Autoridades espanholas próximas da intervenção na Catalunha, que pode declarar independência
Barcelona, 27 Out 2017 (AFP) - O Senado espanhol abre nesta sexta-feira uma sessão extraordinária para definir a intervenção na autonomia da região da Catalunha, cujo Parlamento está a um passo de declarar a independência, um embate de consequências imprevisíveis.
Sem uma mudança política inesperada de última hora, Espanha e Catalunha entrarão em uma situação política inédita em sua história democrática.
A região, que foi ao lado do País Basco a primeira a recuperar o direito à autonomia na Espanha após o retorno da democracia, perderá de modo cautelar seu autogoverno.
Caso as medidas solicitas pelo governo do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy sejam aprovadas, a Catalunha verá seu governo destituído, uma intervenção no Parlamento regional e suas instituições controladas pelo Executivo central.
"Temos que resgatar a Catalunha" afirmou a vice-premier Soraya Sáenz de Santamaría a respeito do desafio independentista, que nos últimos dias virou uma enorme confusão política.
O presidente do governo regional catalão, Carles Puigdemont, descartou a convocação de eleições antecipadas, medida que talvez evitasse a votação no Senado, por considerar que Rajoy não apresentava garantias suficientes.
O plenário do Senado inicia oficialmente a sessão às 10H00 (6H00 Brasília), com a previsão de um discurso de Rajoy.
No Parlamento catalão, a sessão iniciada na quinta-feira será retomada às 12H00 (8H00 de Brasília) e existe a possibilidade de um discurso de Puigdemont.
O simbólico "choque de trens" das duas câmaras coincidiria durante o dia.
Enfraquecido pelas pressões de todos os lados, Puigdemont, de 54 anos, um ex-prefeito de arraigadas convicções independentistas, preferiu não convocar eleições e devolver a palavra ao Parlamento catalão.
Puigdemont considera que o Parlamento é o "depositário" do resultado do polêmico referendo de 1 de outubro, no qual 90% votaram a favor da secessão, mas com um índice de participação de 43%.
O referendo foi declarado inconstitucional pela justiça e a intervenção do governo central impediu sua realização com garantias.
O projeto independentista divide a sociedade catalã, como comprova o comparecimento de menos da metade dos eleitores às urnas no referendo.
Após a consulta, Puigdemont disse no Parlamento catalão que o "mandato popular" era claro: aprovar a independência. Em seguida suspendeu a declaração para tentar negociar os termos com Madri.
O governo de Rajoy obteve um consenso com a maioria da oposição (socialistas e liberais) para responder ao desafio com o pedido ao Senado para aplicar o artigo 155 da Constituição, que permite a suspensão de um autogoverno em nome da unidade do bem-estar da nação.
bur-jz/es
Sem uma mudança política inesperada de última hora, Espanha e Catalunha entrarão em uma situação política inédita em sua história democrática.
A região, que foi ao lado do País Basco a primeira a recuperar o direito à autonomia na Espanha após o retorno da democracia, perderá de modo cautelar seu autogoverno.
Caso as medidas solicitas pelo governo do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy sejam aprovadas, a Catalunha verá seu governo destituído, uma intervenção no Parlamento regional e suas instituições controladas pelo Executivo central.
"Temos que resgatar a Catalunha" afirmou a vice-premier Soraya Sáenz de Santamaría a respeito do desafio independentista, que nos últimos dias virou uma enorme confusão política.
O presidente do governo regional catalão, Carles Puigdemont, descartou a convocação de eleições antecipadas, medida que talvez evitasse a votação no Senado, por considerar que Rajoy não apresentava garantias suficientes.
O plenário do Senado inicia oficialmente a sessão às 10H00 (6H00 Brasília), com a previsão de um discurso de Rajoy.
No Parlamento catalão, a sessão iniciada na quinta-feira será retomada às 12H00 (8H00 de Brasília) e existe a possibilidade de um discurso de Puigdemont.
O simbólico "choque de trens" das duas câmaras coincidiria durante o dia.
Enfraquecido pelas pressões de todos os lados, Puigdemont, de 54 anos, um ex-prefeito de arraigadas convicções independentistas, preferiu não convocar eleições e devolver a palavra ao Parlamento catalão.
Puigdemont considera que o Parlamento é o "depositário" do resultado do polêmico referendo de 1 de outubro, no qual 90% votaram a favor da secessão, mas com um índice de participação de 43%.
O referendo foi declarado inconstitucional pela justiça e a intervenção do governo central impediu sua realização com garantias.
O projeto independentista divide a sociedade catalã, como comprova o comparecimento de menos da metade dos eleitores às urnas no referendo.
Após a consulta, Puigdemont disse no Parlamento catalão que o "mandato popular" era claro: aprovar a independência. Em seguida suspendeu a declaração para tentar negociar os termos com Madri.
O governo de Rajoy obteve um consenso com a maioria da oposição (socialistas e liberais) para responder ao desafio com o pedido ao Senado para aplicar o artigo 155 da Constituição, que permite a suspensão de um autogoverno em nome da unidade do bem-estar da nação.
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