Caso do submarino argentino provoca recordações amargas na Rússia
Moscou, 24 Nov 2017 (AFP) - O presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu ajuda a seu colega argentino, Mauricio Macri, na busca do submarino "San Juan", mas à medida que diminuem as esperanças de encontrar com vida os 44 tripulantes a operação provoca recordações que ele preferia esquecer.
Em 2000, poucos meses depois do ex-oficial da KGB assumir a presidência, a Rússia perdeu o "Kursk", um submarino nuclear com 118 pessoas a bordo, após uma tentativa frustrada de resgate.
O caso tem semelhanças com o que aconteceu na Argentina: uma explosão a bordo, a luta contra o tempo para salvar a tripulação, as falsas esperanças e a irritação dos familiares.
A perda do "Kursk" se tornou o maior desastre na história da Marinha russa e um enorme embaraço para Putin.
O submarino nuclear russo, que era o mais moderno da Marinha e orgulho do país, pegou fogo e explodiu em agosto de 2000, durante manobras no mar de Barents.
A causa do acidente foi a inflamação do combustível de um torpedo.
Quando o submarino afundou, o presidente estava de férias na cidade de Sochi, no Mar Negro. Putin permaneceu em silêncio durante quase uma semana e só retornou ao Kremlin após cinco dias. Demorou outros quatro para visitar o porto de Murmansk para supervisionar as tarefas de resgate.
Mas isto foi pouco. Moscou rejeitou a princípio a ajuda estrangeira, em uma decisão muito controversa.
Putin foi criticado por seu erro de julgamento e por enganar a população a respeito da operação de resgate.
A maior parte da tripulação morreu na hora, mas alguns soldados sobreviveram por alguns dias, antes da morte por asfixia, e deixaram bilhetes emocionantes para as famílias.
"Minha querida Natasha e meu filho Sasha. Caso leiam esta carta significa que morri. Amo muito vocês dois", escreveu o oficial técnico superior Andrei Borisov
"Natasha, perdão por tudo. Sashulya, seja um homem. Beijos", completava o bilhete.
Em 22 de agosto de 2000, o presidente russo se reuniu com os parentes da tripulação do "Kursk" na cidade de Vidyaevo. O encontro aconteceu a portas fechadas e algumas pessoas acusaram Putin, visivelmente nervoso.
O presidente russo atribuiu o desastre ao estado lamentável das antes poderosas Forças Armadas do país, em uma acusação a seus antecessores.
"Não sabia que as coisas estavam neste estado", afirmou Putin aos familiares irritados.
Um repórter que cobria o Kremlin, Andrei Kolesnikov, que estava no encontro, chegou a pensar que as pessoas agrediriam Putin.
"A atmosfera era muito intensa, com uma mistura de ódio, desespero e dor. Nunca havia sentido nada como aquilo em toda minha vida", afirmou o jornalista em um documentário exibido em 2015.
Depois que a televisão russa, que em 2000 era controlada pelos oligarcas, exibiu entrevistas com as viúvas dos militares do "Kursk", um indignado Putin teria afirmado a um famoso jornalista que contrataram "putas" para desacreditá-lo.
Em 2000, poucos meses depois do ex-oficial da KGB assumir a presidência, a Rússia perdeu o "Kursk", um submarino nuclear com 118 pessoas a bordo, após uma tentativa frustrada de resgate.
O caso tem semelhanças com o que aconteceu na Argentina: uma explosão a bordo, a luta contra o tempo para salvar a tripulação, as falsas esperanças e a irritação dos familiares.
A perda do "Kursk" se tornou o maior desastre na história da Marinha russa e um enorme embaraço para Putin.
O submarino nuclear russo, que era o mais moderno da Marinha e orgulho do país, pegou fogo e explodiu em agosto de 2000, durante manobras no mar de Barents.
A causa do acidente foi a inflamação do combustível de um torpedo.
Quando o submarino afundou, o presidente estava de férias na cidade de Sochi, no Mar Negro. Putin permaneceu em silêncio durante quase uma semana e só retornou ao Kremlin após cinco dias. Demorou outros quatro para visitar o porto de Murmansk para supervisionar as tarefas de resgate.
Mas isto foi pouco. Moscou rejeitou a princípio a ajuda estrangeira, em uma decisão muito controversa.
Putin foi criticado por seu erro de julgamento e por enganar a população a respeito da operação de resgate.
A maior parte da tripulação morreu na hora, mas alguns soldados sobreviveram por alguns dias, antes da morte por asfixia, e deixaram bilhetes emocionantes para as famílias.
"Minha querida Natasha e meu filho Sasha. Caso leiam esta carta significa que morri. Amo muito vocês dois", escreveu o oficial técnico superior Andrei Borisov
"Natasha, perdão por tudo. Sashulya, seja um homem. Beijos", completava o bilhete.
Em 22 de agosto de 2000, o presidente russo se reuniu com os parentes da tripulação do "Kursk" na cidade de Vidyaevo. O encontro aconteceu a portas fechadas e algumas pessoas acusaram Putin, visivelmente nervoso.
O presidente russo atribuiu o desastre ao estado lamentável das antes poderosas Forças Armadas do país, em uma acusação a seus antecessores.
"Não sabia que as coisas estavam neste estado", afirmou Putin aos familiares irritados.
Um repórter que cobria o Kremlin, Andrei Kolesnikov, que estava no encontro, chegou a pensar que as pessoas agrediriam Putin.
"A atmosfera era muito intensa, com uma mistura de ódio, desespero e dor. Nunca havia sentido nada como aquilo em toda minha vida", afirmou o jornalista em um documentário exibido em 2015.
Depois que a televisão russa, que em 2000 era controlada pelos oligarcas, exibiu entrevistas com as viúvas dos militares do "Kursk", um indignado Putin teria afirmado a um famoso jornalista que contrataram "putas" para desacreditá-lo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.