EUA reforçam sanções contra a Venezuela após 'farsa' eleitoral
Os Estados Unidos aumentaram, nesta segunda-feira (21), a pressão financeira sobre a Venezuela, dificultando a venda de ativos estatais, como os da petroleira PDVSA, após a reeleição do presidente Nicolás Maduro em uma votação descrita como "farsa" por Washington.
O presidente Donald Trump assinou nesta segunda um decreto que proíbe os americanos de comprar títulos da dívida venezuelana, entre eles o da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), crucial para a economia do país sul-americano.
A ordem-executiva publicada pelo Departamento do Tesouro abarca todas as transações de dívida com o governo venezuelano ou empresas estatais, inclusive notas conhecidas como "contas a cobrar".
Funcionários de alto escalão do governo americano disseram que esses instrumentos tinham sido utilizados por Caracas para obter receitas, diante da necessidade de dinheiro.
O senador republicano Marco Rubio, crítico aberto de Maduro, comemorou a decisão de Trump.
O presidente "acaba de impor novas sanções que restringem a capacidade do regime de ganhar comissões através da venda de ativos do Estado e que proíbem comprar qualquer dívida com o governo da Venezuela", disse no Twitter.
Segundo a especialista em assuntos latino-americanos Andrea Saldarriaga, "ao enfrentar o tema da dívida e os efeitos colaterais da mesma, os Estados Unidos buscam reduzir a liquidez tanto do governo da Venezuela, quanto das pessoas que são donas de algum tipo de dívida deste país".
"Assim, reduzem a marcha de manobra do governo e de seus seguidores ou aliados no mercado dos Estados Unidos e, consequentemente, nos mercados internacionais", explicou à AFP.
O governo de Trump tinha prometido mais cedo "medidas econômicas e diplomáticas rápidas" para contribuir para o retorno da democracia na Venezuela, após classificar como "farsa" a votação do domingo.
"Os Estados Unidos não vão ficar de braços cruzados enquanto a Venezuela desmorona e a miséria de seu povo valente continua", disse o vice-presidente Mike Pence.
De acordo com as autoridades eleitorais, Maduro venceu com 68% dos votos, superando seu rival mais próximo, Henri Falcón, que obteve 21%. A taxa de abstenção foi de 52%, um máximo histórico.
Quatorze países americanos do chamado Grupo de Lima decidiram nesta segunda-feira convocar seus embaixadores na Venezuela para consultas e agir para bloquear fundos internacionais destinados a Caracas.
Os Estados Unidos, que desde março 2015 veem a Venezuela como uma "ameaça à segurança nacional", já aplicaram uma série de medidas contra dezenas de funcionários e ex-funcionários venezuelanos, inclusive Maduro e outras autoridades, acusando-os de corrupção e tráfico de drogas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.