Trump cancela reunião com Kim Jong-un e mantém 'pressão máxima'
Washington, 24 Mai 2018 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira (24) uma esperada cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de junho em Singapura, enquanto anunciou a continuidade das sanções e a "pressão máxima" sobre Pyongyang.
"Infelizmente, com base na tremenda raiva e aberta hostilidade demonstradas em suas declarações mais recentes, sinto que é inapropriado, neste momento, ter este encontro tão longamente planejado", expressou Trump em uma carta a Kim, divulgada pela Casa Branca.
Por este motivo, completa o presidente americano, "pelo bem dos dois países, mas em detrimento de todo mundo, (a reunião) não vai acontecer".
O gesto de Trump representa uma mudança de rumo em meio a um processo de aproximação que deixou a comunidade internacional em suspenso diante da possibilidade real de uma solução negociada para as tensões na península coreana.
- Lamentos generalizados -A notícia do cancelamento da reunião foi divulgada poucas horas depois de a agência de notícias norte-coreana KCNA assegurar que Pyongyang havia desmantelado e demolido de forma "completa" um centro de testes nucleares, algo que o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou, apesar de lamentar a ausência de especialistas internacionais.
Guterres também se disse "profundamente preocupado" com a anulação da reunião e exortou "todas as partes a manter o diálogo para encontrar uma via para a desnuclearização pacífica e verificável na península coreana".
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, afirmou que "lamenta profundamente" a decisão de Trump e que "a desnuclearização da península coreana e a paz permanente é uma tarefa histórica que não pode ser cancelada ou atrasada".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, comentou que sem uma cúpula a pacificação da península será muito "difícil".
"Contávamos que fosse um passo importante até uma distensão na península coreana e o inícido de uma desnuclearização", disse Putin em entrevista coletiva.
"É pouco provável que possamos alcançar um avanço considerável (...) no processo de desnuclearização" da península, acrescentou.
Uma porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, assinalou sua "decepção" pelo anúncio e apontou a necessidade de uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível da península coreana".
- 'Momento verdadeiramente triste' -De acordo com Trump, o mundo em geral e a Coreia do Norte em particular "perderam uma grande oportunidade" de construir uma paz duradoura. "Esta oportunidade perdida é um momento verdadeiramente triste na história", destacou.
E aproveitou para fazer uma ameaça velada a Kim: "você se refere a suas capacidades nucleares, mas as nossas são tão grandes e potentes que rezo a Deus que nunca tenha que utilizá-las".
Entretanto, mencionou ter sentido que "um magnífico diálogo estava sendo construído entre eu e você, e, em última instância, é só esse diálogo que importo. Espero ansiosamente conhecê-lo algum dia".
Posteriormente, na Casa Branca, adiantou que as sanções e a campanha de "pressão máxima" contra Pyongyang vão ser mantidas.
"As sanções, as mais rígidas já impostas, e a campanha de pressão máxima vão continuar", disse o presidente, advertindo a Coreia do Norte que evite eventuais "atos irresponsáveis".
E acrescentou que seu secretário de Defesa, James Mattis, lhe informou que as forças americanas estão "prontas" para qualquer eventualidade.
Efetivamente, o Pentágono indicou que estava "pronto para responder" qualquer provocação de Pyongyang.
- Poucas chances de sucesso -O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, declarou à comissão de Relações Exteriores do Senado que a cúpula tinha poucas chances de sucesso.
"Não acho que estejamos em uma posição de acreditar que poderia ter um resultado positivo", disse, acrescentando que os negociadores americanos não receberam da parte norte-coreana "nenhuma resposta às nossas demandas".
Um funcionário de alto escalão da Casa Branca afirmou que a negociação falhou por "uma série de promessas são cumpridas" pela Coreia do Norte.
Segundo essa fonte, a equipe negociadora norte-coreana havia dado amostras de "uma profunda ausência de boa fé". Diante deste quadro, Trump "ditou cada palavra" da carta de cancelamento da reunião.
Trump e Kim haviam acordado se reunir em Singapura para discutir mecanismos para acabar com os programas de armas nucleares da Coreia do Norte.
Nesse processo de aproximação, Pyongyang liberou três cidadãos americanos detidos, enquanto Kim manteve um histórico encontro com Moon Jae-in na zona desmilitarizada que divide a península.
Entretanto, nas últimas duas semanas ficaram evidentes as divergências sobre as expectativas de Washington e Pyongyang sobre os alcances da negociação.
As duas partes também protagonizaram uma escalada retórica. O vice-presidente Mike Pence mencionou em uma entrevista que Kim poderia terminar seus dias como o ex-líder líbio Muammar Kadhafi. Em resposta, a vice-chanceler norte-coreana, Choe Son Hui, chamou Pence de "ignorante e estúpido".
