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Barco palestino sai de Gaza para denunciar bloqueio israelense

10/07/2018 13h06

Gaza, Territórios palestinos, 10 Jul 2018 (AFP) - Um barco palestino entrou no mar nesta terça-feira no porto de pescadores de Gaza com destino a um porto do Chipre para denunciar o bloqueio imposto por Israel há mais de uma década ao enclave palestino, constatou um jornalista da AFP.

Centenas de moradores de Gaza foram ao porto para saudar a partida da embarcação que transporta nove passageiros, incluindo quatro palestinos feridos por soldados israelenses e estudantes.

Esses passageiros "com necessidades específicas são impedidos de viajar, receber cuidados e concluir seus estudos", disse Raed Abu Dayr, coordenador do comitê de um movimento chamado "Grande Marcha do Retorno".

"Eles partiram para defender seus direitos e mostrar que estamos determinados a romper o bloqueio", acrescentou, afirmando que tentarão de novo caso sua tentativa for frustrada.

Uma flotilha deixou um porto de Gaza no final de maio, mas teve que dar meia volta depois que o Exército israelense apreendeu um barco antes que este tivesse ultrapasso o limite de nove milhas náuticas (cerca de 16 km) estabelecido por Israel.

"Estou partindo para receber cuidados no exterior", disse um dos passageiros, Mahmud Abu Ataya, de 25 anos, que fou recentemente ferido no leste de Gaza.

"Tentei sair pelos pontos de passagem, mas me expulsaram de Rafah (para o Egito) e também de Erez", disse, acrescentando que o tratamento que necessita não está disponível no enclave.

Desde 30 de março, os moradores de Gaza protestam na fronteira que separa o enclave palestino de Israel para denunciar o bloqueio e exigir o retorno dos refugiados palestinos que deixaram suas terras em 1948, após a criação do Estado de Israel.

Pelo menos 139 palestinos foram mortos a tiros pelo exército israelense e mais de 4.000 foram feridos por balas desde então.

Israel justifica sua resposta às manifestações pela necessidade de defender suas fronteiras.

Na segunda-feira, Israel anunciou o fechamento dos únicos pontos de passagem entre seu território e a Faixa de Gaza em retaliação ao lançamento de artefatos incendiárias a partir do enclave palestino.