Trump descarrega contra Alemanha na cúpula da Otan
Bruxelas, 11 Jul 2018 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta quarta-feira (11) a Alemanha, maior economia da zona do euro, ao afirmar que, na sua opinião, é "prisioneira" da Rússia por sua dependência do gás russo.
"A Alemanha está prisioneira da Rússia, porque recebe muito de sua energia", declarou Trump em uma reunião bilateral com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, poucas horas antes do encontro dos 29 líderes da Aliança do Atlântico Norte, que promete momentos de tensão.
Trump, que após a cúpula da Otan se reunirá com o presidente russo Vladimir Putin em Helsinque, fez referência ao compromisso do governo alemão no gasoduto Nord Stream II.
"Isto não é normal", disse.
"Eles pagam bilhões de dólares à Rússia e temos que defendê-los contra a Rússia", afirmou o presidente americano, que reiterou as críticas ao gasto militar alemão, que considera insuficiente.
O presidente da maior potência militar mundial voltou a atacar a Alemanha, "um país rico", que também critica por seu excedente comercial e ameaça, como à UE, impor maiores tarifas a seus veículos.
As declarações foram dadas antes de uma reunião da Otan, na qual o gasto militar nacional dos aliados será o principal tema, com Trump exigindo que os sócios cumpram a meta de 2% do PIB estabelecida em 2014.
Pouco depois de sua chegada à reunião, a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu o direito de seu país de tomar suas próprias decisões, referindo-se ao que ela mesma vivenciou no passado, quando "uma parte da Alemanha era controlada pela URSS".
- Os 'contribuintes' dos EUA -Donald Trump reforça, assim, suas críticas à primeira economia europeia, em sua mira por seu excedente comercial, por não dedicar o suficiente a seu gasto militar nacional, o principal ponto de divergência entre os Estados Unidos e seus 28 aliados na cúpula.
Com orçamento militar que alcança 3,5% do PIB e cujas contribuições diretas ao orçamento da Otan representam 22% do total, o governo dos Estados Unidos criticou no passado os cortes na área de defesa decididos por seus aliados em plena crise econômica.
Em Gales, em 2014, os membros da Aliança se comprometeram a aproximar seu gasto militar de 2% do PIB nacional para 2024, mas, junto com Washington, apenas sete países europeus devem cumprir essa meta em 2018. A Alemanha deve registrar 1,24%.
"Os Estados Unidos estão pagando muito", "não é justo para os contribuintes dos Estados Unidos", "alguns países não pagam o que deveriam", disse Trump na reunião com Stoltenberg, antes de afirmar que "algo deveria ser feito".
Mais tarde, em meio à reunião, Trump garantiu que mantém "relações muito boas" com Merkel.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, cujo país destina este ano 1,23% de seu PIB à defesa, considerou que "anunciar dinheiro não é tão importante quanto demonstrar resultados" e destacou, na linha de outros países, a participação do Canadá nas missões da Otan - entre elas a do Iraque.
Os membros da Otan pretendem manifestar seu "compromisso inquebrantável" com as metas de gasto acordadas em Gales e apontar que apresentarão "planos nacionais críveis" sobre sua implementação, algo que pode agradar a Washington, segundo declaração vista pela AFP.
- A sombra de Putin -O envolvimento de Trump na defesa coletiva dos aliados, princípio fundador da Otan, não está em xeque, e o presidente "voltará a se comprometer" com ela, disse a embaixadora dos EUA na Otan, Kay Bailey Hutchinson, na terça-feira.
Apesar de não ser um membro da organização criada em 1949 para contrabalançar a influência da União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, a sombra do presidente russo - a principal ameaça da Otan - vai pairar sobre a reunião.
Na véspera, a União Europeia pediu a Trump, por meio do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que "valorize" seus aliados e lembre, em sua cúpula com Putin, "quem é seu inimigo estratégico" e "quem é seu problema estratégico".
A anexação em 2014 da península ucraniana da Crimeia por parte da Rússia significou um momento-chave para a Otan e para os europeus. A Aliança adotou a meta de 2%, um compromisso cumprido especialmente pelos vizinhos bálticos da Rússia.
Diante do "ameaçador" vizinho do leste, os 29 líderes da Otan devem apoiar na cúpula seu plano "30-30-30-30". Nele, até 2020, a Otan espera conseguir mobilizar, em 30 dias, 30 batalhões, 30 esquadrões aéreos e 30 navios de guerra.
