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EUA acusa Abbas de não ter coragem para alcançar a paz

25/01/2018 19h17

Nações Unidas, Estados Unidos, 25 Jan 2018 (AFP) - A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, criticou diretamente o líder palestino Mahmud Abbas nesta quinta-feira, acusando-o no Conselho de Segurança de não ter a coragem necessária para alcançar um acordo de paz.

Haley falou pouco depois que o presidente Donald Trump insistiu que os palestinos "faltaram com o respeito" aos Estados Unidos e lançou uma nova ameaça de cortar a ajuda econômica durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Davos, na Suíça.

Os Estados Unidos continuam estando "profundamente comprometidos" com um acordo de paz israelense-palestino, disse a diplomata, "mas não vamos perseguir uma liderança palestina que não tem o que precisa para alcançar a paz".

"Para conseguir resultados históricos, precisamos de líderes valentes", acrescentou.

Haley, que defendeu de maneira contundente Israel nas Nações Unidas, disse que Abbas "insultou" Trump.

Abbas cancelou uma esperada reunião com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para protestar pela decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital israelense. Os palestinos consideram que essa cidade seria a capital de seu futuro Estado.

No Conselho de Segurança, o embaixador palestino, Riyad Mansour, disse que a busca da paz tem sido "o trabalho de toda a vida" de Abbas e sugeriu que os ataques contra o líder palestino são uma forma de "demonização".

Mansour disse que o rechaço palestino à decisão americana sobre Jerusalém "não tinha a intenção de 'desrespeitar'", mas que, ao contrário, foi uma "posição ancorada no completo respeito à lei, e aos princípios de justiça e equidade".

O Conselho de Segurança se reuniu para discutir as tensões israelenses-palestinas pela primeira vez desde que a Assembleia Geral rejeitou, com 128 votos a favor, 9 contra e 35 abstenções, a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

A posição de Washington rompeu com décadas de consenso internacional segundo o qual o status da cidade deveria definir-se como parte de um acordo entre Israel e os palestinos que vislumbre dois Estados.