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Dissidente chinês condenado a oito anos de prisão por subversão

26/12/2017 06h17

Tianjin, China, 26 dez 2017 (AFP) - Um dissidente chinês foi condenado nesta terça-feira a oito anos de prisão, a sentença mais severa imposta a um defensor dos direitos humanos desde a reeleição de Xi Jinping como presidente da China em outubro.

Wu Gan, detido em maio de 2015 quando trabalhava em um escritório de advocacia de Pequim, foi condenado por um tribunal da cidade de Tianjin (norte) por tentativa de "subversão", afirmou à AFP seu advogado, Ge Yongxi, do lado de fora do palácio de justiça, ao qual a imprensa estrangeira não teve acesso.

A sentença parece ser a mais severa contra dissidentes na China desde junho de 2016, quando dois membros do Partido Democrático chinês, Lu Gengsong e Chen Shuqing, foram condenados, respectivamente, a 11 e 10 anos e meio de prisão pelo mesmo motivo.

Também é a maior condenação desde o Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), quando o presidente Xi pediu a "defesa da autoridade do partido e do sistema socialista chinês e a oposição categórica a qualquer palavra ou ação que os abalem".

Wu Gan, de 44 anos, foi detido em 2015 durante uma série de prisões de quase 200 advogados, juristas e ativistas que tratavam de casos delicados. Muitos foram liberados, mas vários foram processados. Wu Gan é agora o réu com a maior condenação do grupo de dissidentes conhecido como "709".

Outro membro do grupo, o advogado Xie Yang, também foi condenado nesta terça-feira por subversão por um tribunal de Shangsha (centro), mas os juízes decidiram suspender a pena por seu "arrependimento" e porque os crimes não provocaram danos graves à sociedade, de acordo com um vídeo da audiência divulgado na rede social Weibo.

Depois de permanecer incomunicável por seis meses, Xie Yang, por meio de seus advogados, acusou a polícia chinesa de tortura, o que provocou as críticas de vários países ocidentais no início do ano.

Xie Yang se retratou das acusações e se declarou culpado durante o processo em maio. Nesta terça-feira, no tribunal, pediu desculpas por ter induzido a opinião ao erro "sobre a questão da tortura".

Sua mulher e as duas filhas abandonaram a China clandestinamente no início do ano e se mudaram para os Estados Unidos.

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