Partidos catalães correm contra o tempo em campanha atípica
Barcelona, 19 dez 2017 (AFP) - Com um ato em frente a uma prisão e uma videoconferência na Bélgica de Carles Puigdemont, os partidos separatistas catalães terminaram nesta terça-feira (19) uma atípica campanha eleitoral pedindo a mobilização dos seus seguidores diante do risco de derrota.
"Essas não são eleições normais", avisou Puigdemont pela tela em um comício virtual transmitido em 100 pontos diferentes da região no último dia de campanha de seu partido, Juntos pela Catalunha (centro direita).
"Não está em jogo quem ganha as eleições, mas se ganha o país ou ganha (Mariano) Rajoy", chefe do governo espanhol que o destituiu há um mês e meio do cargo e interveio na autonomia da Catalunha.
Esta atuação permitiu deixar sem efeito a declaração unilateral de independência feita em 27 de outubro pela maioria separatista do Parlamento catalão, que também foi dissolvido pelo Executivo espanhol.
Na quinta-feira, os catalães estão convocados a renovar os 135 deputados da Câmara regional. E se nas eleições de 2015 os independentistas obtiveram 72 cadeiras, desta vez sua maioria absoluta está por um fio.
Segundo a maior parte das pesquisas, há uma igualdade entre os blocos separatista e unionista, cujo máximo expoente, Cidadãos, uma formação nascida há 11 anos para combater o nacionalismo catalão, poderia ganhar essas eleições.
"Estamos muito perto de poder cumprir com um sonho (...). Vamos acordar desse pesadelo na próxima quinta-feira", afirmou Inés Arrimadas, candidata do partido e atual líder da oposição em um bairro operário de Barcelona.
"Não queremos a república, queremos ficar unidos com a Espanha", disse à AFP Miguel Carrillo, de 62 anos, que mudará seu habitual voto no Partido Popular, de Rajoy, para o Cidadãos.
A fuga de votos levou o chefe de governo a se instalar nos últimos dias na Catalunha e tentar evitar a ruína de seu partido, que poderá ficar em último lugar.
"O PP é o voto a favor da liberdade, da paz social, da lei, da concórdia, da Constituição espanhola, a favor da pluralidade e a favor da Catalunha, Espanha e Europa", disse ao fim da campanha em Barcelona.
- Campanha em frente à prisão -A campanha esteve marcada pela situação judicial dos líderes independentistas, investigados por rebelião, sedição e malversação, após impulsionarem o processo de secessão e realizarem o referendo de autodeterminação ilegal de 1º de outubro.
Puigdemont e outros quatro membros do governo destituído estão na Bélgica e sob ordem de prisão se voltarem à Espanha. Outros dois companheiros estão na cadeia, assim como os presidentes de duas associações separatistas.
Entre os presos está o vice-presidente Oriol Junqueras, candidato do partido Esquerda Republicana (ERC) e principal adversário de Puigdemont para liderar o bloco independentista.
O ERC disputa a vitória com o Cidadãos e tem a oportunidade de governar a região pela primeira vez desde a Segunda República espanhola (1931-1939).
No último dia de campanha, o partido quis homenagear seu líder preso com um ato em frente a sua prisão em Madri, e um comício final em seu povoado, Sant Vicenç dels Horts, a 20 quilômetros de Barcelona.
"Não deixaram Oriol Junqueras participar da campanha eleitoral porque eles têm medo", assegurou sua número dois, Marta Rovira, enquanto os cerca de 2.000 participantes gritavam "liberdade".
"O que é isso de trancar ideias na prisão? Isso não é a nossa república", insistiu.
O conflito político na Catalunha se agravou nos últimos meses com a realização do referendo, reprimido duramente pela Polícia, e a declaração de secessão, arrastando o país para sua pior crise em décadas.
Concentrados em denunciar a intervenção do governo espanhol e a prisão de seus líderes, os separatistas parecem ter afastado por enquanto seu plano de ruptura unilateral após a frustrada declaração de independência de 27 de outubro.
Nenhum país reconheceu a nova república, mais de 3.000 empresas mudaram sua sede social da Catalunha e a divisão da sociedade em relação a essa questão se agravou, ocorrendo grandes manifestações de ambos os lados em Barcelona.
