Rebeldes sírios deixam emocionados penúltimo reduto em Ghuta
Harasta, Síria, 25 Mar 2018 (AFP) - Aos prantos, os rebeldes sírios saíam neste domingo (25) de seu enclave na Ghuta Oriental, destruída pelas bombas, cinco semanas depois do começo da ofensiva do governo, que já controla 90% do território desta região próxima a Damasco.
As forças rebeldes da zona, sitiada desde 2013, aceitaram abandonar suas posições e se retirar para a província de Idlib (noroeste), que ainda está fora do controle do governo.
Um primeiro comboio de 26 ônibus deixou o enclave neste domingo em direção a Idlib, graças a um acordo apadrinhado pela Rússia, aliada do regime sírio.
Ao todo, 5.247 combatentes acompanhados de suas famílias e outro civis embarcaram em 77 ônibus para deixar Ghuta, segundo a agência oficial Sana.
"Decidi ir para salvar a vida de minha esposa e meus filhos. Mas voltarei a Ghuta para combater o regime", prometeu Abu Mohamad, rebelde de 27 anos.
Na cidade de Arbin, dezenas de combatentes, mas também civis, reuniram neste domingo seus pertences para subir nos ônibus em direção a Idlib.
"Abandonamos nossos lares, não temos dinheiro e quase nem roupa para levar por culpa dos bombardeios", disse à AFP Hamza Abas, um civil.
"Decidi partir, pois como posso aceitar viver com as pessoas que massacraram minha família e meus amigos?", disse este homem oriundo de Zamalka, mas que chegou a Arbin para ser retirado.
No sábado, quase mil combatentes do grupo rebelde Faylaq al-Rahman e suas famílias deixaram Arbin. Após serem inspecionados (os combatentes deviam deixar a maior parte de suas armas), os evacuados foram para os ônibus, onde havia um soldado russo. Moscou supervisiona a operação diretamente.
Neste domingo, chegaram a Qalaat al-Madiq, na província de Hama, uma escala a caminho de Idlib, segundo um correspondente da AFP.
- Partir, ou morrer -No total, cerca de sete mil pessoas devem deixar Arbin e outros locais deste que é o penúltimo enclave rebelde perto de Damasco. Este acordo também inclui o bairro de Jobar, em Damasco, até então controlado pelo grupo islamita Faylaq al-Rahman.
Quando essa retirada terminar, os rebeldes estarão presentes apenas em um enclave, ao redor da cidade de Duma, controlado pelo grupo islamita Jaish al-Islam. Negociações estão sendo realizadas para uma eventual evacuação dos combatentes.
Mais de 1.600 civis morreram nos bombardeios desde 18 de fevereiro, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que também registrou a morte de 485 soldados do governo e de 310 rebeldes.
- Reconquista -Em dez dias, 107 mil civis fugiram dos combates em Ghuta para as zonas controladas pelo governo, usando corredores humanitários. O enclave rebelde tinha cerca de 400 mil habitantes antes da ofensiva.
No início do ano, o governo sírio estabeleceu como prioridade a reconquista de Ghuta Oriental, zona de onde os rebeldes disparam obuses e foguetes sobre Damasco. No sábado, um menino de 12 anos morreu por um disparo, segundo a agência de notícias oficial Sana.
"Os habitantes de Damasco contarão a seus filhos durante décadas como salvaram a cidade", proclamou em meados de março o presidente sírio, quando visitou as tropas que participavam da ofensiva em Ghuta.
As forças rebeldes da zona, sitiada desde 2013, aceitaram abandonar suas posições e se retirar para a província de Idlib (noroeste), que ainda está fora do controle do governo.
Um primeiro comboio de 26 ônibus deixou o enclave neste domingo em direção a Idlib, graças a um acordo apadrinhado pela Rússia, aliada do regime sírio.
Ao todo, 5.247 combatentes acompanhados de suas famílias e outro civis embarcaram em 77 ônibus para deixar Ghuta, segundo a agência oficial Sana.
"Decidi ir para salvar a vida de minha esposa e meus filhos. Mas voltarei a Ghuta para combater o regime", prometeu Abu Mohamad, rebelde de 27 anos.
Na cidade de Arbin, dezenas de combatentes, mas também civis, reuniram neste domingo seus pertences para subir nos ônibus em direção a Idlib.
"Abandonamos nossos lares, não temos dinheiro e quase nem roupa para levar por culpa dos bombardeios", disse à AFP Hamza Abas, um civil.
"Decidi partir, pois como posso aceitar viver com as pessoas que massacraram minha família e meus amigos?", disse este homem oriundo de Zamalka, mas que chegou a Arbin para ser retirado.
No sábado, quase mil combatentes do grupo rebelde Faylaq al-Rahman e suas famílias deixaram Arbin. Após serem inspecionados (os combatentes deviam deixar a maior parte de suas armas), os evacuados foram para os ônibus, onde havia um soldado russo. Moscou supervisiona a operação diretamente.
Neste domingo, chegaram a Qalaat al-Madiq, na província de Hama, uma escala a caminho de Idlib, segundo um correspondente da AFP.
- Partir, ou morrer -No total, cerca de sete mil pessoas devem deixar Arbin e outros locais deste que é o penúltimo enclave rebelde perto de Damasco. Este acordo também inclui o bairro de Jobar, em Damasco, até então controlado pelo grupo islamita Faylaq al-Rahman.
Quando essa retirada terminar, os rebeldes estarão presentes apenas em um enclave, ao redor da cidade de Duma, controlado pelo grupo islamita Jaish al-Islam. Negociações estão sendo realizadas para uma eventual evacuação dos combatentes.
Mais de 1.600 civis morreram nos bombardeios desde 18 de fevereiro, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que também registrou a morte de 485 soldados do governo e de 310 rebeldes.
- Reconquista -Em dez dias, 107 mil civis fugiram dos combates em Ghuta para as zonas controladas pelo governo, usando corredores humanitários. O enclave rebelde tinha cerca de 400 mil habitantes antes da ofensiva.
No início do ano, o governo sírio estabeleceu como prioridade a reconquista de Ghuta Oriental, zona de onde os rebeldes disparam obuses e foguetes sobre Damasco. No sábado, um menino de 12 anos morreu por um disparo, segundo a agência de notícias oficial Sana.
"Os habitantes de Damasco contarão a seus filhos durante décadas como salvaram a cidade", proclamou em meados de março o presidente sírio, quando visitou as tropas que participavam da ofensiva em Ghuta.
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