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Líbio acusado de liderar ataque em Benghazi é absolvido nos EUA

28/11/2017 21h25

Washington, 28 Nov 2017 (AFP) - O líbio acusado de liderar o ataque de 2012 em Benghazi que matou o embaixador dos Estados Unidos e outros três americanos foi absolvido nesta terça-feira (28) da acusação de homicídio, mas acabou sendo condenado por "terrorismo".

Após sete semanas de julgamento em um tribunal civil de Washington, o júri absolveu Ahmed Abu Khattala da principal acusação, os homicídios do embaixador John Christopher Stevens, de um funcionário do departamento de Estado e de dois ex-membros dos Navy Seals.

Khattala foi considerado culpado de quatro crimes: conspiração com fins terroristas, apoio ao terrorismo, destruição de propriedade americana, porte e uso de arma semiautomática.

Foi absolvido de outras 14 acusações, várias delas punidas com a prisão perpétua.

Embora o líbio de 46 anos teoricamente possa ser condenado a até 60 anos de prisão pelos quatro atos nos quais sua culpa ficou demonstrada, o veredicto desta terça-feira representa um revés para as autoridades americanas que não conseguiram convencer os 12 jurados de que Abu Khattala foi o mentor do ataque em Benghazi.

Seus advogados o apresentaram como um homem religioso e conservador, rechaçando que ele tivesse um ódio persistente com o Ocidente.

O julgamento também foi visto como um teste para as práticas de levar suspeitos de forma forçada aos Estados Unidos e julgá-los em cortes civis.

O ataque de 2012, no aniversário dos atentados de 11 de setembro, foi realizado por 20 homens armados com granadas e armas longas.

A morte de Stevens comoveu os americanos e se tornou alvo de uma investigação politicamente muito carregada da maioria republicana no Congresso sobre Hillary Clinton, a então secretária de Estado, acusada de não proteger os diplomatas.

Khattala foi capturado em 2014 em um ataque das forças especiais dos Estados Unidos, e depois foi interrogado durante uma semana em um navio da Marinha antes de ser levado aos Estados Unidos.

Sua captura e a argumentação legal se fundamentaram em um informante líbio, sócio de Khattala, que eventualmente recebeu sete milhões de dólares e asilo nos Estados Unidos.

Não foi fixada uma data para sua sentença.