Bolivianos vão às ruas a favor e contra recandidatura de Morales
La Paz, 21 Fev 2018 (AFP) - Manifestações a favor e contra a nova candidatura do presidente Evo Morales para um quarto mandato consecutivo foram registradas nesta quarta-feira (21) na Bolívia, em um reflexo da polarização política vivida no país.
Por conta dos protestos, as principais cidades bolivianas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, amanheceram com bloqueios de ruas e avenidas por parte de vizinhos e ativistas.
Entretanto, a Polícia tentava normalizar o transporte público e chegou a lançar, esporadicamente, bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
"O povo boliviano está mobilizado, há um sentimento de fazer respeitar o voto e a democracia", declarou Luis Fernando Camacho, dirigente do poderoso comitê civil da região de Santa Cruz, a mais próspera do país, e contrário à reeleição de Morales.
O ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, admitiu a efetividade dos bloqueios de ruas, mas minimizou a quantidade de participantes: "se caracterizam por não serem maciços, mas pequenos grupos", apontou.
Em alguns bairros de La Paz foram registradas ameaças de confrontos entre opositores e governistas. Estes últimos também marcharam de vários pontos para apoiar uma nova reeleição de Morales.
As mobilizações são realizadas dois anos depois de um referendo que negou ao presidente de esquerda, por uma margem estreita, sua aspiração de concorrer novamente à reeleição.
Apesar desse resultado, o governo conseguiu em novembro que o Tribunal Constitucional aprovasse uma nova candidatura de Morales, de 58 anos e no poder desde 2006, o que gerou reclamações de diferentes setores e mobilizações da oposição.
O presidente se autoproclamou em dezembro candidato para as eleições de 2019.
- 'Vamos defender este processo' -O governante Movimento ao Socialismo (MAS) organizou maciças concentrações na noite de terça-feira em Santa Cruz e nesta quarta-feira em La Paz e Cochabamba em apoio à candidatura de Morales.
"Nós vamos defender esse processo, vamos governar entre nós, não podemos ser governados pelo Fundo Monetário Internacional", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, o aimará Eugenio Rojas, durante uma concentração em La Paz.
Morales, que também é aimará, chegou ao poder com 54% dos votos, e revalidou seu mandato mais duas vezes (2010-2015 e 2015-2020) com votações similares.
Entretanto, uma pesquisa recente do jornal Página Sete, o qual o governo considera opositor, disse que a popularidade de Morales caiu 22%.
Para as duas últimas eleições, o governo conseguiu, com a ajuda dos tribunais de justiça, interpretações legais para que Morales pudesse voltar a se candidatar, apesar da oposição ter questionado sua legalidade.
- Indulgência 'perdida por Maduro' -"Morales ainda goza de certa indulgência internacional, que já foi perdida por (Nicolás) Maduro pelo uso da força para neutralizar movimentos contestatórios", disse à AFP o analista político Jorge Lazarte.
No entanto, o especialista não descartou que setores rígidos do governo optem por pressionar para se manter no poder e usar policiais e militares para reprimir as manifestações da oposição.
"Está nas mãos de Evo Morales decidir o que fazer: preservar seu legado, deixando sua aspiração de recandidatura, ou continuar (no governo) com um alto custo" político, expressou Lazarte.
Por conta dos protestos, as principais cidades bolivianas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, amanheceram com bloqueios de ruas e avenidas por parte de vizinhos e ativistas.
Entretanto, a Polícia tentava normalizar o transporte público e chegou a lançar, esporadicamente, bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
"O povo boliviano está mobilizado, há um sentimento de fazer respeitar o voto e a democracia", declarou Luis Fernando Camacho, dirigente do poderoso comitê civil da região de Santa Cruz, a mais próspera do país, e contrário à reeleição de Morales.
O ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, admitiu a efetividade dos bloqueios de ruas, mas minimizou a quantidade de participantes: "se caracterizam por não serem maciços, mas pequenos grupos", apontou.
Em alguns bairros de La Paz foram registradas ameaças de confrontos entre opositores e governistas. Estes últimos também marcharam de vários pontos para apoiar uma nova reeleição de Morales.
As mobilizações são realizadas dois anos depois de um referendo que negou ao presidente de esquerda, por uma margem estreita, sua aspiração de concorrer novamente à reeleição.
Apesar desse resultado, o governo conseguiu em novembro que o Tribunal Constitucional aprovasse uma nova candidatura de Morales, de 58 anos e no poder desde 2006, o que gerou reclamações de diferentes setores e mobilizações da oposição.
O presidente se autoproclamou em dezembro candidato para as eleições de 2019.
- 'Vamos defender este processo' -O governante Movimento ao Socialismo (MAS) organizou maciças concentrações na noite de terça-feira em Santa Cruz e nesta quarta-feira em La Paz e Cochabamba em apoio à candidatura de Morales.
"Nós vamos defender esse processo, vamos governar entre nós, não podemos ser governados pelo Fundo Monetário Internacional", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, o aimará Eugenio Rojas, durante uma concentração em La Paz.
Morales, que também é aimará, chegou ao poder com 54% dos votos, e revalidou seu mandato mais duas vezes (2010-2015 e 2015-2020) com votações similares.
Entretanto, uma pesquisa recente do jornal Página Sete, o qual o governo considera opositor, disse que a popularidade de Morales caiu 22%.
Para as duas últimas eleições, o governo conseguiu, com a ajuda dos tribunais de justiça, interpretações legais para que Morales pudesse voltar a se candidatar, apesar da oposição ter questionado sua legalidade.
- Indulgência 'perdida por Maduro' -"Morales ainda goza de certa indulgência internacional, que já foi perdida por (Nicolás) Maduro pelo uso da força para neutralizar movimentos contestatórios", disse à AFP o analista político Jorge Lazarte.
No entanto, o especialista não descartou que setores rígidos do governo optem por pressionar para se manter no poder e usar policiais e militares para reprimir as manifestações da oposição.
"Está nas mãos de Evo Morales decidir o que fazer: preservar seu legado, deixando sua aspiração de recandidatura, ou continuar (no governo) com um alto custo" político, expressou Lazarte.
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