Morre Simone Veil, defensora da descriminalização do aborto na França
Paris, 30 Jun 2017 (AFP) - A ex-ministra francesa Simone Veil, promotora da lei que descriminalizou o aborto na França em 1974 e uma das figuras públicas mais queridas do país, faleceu aos 89 anos, nesta sexta-feira (30) - anunciou seu filho Jean Veil à AFP.
"Minha mãe morreu esta manhã em casa. Teria completado 90 anos em 13 de julho", declarou o advogado.
Grande figura da vida política francesa, essa acadêmica sobreviveu ao campo de extermínio de Auschwitz, para onde foi deportada aos 16 anos, e encarnava, para os franceses, a memória do Holocausto.
No campo de concentração perdeu seu pai, sua mãe e seu irmão. Essa tragédia e sua determinação em superá-la fizeram que Simone, mais de 30 anos depois, reforçasse seu compromisso europeu e aceitasse a proposta do presidente Valéry Giscard d'Estaing de liderar a lista da Union pour la Démocratie Française (UDF, formada por liberais e centristas) para as primeiras eleições com sufrágio universal do Parlamento Europeu.
"Aceitei a proposta, levando em consideração o que eu representava e percebendo na minha candidatura um símbolo da reunificação franco-alemã e a melhor maneira de virar definitivamente a página das guerras mundiais", relatou em sua autobiografia "Une vie" ("Uma vida", em tradução livre).
Em 2000, após anos de engajamento político, Simone Veil foi designada pelo então primeiro-ministro, Lionel Jospin, para presidir a recém-criada Fundação para a Memória do Holocausto.
"Como todos os meus colegas, considero um dever explicar às jovens gerações, à opinião pública e às autoridades políticas como seis milhões de mulheres e homens, incluindo um milhão e meio de crianças, morreram apenas porque nasceram judeus", declarou na Assembleia Geral da ONU em 2007.
Conhecida por sua força, Simone vinha com a saúde fragilizada há vários anos. Em meados de 2016, foi internada por problemas respiratórios.
Pelo Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou de imediato uma mensagem de pêsames para a família.
"Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas, que encontrarão nele o melhor exemplo da França", tuitou.
Em nota à AFP, o agora ex-presidente François Hollande também homenageou uma mulher que "encarnou a dignidade, o valor e a integridade".
"A França perde uma mulher excepcional, uma grande testemunha e uma militante da memória da Shoa", afirmou o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), Francis Kalifat.
Essa centrista histórica, membro do Conselho Constitucional de 1998 a 2007, entrou na política em 1974, momento em que ganha notoriedade ao promover a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, aprovada nesse mesmo ano e que levaria seu nome.
De 1993 a 1995, Veil foi ministra de Estado, dos Assuntos Sociais, da Saúde e da Cidade, no governo de direita de Edouard Balladur, sob a presidência de François Mitterrand.
A mensagem de Simone Veil "permanece viva no que diz respeito ao direito e ao papel das mulheres na Europa e, igualmente, ao antissemitismo", disse à AFP o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, logo após o anúncio do falecimento.
"Sua vida é um exemplo a ser seguido. Após o chanceler alemão Helmut Kohl (morto em 16 de junho), perdemos mais uma grande figura europeia", lamentou.
"Ela viveu na pele as tragédias da Europa e soube, por meio de seu engajamento político, contribuir para a construção de uma paz durável na Europa", reagiu, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em carta a Emmanuel Macron.
pr-ccd-tmo/epe/ra/pc/tt/mr
"Minha mãe morreu esta manhã em casa. Teria completado 90 anos em 13 de julho", declarou o advogado.
Grande figura da vida política francesa, essa acadêmica sobreviveu ao campo de extermínio de Auschwitz, para onde foi deportada aos 16 anos, e encarnava, para os franceses, a memória do Holocausto.
No campo de concentração perdeu seu pai, sua mãe e seu irmão. Essa tragédia e sua determinação em superá-la fizeram que Simone, mais de 30 anos depois, reforçasse seu compromisso europeu e aceitasse a proposta do presidente Valéry Giscard d'Estaing de liderar a lista da Union pour la Démocratie Française (UDF, formada por liberais e centristas) para as primeiras eleições com sufrágio universal do Parlamento Europeu.
"Aceitei a proposta, levando em consideração o que eu representava e percebendo na minha candidatura um símbolo da reunificação franco-alemã e a melhor maneira de virar definitivamente a página das guerras mundiais", relatou em sua autobiografia "Une vie" ("Uma vida", em tradução livre).
Em 2000, após anos de engajamento político, Simone Veil foi designada pelo então primeiro-ministro, Lionel Jospin, para presidir a recém-criada Fundação para a Memória do Holocausto.
"Como todos os meus colegas, considero um dever explicar às jovens gerações, à opinião pública e às autoridades políticas como seis milhões de mulheres e homens, incluindo um milhão e meio de crianças, morreram apenas porque nasceram judeus", declarou na Assembleia Geral da ONU em 2007.
Conhecida por sua força, Simone vinha com a saúde fragilizada há vários anos. Em meados de 2016, foi internada por problemas respiratórios.
Pelo Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou de imediato uma mensagem de pêsames para a família.
"Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas, que encontrarão nele o melhor exemplo da França", tuitou.
Em nota à AFP, o agora ex-presidente François Hollande também homenageou uma mulher que "encarnou a dignidade, o valor e a integridade".
"A França perde uma mulher excepcional, uma grande testemunha e uma militante da memória da Shoa", afirmou o presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif), Francis Kalifat.
Essa centrista histórica, membro do Conselho Constitucional de 1998 a 2007, entrou na política em 1974, momento em que ganha notoriedade ao promover a lei sobre a interrupção voluntária da gravidez, aprovada nesse mesmo ano e que levaria seu nome.
De 1993 a 1995, Veil foi ministra de Estado, dos Assuntos Sociais, da Saúde e da Cidade, no governo de direita de Edouard Balladur, sob a presidência de François Mitterrand.
A mensagem de Simone Veil "permanece viva no que diz respeito ao direito e ao papel das mulheres na Europa e, igualmente, ao antissemitismo", disse à AFP o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, logo após o anúncio do falecimento.
"Sua vida é um exemplo a ser seguido. Após o chanceler alemão Helmut Kohl (morto em 16 de junho), perdemos mais uma grande figura europeia", lamentou.
"Ela viveu na pele as tragédias da Europa e soube, por meio de seu engajamento político, contribuir para a construção de uma paz durável na Europa", reagiu, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em carta a Emmanuel Macron.
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