Chile: 29 caminhões são incendiados; governo fala em 'atentado'
Santiago, 29 Ago 2017 (AFP) - Pelo menos 29 caminhões florestais foram incendiados na região de Los Ríos, no sul do Chile, em uma ação classificada como um "atentado" pelas autoridades e atribuída a um grupo radical mapuche.
"Hoje, soubemos de um atentado a caminhões florestais na região de Los Ríos. Vamos combater a violência", afirmou a presidente Michelle Bachelet, após o atentado realizado na madrugada dessa segunda-feira nas instalações da empresa privada Sotraser, na região de San José de la Mariquina.
A companhia informou que o ataque provocou um forte incêndio, gerando um prejuízo de aproximadamente seis milhões de dólares.
O subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy, viajou nesta segunda à tarde para a região para avaliar as ações judiciais possíveis contra os responsáveis pelo ataque.
"O governo apresentará queixas por Lei Antiterrorista após o atentado a 29 caminhões em San José de la Mariquina", informou em um comunicado da Subsecretaria do Interior.
A Lei Antiterrorista foi criada na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Ela triplica as penas em comparação à legislação ordinária e já foi aplicada em outros casos de delitos cometidos por indígenas mapuches que reivindicam a restituição de terras que consideram suas por direitos ancestrais e que foram entregues pelo Estado chileno a empresas privadas.
- Ataques frequentes -Com frequência, o sul do Chile é palco de ataques incendiários. Alguns já foram reivindicados por grupos mapuches radicais.
O incêndio em San José de Mariquina foi adjudicado pelo grupo mapuche "Weichan Auka Mapu" que deixara panfletos que apoiam a causa indígena, segundo imagens divulgadas pela imprensa local. Nenhum de seus membros foi preso ou identificado.
Há dez dias, outros 18 caminhões foram queimados na cidade de Temuco (800 quilômetros ao sul de Santiago), em um ataque atribuído ao grupo "Weichan Auka Mapu", que apoia a demanda mapuche.
Cerca de 90 caminhões foram queimados no sul chileno neste ano em ataques no sul do país, segundo dados da Confederação Nacional de Transporte de Carga do Chile.
- Julgamentos a mapuches -Aproximadamente cinquenta de indígenas foram processados sob a lei antiterrorista por diversos ataques e confrontos com a Polícia sobretudo em La Araucanía.
Na segunda-feira passada, a Justiça chilena iniciou um julgamento oral contra 11 indígenas mapuche, acusados de planejar e de executar um atentado incendiário. O episódio causou a morte de duas pessoas no sul do Chile, em 2013.
Por esse caso, o líder mapuche Celestino Córdova foi condenado a 18 anos de prisão em 2014, acusado de provocar um incêndio que deixou um morto.
Os mapuche são a etnia mais numerosa do país com cerca de 700.000 membros, de uma população total do Chile de 17,5 milhões. Registram índices de pobreza superiores à média nacional.
Em junho, a presidente Michelle Bachelet pediu perdão pelos "erros e horrores" cometidos contra o povo mapuche.
"Hoje, soubemos de um atentado a caminhões florestais na região de Los Ríos. Vamos combater a violência", afirmou a presidente Michelle Bachelet, após o atentado realizado na madrugada dessa segunda-feira nas instalações da empresa privada Sotraser, na região de San José de la Mariquina.
A companhia informou que o ataque provocou um forte incêndio, gerando um prejuízo de aproximadamente seis milhões de dólares.
O subsecretário do Interior, Mahmud Aleuy, viajou nesta segunda à tarde para a região para avaliar as ações judiciais possíveis contra os responsáveis pelo ataque.
"O governo apresentará queixas por Lei Antiterrorista após o atentado a 29 caminhões em San José de la Mariquina", informou em um comunicado da Subsecretaria do Interior.
A Lei Antiterrorista foi criada na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Ela triplica as penas em comparação à legislação ordinária e já foi aplicada em outros casos de delitos cometidos por indígenas mapuches que reivindicam a restituição de terras que consideram suas por direitos ancestrais e que foram entregues pelo Estado chileno a empresas privadas.
- Ataques frequentes -Com frequência, o sul do Chile é palco de ataques incendiários. Alguns já foram reivindicados por grupos mapuches radicais.
O incêndio em San José de Mariquina foi adjudicado pelo grupo mapuche "Weichan Auka Mapu" que deixara panfletos que apoiam a causa indígena, segundo imagens divulgadas pela imprensa local. Nenhum de seus membros foi preso ou identificado.
Há dez dias, outros 18 caminhões foram queimados na cidade de Temuco (800 quilômetros ao sul de Santiago), em um ataque atribuído ao grupo "Weichan Auka Mapu", que apoia a demanda mapuche.
Cerca de 90 caminhões foram queimados no sul chileno neste ano em ataques no sul do país, segundo dados da Confederação Nacional de Transporte de Carga do Chile.
- Julgamentos a mapuches -Aproximadamente cinquenta de indígenas foram processados sob a lei antiterrorista por diversos ataques e confrontos com a Polícia sobretudo em La Araucanía.
Na segunda-feira passada, a Justiça chilena iniciou um julgamento oral contra 11 indígenas mapuche, acusados de planejar e de executar um atentado incendiário. O episódio causou a morte de duas pessoas no sul do Chile, em 2013.
Por esse caso, o líder mapuche Celestino Córdova foi condenado a 18 anos de prisão em 2014, acusado de provocar um incêndio que deixou um morto.
Os mapuche são a etnia mais numerosa do país com cerca de 700.000 membros, de uma população total do Chile de 17,5 milhões. Registram índices de pobreza superiores à média nacional.
Em junho, a presidente Michelle Bachelet pediu perdão pelos "erros e horrores" cometidos contra o povo mapuche.
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