Populistas e presidente em queda de braço na Itália
Roma, 26 Mai 2018 (AFP) - A queda de braço na Itália pelo nome do futuro ministro das Finanças continuava neste sábado (26) entre os populistas, ganhadores das eleições que apoiam um economista eurocético, e o presidente italiano, que ainda se nega a nomeá-lo.
Três dias depois de ter sido nomeado chefe do governo italiano pelo presidente Sergio Mattarella, Giuseppe Conte, de 53 anos, ainda não conseguiu compor o primeiro governo populista em um país fundador da União Europeia.
"Estamos trabalhando nisso", respondeu neste sábado pela manhã, ao ser questionado por jornalistas na saída de sua casa em Roma.
Esse atraso é visto com maus olhos por seus apoios políticos.
"Estou realmente irritado", disse na sexta-feira à noite no Facebook o líder da Liga (extrema direita), Matteo Salvini, que, junto com o Movimento Cinco Estrelas (M5S, antissistema), levou Conte à Presidência do Conselho.
O motivo de sua irritação é a recusa do presidente Mattarella de nomear Paolo Savona, de 81 anos e declarado eurocético, como ministro das Finanças. Na política italiana, o chefe de Estado nomeia o presidente do Conselho e os ministros propostos por este último.
E, de acordo com a imprensa italiana, ele não tem a intenção de mudar de opinião, apesar da ira da Liga, por dois motivos: não isolar a Itália na Europa e proteger a função presidencial.
Pouco convencido da autoridade de Conte frente aos pesos-pesados políticos que formariam sua equipe, Mattarella quer que a Itália respeite seus compromissos europeus.
Salvini, de 45 anos, em plena ascensão política depois das legislativas de 4 de março, não tem a intenção de se render. É um dos líderes com maior força parlamentar junto com Luigi Di Maio, líder do M5S.
Até o ponto - segundo a imprensa italiana - de "fazer tudo explodir" e provocar novas eleições.
"Os jornais e os políticos alemães nos insultam: italianos pedintes, vadios, viciados na evasão fiscal, aproveitadores e ingratos. E teríamos que escolher um ministro da Economia de que eles gostem? Não, obrigado! Os italianos primeiro", tuitou Salvini neste sábado.
- Queda de braço -Nessa queda de braço, que se arrasta desde quinta, o presidente Mattarella se mostra mais discreto. Mas, na quinta-feira, denunciou claramente os "ditames" dos partidos políticos, lembrando de suas prerrogativas constitucionais.
Já o Partido Democrata (PD, centro esquerda), do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, foi mais agressivo.
"Estão dando as costas ao país para defenderem seus miseráveis interesses", escreve neste sábado Maurizio Martina, que lidera o PD desde a saída de Renzi.
Não se espera qualquer reunião neste sábado entre Conte e os líderes da Liga e do M5S, e nada parece indicar que se chegará a uma solução neste fim de semana.
Este bloqueio afetou os mercados na sexta-feira.
A Bolsa de Milão voltou a fechar em queda, com -1,54%. O prêmio de risco alcançou os 217 pontos à tarde, seu nível mais alto desde dezembro de 2013, antes de fechar em 206 pontos, acima da marca dos 200 pontos pela primeira vez desde junho de 2017.
Três dias depois de ter sido nomeado chefe do governo italiano pelo presidente Sergio Mattarella, Giuseppe Conte, de 53 anos, ainda não conseguiu compor o primeiro governo populista em um país fundador da União Europeia.
"Estamos trabalhando nisso", respondeu neste sábado pela manhã, ao ser questionado por jornalistas na saída de sua casa em Roma.
Esse atraso é visto com maus olhos por seus apoios políticos.
"Estou realmente irritado", disse na sexta-feira à noite no Facebook o líder da Liga (extrema direita), Matteo Salvini, que, junto com o Movimento Cinco Estrelas (M5S, antissistema), levou Conte à Presidência do Conselho.
O motivo de sua irritação é a recusa do presidente Mattarella de nomear Paolo Savona, de 81 anos e declarado eurocético, como ministro das Finanças. Na política italiana, o chefe de Estado nomeia o presidente do Conselho e os ministros propostos por este último.
E, de acordo com a imprensa italiana, ele não tem a intenção de mudar de opinião, apesar da ira da Liga, por dois motivos: não isolar a Itália na Europa e proteger a função presidencial.
Pouco convencido da autoridade de Conte frente aos pesos-pesados políticos que formariam sua equipe, Mattarella quer que a Itália respeite seus compromissos europeus.
Salvini, de 45 anos, em plena ascensão política depois das legislativas de 4 de março, não tem a intenção de se render. É um dos líderes com maior força parlamentar junto com Luigi Di Maio, líder do M5S.
Até o ponto - segundo a imprensa italiana - de "fazer tudo explodir" e provocar novas eleições.
"Os jornais e os políticos alemães nos insultam: italianos pedintes, vadios, viciados na evasão fiscal, aproveitadores e ingratos. E teríamos que escolher um ministro da Economia de que eles gostem? Não, obrigado! Os italianos primeiro", tuitou Salvini neste sábado.
- Queda de braço -Nessa queda de braço, que se arrasta desde quinta, o presidente Mattarella se mostra mais discreto. Mas, na quinta-feira, denunciou claramente os "ditames" dos partidos políticos, lembrando de suas prerrogativas constitucionais.
Já o Partido Democrata (PD, centro esquerda), do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, foi mais agressivo.
"Estão dando as costas ao país para defenderem seus miseráveis interesses", escreve neste sábado Maurizio Martina, que lidera o PD desde a saída de Renzi.
Não se espera qualquer reunião neste sábado entre Conte e os líderes da Liga e do M5S, e nada parece indicar que se chegará a uma solução neste fim de semana.
Este bloqueio afetou os mercados na sexta-feira.
A Bolsa de Milão voltou a fechar em queda, com -1,54%. O prêmio de risco alcançou os 217 pontos à tarde, seu nível mais alto desde dezembro de 2013, antes de fechar em 206 pontos, acima da marca dos 200 pontos pela primeira vez desde junho de 2017.
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