a 21 meses de prisão e multa de 2,1 milhões de euros, no dia 24 de maio.

O pagamento exigido pela Procuradoria é de quase 255.000 euros para Messi e de 182.500 para seu pai, considerado um personagem necessário para montar o esquema de empresas por meio do qual foi ocultado do fisco espanhol o que o jogador recebia por direitos de imagem.

Caso a Audiência não aceite a opção, a Procuradoria também pode aceitar suspender durante três anos a pena, que seria cancelada ao final do prazo.

Mas com esta segunda opção, Messi correria o risco de ser preso em caso de reincidência em um delito similar durante o período.

Messi foi um dos primeiros atletas investigados no que parece uma ofensiva da justiça espanhola contra a fraude no mundo do futebol.

Seu grande rival nos gramados, o português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, foi convocado para prestar depoimento em 31 de julho pela acusação de uma fraude fiscal de 14,7 milhões de euros.

Empresário do português, Jorge Mendes vai comparecer para depor no dia 27 de junho, investigado de esconder 5,6 milhões de euros no caso do colombiano Radamel Falcao, quando jogava no Atlético de Madri.

Outros representantes de Mendes, como o técnico José Mourinho, o argentino Ángel di María, os portugueses Pepe e Fabio Coentrao também estão na mira da justiça espanhola.