Topo

Presidente eleito do Paraguai fica sem maioria absoluta no Senado

O presidente recém-eleito do Paraguai, Mario Abdo Benítez - Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP
O presidente recém-eleito do Paraguai, Mario Abdo Benítez Imagem: Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

Asunción

23/04/2018 19h23

O presidente eleito do Paraguai, Mario Abdo Benítez, não conseguiu maioria absoluta no Senado, motivo pelo qual será forçado a buscar alianças durante seu mandato de cinco anos - de acordo com números divulgados pelo Tribunal Eleitoral nesta segunda-feira (23).

Na eleição dos 45 membros do Senado no domingo (22), o Partido Colorado de Abdo  Benítez obteve 18 cadeiras, contra 13 do Partido Liberal do opositor Efraín Alegre, enquanto outras forças compartilharam os votos restantes.

Para ter maioria, o governo precisava de 23 assentos no Senado.

A Frente Guasú (Frente Ampla, de esquerda) ficou com seis vagas, e as siglas independentes Pátria Querida e Façamos conquistaram três e dois assentos, respectivamente.

Os partidos Democrático (centro-esquerda), Unace (direita governista) e Cruzada Nacional (independente) conquistaram uma cadeira cada.

A bancada governista no Senado será liderada pelo atual presidente, o empresário do tabaco Horacio Cartes, e também será integrada pelo vice-presidente, Juan Afara, e pelo ex-presidente Nicanor Duarte (2003-2008).

O atual presidente do Senado, o ex-bispo católico e ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo (2008-2013), líder da Frente Guasú, advertiu que a oposição não permitirá que Cartes, Afara e Duarte prestem juramento.

A Constituição paraguaia estabelece que os chefes de Estado "serão senadores vitalícios", categoria que lhes concede direito a voz, mas não ao voto nas sessões da Casa.

Com o voto de seis de seus nove membros, a Suprema Corte de Justiça determinou que todos têm o direito de tomar posse como senadores ativos, com voz e voto.

Em sua campanha eleitoral, o presidente eleito prometeu desmantelar o Poder Judicial.

"Temos que construir uma Justiça forte, independente, corajosa e justa. É a perna manca da nossa democracia. A impunidade e a corrupção são cânceres que temos que enfrentar com toda nossa coragem. Vou liderar o processo de despolitizar a Justiça paraguaia", disse o presidente eleito à AFP.

Com uma margem de apenas 3,7 pontos, o novo presidente venceu, no domingo, o opositor Efraín Alegre, candidato de uma coalizão de esquerda.