Em relatório preliminar, Opaq diz que 'gás nervoso' não foi usado em ataque à cidade síria
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) informou nesta sexta-feira (6) que não encontrou provas sobre o uso de gás nervoso em um ataque contra a cidade síria de Duma no dia 7 de abril, mas encontraram rastros de produtos com cloro.
"Os resultados mostram que nenhum composto neurotóxico organofosforado, ou seus resíduos, foram detectados", indica a organização em um relatório preliminar.
"Além de resíduos explosivos, foram encontrados diferentes componentes com cloro", segue o relatório. "A equipe continua seu trabalho para estabelecer o significado desses resultados."
Médicos e socorristas afirmaram que das cerca de 40 pessoas que morreram no ataque, muitas estavam em um lugar cujo teto foi atingido por um cilindro.
A equipe de investigadores continua trabalhando para estabelecer "o local onde caiu o cilindro, e de onde (ele) veio", e disse que para isso será necessário uma "análise completa" dos especialistas.
A missão de investigação a Duma foi decidida após uma consternação internacional provocada pelas imagens de adultos e crianças sofrendo após o que foi apresentado como um ataque com armas tóxicas.
Estados Unidos, França e Reino Unido bombardearam em 14 de abril três locais que, segundo eles, serviam ao programa de armamento químico do regime de Bashar Al Assad, acusado por eles de ser responsável pelo suposto ataque com gases tóxicos de 7 de abril em Duma, que naquele momento era o último bastião rebelde perto de Damasco.
Depois de ter tido o acesso negado por semanas, uma equipe de inspetores da Opaq recolheu mais de 100 amostras de sete locais em Duma, ao norte dos subúrbios de Damasco, várias semanas depois.
A casa onde o cilindro caiu, assim como um apartamento onde outro cilindro foi encontrado sobre uma cama, e o hospital onde foram atendidos, são alguns dos locais mais visitados. Cerca de 34 pessoas foram entrevistadas.
Os investigadores indicaram que os fatos ocorreram em Al-Hamadaniyah em 30 de outubro de 2016 e na área de Karm al-Tarrab em 13 de novembro de 2016.
Houve acusações de que os habitantes foram vítimas expostas ao gás sarin, mas essas afirmações foram descartadas nesta sexta-feira pelo relatório provisório.
O que aconteceu em Duma dividiu profundamente a comunidade internacional.
A Rússia esteve firme ao lado de seu aliado sírio ao insistir que o ataque foi organizado pelo serviço de resgate voluntário dos Capacetes Brancos.
As potências ocidentais, contudo, criticaram duramente o regime sírio.
Em resposta, Estados Unidos, França e Reino Unido uniram forças para bombardear instalações militarias sírias pela primeira vez em sete anos de guerra.
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