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Possibilidade de união aduaneira após o Brexit divide Reino Unido

26/04/2018 16h25

Londres, 26 Abr 2018 (AFP) - Deputados britânicos criticaram nesta quinta-feira (26) a decisão do governo de abandonar a união aduaneira após o Brexit, em um debate no Parlamento que ilustra a crescente disputa entre essas duas posições, inclusive dentro da maioria conservadora.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, insiste em abandonar a união aduaneira e o mercado único para poder negociar livremente acordos comerciais, especialmente com os Estados Unidos e os países da Commonwealth.

Contudo, a União Europeia (UE) representa quase metade do comércio exterior britânico, o que desperta temores de um prejuízo exagerado com a alteração.

"Talvez precisemos de anos para negociar novas alianças comerciais, e romper repentinamente as que já existem seria muito prejudicial para nossos empregos e nossos cidadãos", declarou a deputada trabalhista Yvette Cooper.

A conservadora Anna Soubry, pró-UE, insistiu nesta ideia, classificando como "perverso" o fato de o Reino Unido querer "levantar toda uma série de barreiras [...] para a melhor área de livre-comércio" do mundo.

O debate desta quinta foi simbólico, pois não houve votação. Mas ele antecipou uma oposição que May pode enfrentar no mês que vem, quando apresentar aos deputados o projeto de saída do Reino Unido da UE.

O texto sofreu emendas, na semana passada, na Câmara dos Lordes, que incluíram a possibilidade de o Reino Unido permanecer na união aduaneira.

O governo espera anular esta emenda na Câmara dos Deputados, mas isso não é garantido, caso os opositores de um Brexit duro de todas as correntes se unam.

A manutenção da união aduaneira também é apontada como solução para a complexa situação da fronteira irlandesa, pois permitiria evitar o restabelecimento de controles fronteiriços entre a Irlanda (membro da UE) e a província britânica da Irlanda do Norte.

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