"Infelizmente, com base na tremenda raiva e aberta hostilidade demonstradas em suas declarações mais recentes, sinto que é inapropriado, neste momento, ter este encontro tão longamente planejado", expressou Trump em uma carta a Kim, divulgada pela Casa Branca.
Por este motivo, completa o presidente americano, "pelo bem dos dois países, mas em detrimento de todo mundo, (a reunião) não vai acontecer".
O gesto de Trump representa uma mudança de rumo em meio a um processo de aproximação que deixou a comunidade internacional em suspenso diante da possibilidade real de uma solução negociada para as tensões na península coreana.
- Lamentos generalizados -A notícia do cancelamento da reunião foi divulgada poucas horas depois de a agência de notícias norte-coreana KCNA assegurar que Pyongyang havia desmantelado e demolido de forma "completa" um centro de testes nucleares, algo que o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou, apesar de lamentar a ausência de especialistas internacionais.
Guterres também se disse "profundamente preocupado" com a anulação da reunião e exortou "todas as partes a manter o diálogo para encontrar uma via para a desnuclearização pacífica e verificável na península coreana".
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, afirmou que "lamenta profundamente" a decisão de Trump e que "a desnuclearização da península coreana e a paz permanente é uma tarefa histórica que não pode ser cancelada ou atrasada".
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, comentou que sem uma cúpula a pacificação da península será muito "difícil".
"Contávamos que fosse um passo importante até uma distensão na península coreana e o inícido de uma desnuclearização", disse Putin em entrevista coletiva.
"É pouco provável que possamos alcançar um avanço considerável (...) no processo de desnuclearização" da península, acrescentou.
Uma porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, assinalou sua "decepção" pelo anúncio e apontou a necessidade de uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível da península coreana".
- 'Momento verdadeiramente triste' -De acordo com Trump, o mundo em geral e a Coreia do Norte em particular "perderam uma grande oportunidade" de construir uma paz duradoura. "Esta oportunidade perdida é um momento verdadeiramente triste na história", destacou.
E aproveitou para fazer uma ameaça velada a Kim: "você se refere a suas capacidades nucleares, mas as nossas são tão grandes e potentes que rezo a Deus que nunca tenha que utilizá-las".
Entretanto, mencionou ter sentido que "um magnífico diálogo estava sendo construído entre eu e você, e, em última instância, é só esse diálogo que importo. Espero ansiosamente conhecê-lo algum dia".
Posteriormente, na Casa Branca, adiantou que as sanções e a campanha de "pressão máxima" contra Pyongyang vão ser mantidas.
"As sanções, as mais rígidas já impostas, e a campanha de pressão máxima vão continuar", disse o presidente, advertindo a Coreia do Norte que evite eventuais "atos irresponsáveis".
E acrescentou que seu secretário de Defesa, James Mattis, lhe informou que as forças americanas estão "prontas" para qualquer eventualidade.
Efetivamente, o Pentágono indicou que estava "pronto para responder" qualquer provocação de Pyongyang.
- Poucas chances de sucesso -O secretário americano de Estado, Mike Pompeo, declarou à comissão de Relações Exteriores do Senado que a cúpula tinha poucas chances de sucesso.
"Não acho que estejamos em uma posição de acreditar que poderia ter um resultado positivo", disse, acrescentando que os negociadores americanos não receberam da parte norte-coreana "nenhuma resposta às nossas demandas".
Um funcionário de alto escalão da Casa Branca afirmou que a negociação falhou por "uma série de promessas são cumpridas" pela Coreia do Norte.
Segundo essa fonte, a equipe negociadora norte-coreana havia dado amostras de "uma profunda ausência de boa fé". Diante deste quadro, Trump "ditou cada palavra" da carta de cancelamento da reunião.
Trump e Kim haviam acordado se reunir em Singapura para discutir mecanismos para acabar com os programas de armas nucleares da Coreia do Norte.
Nesse processo de aproximação, Pyongyang liberou três cidadãos americanos detidos, enquanto Kim manteve um histórico encontro com Moon Jae-in na zona desmilitarizada que divide a península.
Entretanto, nas últimas duas semanas ficaram evidentes as divergências sobre as expectativas de Washington e Pyongyang sobre os alcances da negociação.
As duas partes também protagonizaram uma escalada retórica. O vice-presidente Mike Pence mencionou em uma entrevista que Kim poderia terminar seus dias como o ex-líder líbio Muammar Kadhafi. Em resposta, a vice-chanceler norte-coreana, Choe Son Hui, chamou Pence de "ignorante e estúpido".
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