Governo britânico propõe zona de livre comércio com UE após o Brexit
Londres, 7 Jul 2018 (AFP) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, apresentou nesta sexta-feira (6) sua perspectiva sobre o futuro da relação que ela deseja ter com a União Europeia, com uma zona de livre comércio com a UE e um novo modelo alfandegário, assegurando que seus ministros, muito divididos sobre o Brexit, tinham alcançado uma "posição comum".
Esta proposta era aguardada há tempos pelos europeus, cansados das dúvidas do governo britânico sobre o conteúdo que quer nas negociações sobre a separação da UE, prevista para ocorrer em menos de nove meses.
O plano britânico, que confirma o fim da livre circulação de pessoas, foi apresentado em forma de comunicado após a maratônica reunião do Executivo em Chequers, residência de campo dos primeiros ministros britânicos, 70 km a noroeste de Londres.
"Nossa proposta busca criar uma zona de livre comércio entre o Reino Unido e a UE com uma série de regras comuns para os bens industriais e os produtos agrícolas", declarou em um comunicado a dirigente conservadora, destacando que o setor de serviços seria objeto de "regras diferentes".
"Também chegamos a um acordo sobre um novo modelo favorável às empresas, com a liberdade de chegar a novos acordos comerciais com o mundo inteiro", acrescentou a primeira-ministra.
Segundo o Executivo britânico, estas propostas evitarão o retorno a uma fronteira física entre Irlanda e Irlanda do Norte.
Este assunto era o principal ponto de bloqueio das negociações em curso e uma grande preocupação para os moradores da ilha.
Neste projeto, a Grã-Bretanha destaca a necessidade de "intensificar" o trabalho de preparação para enfrentar os cenários possíveis, em particular uma eventual saída da UE sem acordo com Bruxelas, o que as empresas temem.
Theresa May, que publicará na próxima semana um livro branco onde se detalham os objetivos, indica que a proposta surge de uma "posição comum" dos membros do governo, cujas divisões internas preocupavam e faziam temer pelo desenlace da reunião de Chequers.
Assim que foi publicado, o projeto de May despertou vivas reações de parte dos eurocéticos. "Agora vemos o verdadeiro rosto de Theresa May. Trata-se de um [plano] ruim para o Reino Unido", declarou em um comunicado John Longworth, copresidente do movimento pró-Brexit Leave Means Leave (Sair significa sair).
- 'Etapa por etapa' -Falta conhecer agora a reação da União Europeia, que espera que as negociações agora sim avancem.
"Quanto antes tivermos uma proposta britânica precisa sobre a fronteira irlandesa, mais possibilidades teremos de terminar as negociações do Brexit este ano", declarou nesta semana o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Na sexta-feira, Michel Barnier, negociador-chefe da UE, afirmou "estar disposto a adaptar sua oferta" e afirmou que esperava que o livro branco permita resolver "o debate político interno no Reino Unido e as negociações conosco".
Diante de um risco de bloqueio, o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, mencionou na quinta-feira a possibilidade de prolongar as negociações. Nesta sexta-feira, no entanto, destacou que isto exigiria um acordo unânime dos 27 membros da UE.
Junto dele, o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou: "queremos nos ater ao calendário estabelecido. Operaremos etapa por etapa".
A proposta britânica também será estudada de perto pelas empresas, que não dissimularam seu mal-estar esta semana. A paciência está "no limite", afirmou Adam Marshall, diretor-geral das Câmaras Britânicas de Comércio.
Tom Enders, presidente-executivo do construtor europeu de aviões Airbus, se mostrou pessimista após as negociações. "Seja duro, frouxo, leve ou limpo, [o Brexit] causará danos à indústria aeronáutica e a outros, e causará danos ao Reino Unido", destacou.
AIRBUS GROUP
TATA MOTORS
SIEMENS
BAYERISCHE MOTOREN WERKE AG
Esta proposta era aguardada há tempos pelos europeus, cansados das dúvidas do governo britânico sobre o conteúdo que quer nas negociações sobre a separação da UE, prevista para ocorrer em menos de nove meses.
O plano britânico, que confirma o fim da livre circulação de pessoas, foi apresentado em forma de comunicado após a maratônica reunião do Executivo em Chequers, residência de campo dos primeiros ministros britânicos, 70 km a noroeste de Londres.
"Nossa proposta busca criar uma zona de livre comércio entre o Reino Unido e a UE com uma série de regras comuns para os bens industriais e os produtos agrícolas", declarou em um comunicado a dirigente conservadora, destacando que o setor de serviços seria objeto de "regras diferentes".
"Também chegamos a um acordo sobre um novo modelo favorável às empresas, com a liberdade de chegar a novos acordos comerciais com o mundo inteiro", acrescentou a primeira-ministra.
Segundo o Executivo britânico, estas propostas evitarão o retorno a uma fronteira física entre Irlanda e Irlanda do Norte.
Este assunto era o principal ponto de bloqueio das negociações em curso e uma grande preocupação para os moradores da ilha.
Neste projeto, a Grã-Bretanha destaca a necessidade de "intensificar" o trabalho de preparação para enfrentar os cenários possíveis, em particular uma eventual saída da UE sem acordo com Bruxelas, o que as empresas temem.
Theresa May, que publicará na próxima semana um livro branco onde se detalham os objetivos, indica que a proposta surge de uma "posição comum" dos membros do governo, cujas divisões internas preocupavam e faziam temer pelo desenlace da reunião de Chequers.
Assim que foi publicado, o projeto de May despertou vivas reações de parte dos eurocéticos. "Agora vemos o verdadeiro rosto de Theresa May. Trata-se de um [plano] ruim para o Reino Unido", declarou em um comunicado John Longworth, copresidente do movimento pró-Brexit Leave Means Leave (Sair significa sair).
- 'Etapa por etapa' -Falta conhecer agora a reação da União Europeia, que espera que as negociações agora sim avancem.
"Quanto antes tivermos uma proposta britânica precisa sobre a fronteira irlandesa, mais possibilidades teremos de terminar as negociações do Brexit este ano", declarou nesta semana o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Na sexta-feira, Michel Barnier, negociador-chefe da UE, afirmou "estar disposto a adaptar sua oferta" e afirmou que esperava que o livro branco permita resolver "o debate político interno no Reino Unido e as negociações conosco".
Diante de um risco de bloqueio, o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, mencionou na quinta-feira a possibilidade de prolongar as negociações. Nesta sexta-feira, no entanto, destacou que isto exigiria um acordo unânime dos 27 membros da UE.
Junto dele, o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou: "queremos nos ater ao calendário estabelecido. Operaremos etapa por etapa".
A proposta britânica também será estudada de perto pelas empresas, que não dissimularam seu mal-estar esta semana. A paciência está "no limite", afirmou Adam Marshall, diretor-geral das Câmaras Britânicas de Comércio.
Tom Enders, presidente-executivo do construtor europeu de aviões Airbus, se mostrou pessimista após as negociações. "Seja duro, frouxo, leve ou limpo, [o Brexit] causará danos à indústria aeronáutica e a outros, e causará danos ao Reino Unido", destacou.
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