Nord Stream 2, o projeto de gasoduto alvo das críticas de Trump
Bruxelas, 11 Jul 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, criticou novamente nesta quarta-feira o projeto Nord Stream 2, um gasoduto que poderia duplicar a capacidade de distribuição de gás russo na Europa através do mar Báltico.
Os Estados Unidos, importante produtor de gás natural, investiu recentemente em uma ofensiva comercial em busca de novas receita para o setor, com o apoio de Trump.
Quais são os desafios deste controverso projeto, defendido pela Alemanha, mas que divide os europeus?
- Evitar a Ucrânia -O gasoduto Nord Stream 2, cujas operações estão previstas para o começo de 2020, tem uma capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos ao ano, o que permitirá duplicar as capacidades da atual Nord Stream.
O trajeto das duas seria o mesmo: da costa báltica da Rússia até a Alemanha. Os dois países, a Suécia e a Finlândia já deram sua autorização para o projeto - que atravessas suas águas -, mas ainda falta a Dinamarca.
A rota pelo mar Báltico permite evitar que a distribuição do hidrocarboneto russo passe pelos dutos que atravessam a Ucrânia, país com o qual Moscou tem relações tensas e do qual retirou, em 2014, a península da Crimeia.
No primeiro trimestre de 2018, o Nord Stream tornou-se a principal entrada de gás russo na União Europeia (UE), com 36% frente aos 34% que transitaram através da Ucrânia, segundo dados da Comissão Europeia.
- Responder à demanda europeia -Para justificar a duplicação do gasoduto, os dirigentes do Nord Stream 2 defendem que, nos próximos 20 anos, a UE vai precisar aumentar suas importações em 120 bilhões de metros cúbicos para atender à demanda.
Embora analistas não estejam de acordo sobre o nível da futura demanda europeia, está claro que as importações deverão aumentar já que a produção doméstica recua, de acordo com Thierry Bros, do Oxford Institute.
A alta das importações futuras virá "do gás russo e do gás natural liquefeito (GNL)", especialmente quando é difícil aumentar as procedentes da Noruega e do norte da África, segundo especialista.
"O consumidor sairá sempre ganhando quando uma única empresa não tiver uma cota de mercado grande demais", explica.
Na Rússia, a Gazprom ostenta o monopólio das exportações de gás por via terrestre.
As importações de gás da UE vêm principalmente da Rússia (41%), seguida da Noruega (35%), do norte de África (12%) e das importações de GNL (12%).
O Catar é o principal distribuidor deste último na UE. No primeiro trimestre, a cota de mercado do GNL americano caiu a 1% do total, contra 6% do mesmo período em 2017.
- Europeus divididos -A Comissão Europeia, braço executivo da UE, mantém a prudência. Sem poder se opor, quer garantir que cumpre as regras do mercado europeu da energia, especialmente em matéria de concorrência.
A Polônia e os países do leste já expressaram sua oposição ao projeto. A Alemanha é sua principal defensora, o que lhe colocou mais uma vez na mira do presidente americano no começo da cúpula da Otan, em Bruxelas.
"Os Estados Unidos sempre se opuseram a este projeto, apontando para uma contradição fundamental da política alemã", aponta o analista Marco Giuli, do European Policy Centre (EPC).
A Alemanha "é um sócio comprometido da Otan a favor do regime de sanções" contra a Rússia, contudo, "não reconhece as dimensões políticas do Nord Stream 2", explica ele.
Os Estados Unidos, importante produtor de gás natural, investiu recentemente em uma ofensiva comercial em busca de novas receita para o setor, com o apoio de Trump.
Quais são os desafios deste controverso projeto, defendido pela Alemanha, mas que divide os europeus?
- Evitar a Ucrânia -O gasoduto Nord Stream 2, cujas operações estão previstas para o começo de 2020, tem uma capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos ao ano, o que permitirá duplicar as capacidades da atual Nord Stream.
O trajeto das duas seria o mesmo: da costa báltica da Rússia até a Alemanha. Os dois países, a Suécia e a Finlândia já deram sua autorização para o projeto - que atravessas suas águas -, mas ainda falta a Dinamarca.
A rota pelo mar Báltico permite evitar que a distribuição do hidrocarboneto russo passe pelos dutos que atravessam a Ucrânia, país com o qual Moscou tem relações tensas e do qual retirou, em 2014, a península da Crimeia.
No primeiro trimestre de 2018, o Nord Stream tornou-se a principal entrada de gás russo na União Europeia (UE), com 36% frente aos 34% que transitaram através da Ucrânia, segundo dados da Comissão Europeia.
- Responder à demanda europeia -Para justificar a duplicação do gasoduto, os dirigentes do Nord Stream 2 defendem que, nos próximos 20 anos, a UE vai precisar aumentar suas importações em 120 bilhões de metros cúbicos para atender à demanda.
Embora analistas não estejam de acordo sobre o nível da futura demanda europeia, está claro que as importações deverão aumentar já que a produção doméstica recua, de acordo com Thierry Bros, do Oxford Institute.
A alta das importações futuras virá "do gás russo e do gás natural liquefeito (GNL)", especialmente quando é difícil aumentar as procedentes da Noruega e do norte da África, segundo especialista.
"O consumidor sairá sempre ganhando quando uma única empresa não tiver uma cota de mercado grande demais", explica.
Na Rússia, a Gazprom ostenta o monopólio das exportações de gás por via terrestre.
As importações de gás da UE vêm principalmente da Rússia (41%), seguida da Noruega (35%), do norte de África (12%) e das importações de GNL (12%).
O Catar é o principal distribuidor deste último na UE. No primeiro trimestre, a cota de mercado do GNL americano caiu a 1% do total, contra 6% do mesmo período em 2017.
- Europeus divididos -A Comissão Europeia, braço executivo da UE, mantém a prudência. Sem poder se opor, quer garantir que cumpre as regras do mercado europeu da energia, especialmente em matéria de concorrência.
A Polônia e os países do leste já expressaram sua oposição ao projeto. A Alemanha é sua principal defensora, o que lhe colocou mais uma vez na mira do presidente americano no começo da cúpula da Otan, em Bruxelas.
"Os Estados Unidos sempre se opuseram a este projeto, apontando para uma contradição fundamental da política alemã", aponta o analista Marco Giuli, do European Policy Centre (EPC).
A Alemanha "é um sócio comprometido da Otan a favor do regime de sanções" contra a Rússia, contudo, "não reconhece as dimensões políticas do Nord Stream 2", explica ele.
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