Para driblar hiperinflação, bairro de Caracas cria moeda com imagem de Chávez
Moradores de um bairro de Caracas lançaram sua própria moeda, com o rosto do finado presidente Hugo Chávez, para driblar a hiperinflação que atinge a Venezuela.
A moeda, chamada de "panal", circula desde dezembro no bairro 23 de Enero - tradicional feudo chavista - com notas de um, cinco e dez, tendo a mais alta a efígie de Chávez, que equivale a 50 mil bolívares, valor suficiente apenas para se comprar um litro de leite no restante do país.
"Isto vai facilitar o dinheiro que não se consegue nem nos bancos. Nos dará uma folga", disse à AFP Noé Vega, na fila para adquirir 10 "panales" e comprar três quilos de arroz.
Fora da chamada "Comuna Socialista Panal 2021", onde surgiu a moeda, Noé teria que pagar 180 mil bolívares (40% do salário mínimo venezuelano) pelos três quilos.
Para obter os "panales", o encanador de 67 anos passou seu cartão de débito em um caixa eletrônico e recebeu notas com as quais também poderá comprar pão e açúcar.
A Venezuela está envolvida em uma espiral hiperinflacionária que, segundo analistas, superará os 2.000% em 2017.
"Não é uma moeda paralela ao bolívar, o único paralelo aqui é o dólar criminoso (no câmbio negro)", disse à imprensa Robert Longa, membro da Panal 2021.
Longa concorda com a versão do presidente Nicolás Maduro de que a crise obedece a uma "guerra econômica" para derrubá-lo e que inclui pressões especulativas para pressionar o bolívar e promover a escassez.
A economista Tamara Herrera disse que a falta de cédulas é produto da redução "da impressão de papel moeda" e da impossibilidade de se "adaptar o cone monetário à velocidade da inflação".
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