Primeiros resultados dão vitória clara ao 'sim' em referendo sobre aborto na Irlanda
Dublin, 26 Mai 2018 (AFP) - O "sim" obtinha um vitória clara nos primeiros resultados oficiais anunciados neste sábado (26), após o histórico referendo na Irlanda sobre a liberalização do aborto.
Os resultados das primeiras quatro das 40 circunscrições do país se declararam 66,36% favoráveis a uma liberalização da legislação sobre o aborto, anunciou o escritório responsável pela apuração central baseado em Dublin.
Hoje, a lei irlandesa é uma das mais restritivas da Europa, junto com Irlanda do Norte e Malta.
O apoio ao "sim" foi de 77% em Dublin central, 69%, em Cork Sul-central, 64%, em Cork-norte-central, e 60%, em Galway Leste.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, considerou, neste sábado, que o inequívoco "sim" no referendo sobre a liberalização do aborto no país é "o desfecho de uma revolução tranquila".
"O que nós vemos hoje é o desfecho de uma revolução tranquila, que transcorreu na Irlanda ao longo dos últimos dez, ou 20 anos", declarou à rede pública RTE.
"O povo disse que queremos uma Constituição moderna para um país moderno, que confiamos e respeitamos as mulheres para tomarem as decisões corretas sobre sua própria saúde", acrescentou.
Depois de confirmados os resultados, o próximo passo será o governo redigir um novo projeto de lei, autorizando o aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação e até as 24 semanas por motivos de saúde.
A contagem de votos começou às 9h locais (5h em Brasília) nos 26 colégios eleitorais da pequena república. Os resultados definitivos serão divulgados à tarde no castelo de Dublin, três anos depois da legalização, também por referendo, do casamento homossexual.
Varadkar prometeu um projeto de lei até o verão (hemisfério norte). O objetivo é conseguir sua aprovação antes do fim do ano no Parlamento. O texto deve ser adotado sem dificuldade na Casa, já que os líderes dos dois principais partidos da oposição, Fianna Fail e Sinn Fein, apoiam a reforma. O governo se reunirá na terça-feira.
- Fim da 'era da escuridão'Uma pesquisa realizado pela Behaviour & Attitudes para a rede pública RTE com 3.800 eleitores aponta que 69,4% teriam votado no "sim", e 30,6%, no "não".
Outra enquete, realizada pelo instituto Ipsos/MRBI para o jornal "Irish Times" com 4.000 eleitores, mostrava que o "sim" ganharia com 68%, e o "não" teria 32%.
A mudança na legislação conta com o apoio de 87% entre os eleitores na faixa de 18-24 anos, e de 83%, na de 25-34 anos. Já o grupo acima de 65 anos se posicionou contra em sua maioria (60%). O "sim" lidera tanto entre as mulheres (70%) quanto entre os homens (65%).
A fratura entre os centros urbanos (71% favorável ao aborto, com 77% em Dublin) e as zonas rurais (60%), tradicionalmente mais conservadoras, é menos acentuada do que se esperava.
"Saímos da era da escuridão. Não somos mais um país dividido, como a Igreja queria nos fazer crer", comemorou Catherine Claffey, uma florista de 53 anos de Dublin.
"O voto pelo 'sim' aponta um imenso desejo de mudança que ninguém esperava", escreveu o "Irish Times".
Quase 3,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas depois de uma dura campanha. A participação foi de 63%.
Os resultados das primeiras quatro das 40 circunscrições do país se declararam 66,36% favoráveis a uma liberalização da legislação sobre o aborto, anunciou o escritório responsável pela apuração central baseado em Dublin.
Hoje, a lei irlandesa é uma das mais restritivas da Europa, junto com Irlanda do Norte e Malta.
O apoio ao "sim" foi de 77% em Dublin central, 69%, em Cork Sul-central, 64%, em Cork-norte-central, e 60%, em Galway Leste.
O primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, considerou, neste sábado, que o inequívoco "sim" no referendo sobre a liberalização do aborto no país é "o desfecho de uma revolução tranquila".
"O que nós vemos hoje é o desfecho de uma revolução tranquila, que transcorreu na Irlanda ao longo dos últimos dez, ou 20 anos", declarou à rede pública RTE.
"O povo disse que queremos uma Constituição moderna para um país moderno, que confiamos e respeitamos as mulheres para tomarem as decisões corretas sobre sua própria saúde", acrescentou.
Depois de confirmados os resultados, o próximo passo será o governo redigir um novo projeto de lei, autorizando o aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação e até as 24 semanas por motivos de saúde.
A contagem de votos começou às 9h locais (5h em Brasília) nos 26 colégios eleitorais da pequena república. Os resultados definitivos serão divulgados à tarde no castelo de Dublin, três anos depois da legalização, também por referendo, do casamento homossexual.
Varadkar prometeu um projeto de lei até o verão (hemisfério norte). O objetivo é conseguir sua aprovação antes do fim do ano no Parlamento. O texto deve ser adotado sem dificuldade na Casa, já que os líderes dos dois principais partidos da oposição, Fianna Fail e Sinn Fein, apoiam a reforma. O governo se reunirá na terça-feira.
- Fim da 'era da escuridão'Uma pesquisa realizado pela Behaviour & Attitudes para a rede pública RTE com 3.800 eleitores aponta que 69,4% teriam votado no "sim", e 30,6%, no "não".
Outra enquete, realizada pelo instituto Ipsos/MRBI para o jornal "Irish Times" com 4.000 eleitores, mostrava que o "sim" ganharia com 68%, e o "não" teria 32%.
A mudança na legislação conta com o apoio de 87% entre os eleitores na faixa de 18-24 anos, e de 83%, na de 25-34 anos. Já o grupo acima de 65 anos se posicionou contra em sua maioria (60%). O "sim" lidera tanto entre as mulheres (70%) quanto entre os homens (65%).
A fratura entre os centros urbanos (71% favorável ao aborto, com 77% em Dublin) e as zonas rurais (60%), tradicionalmente mais conservadoras, é menos acentuada do que se esperava.
"Saímos da era da escuridão. Não somos mais um país dividido, como a Igreja queria nos fazer crer", comemorou Catherine Claffey, uma florista de 53 anos de Dublin.
"O voto pelo 'sim' aponta um imenso desejo de mudança que ninguém esperava", escreveu o "Irish Times".
Quase 3,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas depois de uma dura campanha. A participação foi de 63%.
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