"A Alemanha está prisioneira da Rússia, porque recebe muito de sua energia", declarou Trump em uma reunião bilateral com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, poucas horas antes do encontro dos 29 líderes da Aliança do Atlântico Norte, que promete momentos de tensão.
Trump, que após a cúpula da Otan se reunirá com o presidente russo Vladimir Putin em Helsinque, fez referência ao compromisso do governo alemão no gasoduto Nord Stream II.
"Isto não é normal", disse.
"Eles pagam bilhões de dólares à Rússia e temos que defendê-los contra a Rússia", afirmou o presidente americano, que reiterou as críticas ao gasto militar alemão, que considera insuficiente.
O presidente da maior potência militar mundial voltou a atacar a Alemanha, "um país rico", que também critica por seu excedente comercial e ameaça, como à UE, impor maiores tarifas a seus veículos.
As declarações foram dadas antes de uma reunião da Otan, na qual o gasto militar nacional dos aliados será o principal tema, com Trump exigindo que os sócios cumpram a meta de 2% do PIB estabelecida em 2014.
Pouco depois de sua chegada à reunião, a chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu o direito de seu país de tomar suas próprias decisões, referindo-se ao que ela mesma vivenciou no passado, quando "uma parte da Alemanha era controlada pela URSS".
- Os 'contribuintes' dos EUA -Donald Trump reforça, assim, suas críticas à primeira economia europeia, em sua mira por seu excedente comercial, por não dedicar o suficiente a seu gasto militar nacional, o principal ponto de divergência entre os Estados Unidos e seus 28 aliados na cúpula.
Com orçamento militar que alcança 3,5% do PIB e cujas contribuições diretas ao orçamento da Otan representam 22% do total, o governo dos Estados Unidos criticou no passado os cortes na área de defesa decididos por seus aliados em plena crise econômica.
Em Gales, em 2014, os membros da Aliança se comprometeram a aproximar seu gasto militar de 2% do PIB nacional para 2024, mas, junto com Washington, apenas sete países europeus devem cumprir essa meta em 2018. A Alemanha deve registrar 1,24%.
"Os Estados Unidos estão pagando muito", "não é justo para os contribuintes dos Estados Unidos", "alguns países não pagam o que deveriam", disse Trump na reunião com Stoltenberg, antes de afirmar que "algo deveria ser feito".
Mais tarde, em meio à reunião, Trump garantiu que mantém "relações muito boas" com Merkel.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, cujo país destina este ano 1,23% de seu PIB à defesa, considerou que "anunciar dinheiro não é tão importante quanto demonstrar resultados" e destacou, na linha de outros países, a participação do Canadá nas missões da Otan - entre elas a do Iraque.
Os membros da Otan pretendem manifestar seu "compromisso inquebrantável" com as metas de gasto acordadas em Gales e apontar que apresentarão "planos nacionais críveis" sobre sua implementação, algo que pode agradar a Washington, segundo declaração vista pela AFP.
- A sombra de Putin -O envolvimento de Trump na defesa coletiva dos aliados, princípio fundador da Otan, não está em xeque, e o presidente "voltará a se comprometer" com ela, disse a embaixadora dos EUA na Otan, Kay Bailey Hutchinson, na terça-feira.
Apesar de não ser um membro da organização criada em 1949 para contrabalançar a influência da União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, a sombra do presidente russo - a principal ameaça da Otan - vai pairar sobre a reunião.
Na véspera, a União Europeia pediu a Trump, por meio do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que "valorize" seus aliados e lembre, em sua cúpula com Putin, "quem é seu inimigo estratégico" e "quem é seu problema estratégico".
A anexação em 2014 da península ucraniana da Crimeia por parte da Rússia significou um momento-chave para a Otan e para os europeus. A Aliança adotou a meta de 2%, um compromisso cumprido especialmente pelos vizinhos bálticos da Rússia.
Diante do "ameaçador" vizinho do leste, os 29 líderes da Otan devem apoiar na cúpula seu plano "30-30-30-30". Nele, até 2020, a Otan espera conseguir mobilizar, em 30 dias, 30 batalhões, 30 esquadrões aéreos e 30 navios de guerra.
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