Washington envia mensagem de advertência a Pyongyang sobrevoando seu litoral
Após a escalada verbal, a demonstração de força. Bombardeiros americanos voaram neste sábado (23) perto da costa leste da Coreia do Norte em uma demonstração de força do poder militar dos Estados Unidos ao programa armamentista de Pyongyang, cujas provocações e ambições nucleares desencadearam um novo aumento da tensão bilateral.
O voo acontece num momento em que a comunidade internacional teme um novo teste nuclear da Coreia do Norte, depois de dias de retórica cada vez mais belicosa entre o presidente americano, Donald Trump, e o regime do líder norte-coreano Kim Jong-Un.
"Esse foi o local mais ao norte da zona desmilitarizada ao qual um avião de combate americano ou um bombardeiro sobrevoou próximo ao litoral norte-coreano no século 21", disse a porta-voz do Pentágono, Dana White.
A missão efetuada por um bombardeiro B-1B e um caça F-15 "é uma demonstração da determinação americana e uma mensagem clara de que o presidente tem várias opções militares para enfrentar qualquer ameaça", afirmou White.
"Estamos prontos para usar todo o tipo de capacidade militar para defender a pátria dos EUA e nossos aliados", acrescentou.
Horas mais tarde, o chanceler norte-coreano Ri Yong Ho atacou duramente neste sábado na ONU o presidente Donald Trump, que chamou de "um transtornado mental que está repleto de megalomania".
As ameaças do presidente americano de "destruir totalmente" a Coreia do Norte fazem com que "a visita de nossos foguetes seja inevitável", alertou em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.
Ri argumentou que Trump, que pode "apertar o botão nuclear", é hoje a ameaça mais séria à paz internacional e à segurança.
Tremor de terra
Neste domingo, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, estimou no canal NTV que "os americanos não vão realizar ataques aéreos contra a Coreia (do Norte) porque (...) sabem que o país dispõe de bombas nucleares".
Segundo Lavrov, a atual crise com Pyongyang "só pode ser resolvida com tranquilidade, sugestões e persuasão".
Um tremor pouco profundo de magnitude 3,5 foi registrado no sábado na Coreia do Norte, levantando preocupações sobre um novo teste nuclear de Pyongyang. Segundo os especialistas, seria uma possível réplica sísmica do tremor causado pelo teste nuclear de 3 de setembro.
O terremoto foi classificado de explosão suspeita por especialistas chineses e de terremoto natural por Seul, mas segundo a Organização do Tratado da Proibição Completa dos Testes Nucleares (OTPCE), um organismo encarregado de detectar testes no mundo, o tremor parece ter sido uma réplica do teste de 3 de setembro.
"A hipótese mais provável neste momento é que se trata de uma consequência do acontecimento precedente, que foi de uma amplitude importante e que pode ainda ter repercussões em um zona de fratura telúrica", declarou à AFP Lassina Zerbo, chefe do órgão.
A Agência meteorológica da Coreia do Sul (KMA) considerou que se tratava de "um tremor de terra natural". Um funcionário do comando das forças americanas no Pacífico disse, sob anonimato, que "nada indica que se trate de outra cosa que não seja (um tremor) natural".
As chances de um novo teste nuclear norte-coreano contribuiu para uma escalada verbal entre Trump e Kim, apesar dos pedidos de Moscou pelo fim das provocações.
Dezenas de milhares de coreanos se manifestaram neste sábado na praça Kim Il-sung de Pyongyang em apoio ao dirigente norte-coreano.
"Kim Jong-Un da Coreia do Norte, que é obviamente um demente que não se importa de privar de comida ou assassinar seu povo, será posto à prova como nunca antes", escreveu Trump em sua conta do Twitter na sexta-feira, dia seguinte ao anúncio de novas sanções feito por Washington contra a Coreia do Norte.
Horas antes, o líder norte-coreano havia atacado Trump verbalmente, o descrevendo como "mentalmente transtornado" e ressaltando que ele "pagará caro" por sua ameaça.
Pyongyang mencionou a possibilidade de efetuar um teste de bomba H no oceano Pacífico.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.