As negociações pós-eleitorais devem ser longas diante da fragmentação eleitoral e da necessidade de acordos entre vários partidos heterogêneos.
"Essas não são eleições normais", avisou Puigdemont pela tela em um comício virtual transmitido em 100 pontos diferentes da região no último dia de campanha de seu partido, Juntos pela Catalunha (centro direita).
"Não está em jogo quem ganha as eleições, mas se ganha o país ou ganha (Mariano) Rajoy", chefe do governo espanhol que o destituiu há um mês e meio do cargo e interveio na autonomia da Catalunha.
Esta atuação permitiu deixar sem efeito a declaração unilateral de independência feita em 27 de outubro pela maioria separatista do Parlamento catalão, que também foi dissolvido pelo Executivo espanhol.
Na quinta-feira, os catalães estão convocados a renovar os 135 deputados da Câmara regional. E se nas eleições de 2015 os independentistas obtiveram 72 cadeiras, desta vez sua maioria absoluta está por um fio.
Segundo a maior parte das pesquisas, há uma igualdade entre os blocos separatista e unionista, cujo máximo expoente, Cidadãos, uma formação nascida há 11 anos para combater o nacionalismo catalão, poderia ganhar essas eleições.
"Estamos muito perto de poder cumprir com um sonho (...). Vamos acordar desse pesadelo na próxima quinta-feira", afirmou Inés Arrimadas, candidata do partido e atual líder da oposição em um bairro operário de Barcelona.
"Não queremos a república, queremos ficar unidos com a Espanha", disse à AFP Miguel Carrillo, de 62 anos, que mudará seu habitual voto no Partido Popular, de Rajoy, para o Cidadãos.
A fuga de votos levou o chefe de governo a se instalar nos últimos dias na Catalunha e tentar evitar a ruína de seu partido, que poderá ficar em último lugar.
"O PP é o voto a favor da liberdade, da paz social, da lei, da concórdia, da Constituição espanhola, a favor da pluralidade e a favor da Catalunha, Espanha e Europa", disse ao fim da campanha em Barcelona.
- Campanha em frente à prisão -A campanha esteve marcada pela situação judicial dos líderes independentistas, investigados por rebelião, sedição e malversação, após impulsionarem o processo de secessão e realizarem o referendo de autodeterminação ilegal de 1º de outubro.
Puigdemont e outros quatro membros do governo destituído estão na Bélgica e sob ordem de prisão se voltarem à Espanha. Outros dois companheiros estão na cadeia, assim como os presidentes de duas associações separatistas.
Entre os presos está o vice-presidente Oriol Junqueras, candidato do partido Esquerda Republicana (ERC) e principal adversário de Puigdemont para liderar o bloco independentista.
O ERC disputa a vitória com o Cidadãos e tem a oportunidade de governar a região pela primeira vez desde a Segunda República espanhola (1931-1939).
No último dia de campanha, o partido quis homenagear seu líder preso com um ato em frente a sua prisão em Madri, e um comício final em seu povoado, Sant Vicenç dels Horts, a 20 quilômetros de Barcelona.
"Não deixaram Oriol Junqueras participar da campanha eleitoral porque eles têm medo", assegurou sua número dois, Marta Rovira, enquanto os cerca de 2.000 participantes gritavam "liberdade".
"O que é isso de trancar ideias na prisão? Isso não é a nossa república", insistiu.
O conflito político na Catalunha se agravou nos últimos meses com a realização do referendo, reprimido duramente pela Polícia, e a declaração de secessão, arrastando o país para sua pior crise em décadas.
Concentrados em denunciar a intervenção do governo espanhol e a prisão de seus líderes, os separatistas parecem ter afastado por enquanto seu plano de ruptura unilateral após a frustrada declaração de independência de 27 de outubro.
Nenhum país reconheceu a nova república, mais de 3.000 empresas mudaram sua sede social da Catalunha e a divisão da sociedade em relação a essa questão se agravou, ocorrendo grandes manifestações de ambos os lados em Barcelona.
As negociações pós-eleitorais devem ser longas diante da fragmentação eleitoral e da necessidade de acordos entre vários partidos heterogêneos.
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