Medo de fraude assombra eleições presidenciais em Honduras
Tegucigalpa, 22 Nov 2017 (AFP) - O temor de uma fraude que permita a reeleição do presidente Juan Orlando Hernández assombra as eleições de domingo em Honduras, onde especialistas colocam em dúvida a confiabilidade do sistema eletrônico de transmissão de dados.
O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), David Matamoros, prometeu celebrar eleições "livres e transparentes (...), as mais observadas da história" de Honduras, mas há quem afirme que a "fragilidade" do sistema eleitoral e a desconfiança dos opositores podem ser uma "mistura explosiva".
O influente analista Víctor Meza, investigador do Centro de Documentação de Honduras, advertiu que há um "clima de irritação" no país pela "reeleição, que é a forma encoberta e semilegal do continuísmo autoritário do presidente" Hernández.
Meza acrescentou que os conflitos se intensificaram no processo eleitoral porque os três principais candidatos "têm a certeza de que já ganharam" e "não estão dispostos a aceitar a derrota".
Hernández, do Partido Nacional (PN, direita), tem como principais adversários o acadêmico Luis Zelaya, do direitista Partido Liberal (PL) e o jornalista Salvador Nasralla, da esquerdista Aliança de Oposição contra a Ditadura.
Luis Zelaya declarou à AFP que "o único resultado que vamos reconhecer é aquele que se dê no escrutínio da mesa, que é público e que fica refletido nas atas", porque o TSE "se desacreditou sozinho".
O candidato indicou que outras janelas de fraude são as transferências de eleitores da oposição a outras zonas do país para que não apareçam nas listas quando forem votar e que tampouco foram depurados os mortos e os migrantes.
"Unida à incerteza por medo de uma fraude eleitoral, gera-se uma mistura explosiva que pode dar lugar a manifestações violentas", alertou Meza.
Segundo ele, há grupos organizados de oposição que pretendem se mobilizar para impedir uma fraude, mas o partido do governo também tem os seus. "Os dois grupos vão circular pelas seções eleitorais, provocando riscos de confronto", disse.
Ao contrário, o grupo americano Eurasia, de análise de risco, considera que "a jornada eleitoral deve transcorrer em calma, sem incidentes maiores e os protestos posteriores seriam menores", visto que "a presença de observadores vai diminuir a possibilidade de uma prolongada incerteza".
Mais de 500 observadores estrangeiros da União Europeia (UE), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de outros organismos vão vigiar as eleições de domingo.
O Eurasia destacou que "Hernández enfrentou pouca represália com sua decisão de aspirar a um segundo mandato, apesar da inconstitucionalidade" e da rejeição de 45% da população.
"Isso pode se dever a que se atribui a Hernández melhoras na situação do país", comentou.
O acadêmico e historiador Omar Turcios disse que "cabe a possibilidade, grande, de que o PN leve grupos de confronto para defender a fraude e a oposição chegue para defender o voto", o que provocaria confrontos nos redutos eleitorais.
Outro cenário, disse Turcios, é que o temor tenha sido provocado desde o poder "para assustar aos eleitores indecisos e só chegue (às urnas) o voto duro do Partido Nacional" para garantir a vitória de Hernández, mas que na verdade "as eleições transcorram em paz".
A Constituição vigente desde 1982 proíbe a reeleição, mas a Sala Constitucional da Suprema Corte acolheu um recurso apresentado por deputados governistas, o que permitiu a Hernández se lançar como candidato para um segundo mandato consecutivo.
O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), David Matamoros, prometeu celebrar eleições "livres e transparentes (...), as mais observadas da história" de Honduras, mas há quem afirme que a "fragilidade" do sistema eleitoral e a desconfiança dos opositores podem ser uma "mistura explosiva".
O influente analista Víctor Meza, investigador do Centro de Documentação de Honduras, advertiu que há um "clima de irritação" no país pela "reeleição, que é a forma encoberta e semilegal do continuísmo autoritário do presidente" Hernández.
Meza acrescentou que os conflitos se intensificaram no processo eleitoral porque os três principais candidatos "têm a certeza de que já ganharam" e "não estão dispostos a aceitar a derrota".
Hernández, do Partido Nacional (PN, direita), tem como principais adversários o acadêmico Luis Zelaya, do direitista Partido Liberal (PL) e o jornalista Salvador Nasralla, da esquerdista Aliança de Oposição contra a Ditadura.
Luis Zelaya declarou à AFP que "o único resultado que vamos reconhecer é aquele que se dê no escrutínio da mesa, que é público e que fica refletido nas atas", porque o TSE "se desacreditou sozinho".
O candidato indicou que outras janelas de fraude são as transferências de eleitores da oposição a outras zonas do país para que não apareçam nas listas quando forem votar e que tampouco foram depurados os mortos e os migrantes.
"Unida à incerteza por medo de uma fraude eleitoral, gera-se uma mistura explosiva que pode dar lugar a manifestações violentas", alertou Meza.
Segundo ele, há grupos organizados de oposição que pretendem se mobilizar para impedir uma fraude, mas o partido do governo também tem os seus. "Os dois grupos vão circular pelas seções eleitorais, provocando riscos de confronto", disse.
Ao contrário, o grupo americano Eurasia, de análise de risco, considera que "a jornada eleitoral deve transcorrer em calma, sem incidentes maiores e os protestos posteriores seriam menores", visto que "a presença de observadores vai diminuir a possibilidade de uma prolongada incerteza".
Mais de 500 observadores estrangeiros da União Europeia (UE), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de outros organismos vão vigiar as eleições de domingo.
O Eurasia destacou que "Hernández enfrentou pouca represália com sua decisão de aspirar a um segundo mandato, apesar da inconstitucionalidade" e da rejeição de 45% da população.
"Isso pode se dever a que se atribui a Hernández melhoras na situação do país", comentou.
O acadêmico e historiador Omar Turcios disse que "cabe a possibilidade, grande, de que o PN leve grupos de confronto para defender a fraude e a oposição chegue para defender o voto", o que provocaria confrontos nos redutos eleitorais.
Outro cenário, disse Turcios, é que o temor tenha sido provocado desde o poder "para assustar aos eleitores indecisos e só chegue (às urnas) o voto duro do Partido Nacional" para garantir a vitória de Hernández, mas que na verdade "as eleições transcorram em paz".
A Constituição vigente desde 1982 proíbe a reeleição, mas a Sala Constitucional da Suprema Corte acolheu um recurso apresentado por deputados governistas, o que permitiu a Hernández se lançar como candidato para um segundo mandato consecutivo.
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