O desafio ambiental do hajj para a Arábia Saudita
Mina, Arábia Saudita, 23 Ago 2018 (AFP) - Milhares de funcionários da limpeza estão ocupados separando garrafas plásticas do resto do lixo: a Arábia Saudita enfrenta um verdadeiro desafio ambiental após a passagem de mais de dois milhões de peregrinos na região de Meca.
O acampamento Mamuniya é pontilhado com lixeiras de cores diferentes - preto para resíduos orgânicos e azul para latas e garrafas ou sacolas plásticas - como parte de uma iniciativa para reduzir os danos ambientais do hajj, uma das maiores reuniões religiosas do mundo.
De acordo com Mohammed al-Saati, chefe de saneamento no município de Meca, mais de 42.000 toneladas de lixo são produzidas durante a peregrinação muçulmana anual.
"Nós enfrentamos desafios reais, principalmente o volume de lixo produzido, o número de peregrinos, o espaço limitado em torno dos lugares sagrados, as diferentes nacionalidades e o clima", explicou Saati à AFP.
"O Islã, como religião, não estimula o excesso", disse ele. "Os peregrinos podem ser amigos do meio ambiente. Isso começa com uma conscientização em seu país".
O hajj, que começou no domingo e termina na sexta-feira no oeste da Arábia Saudita, atraiu quase 2,4 milhões de muçulmanos em todo o mundo este ano, segundo dados oficiais.
Mais de 13.000 agentes e supervisores foram empregados para serviços de limpeza durante o período de peregrinação, em que os termômetros chegaram a marcar 44ºC.
- "Hajj verde" -Durante a semana, ruas e becos se encheram de lixo de todos os tipos após a passagem dos fiéis.
Um punhado de acampamentos de peregrinos na cidade de Mina, local onde acontece o ritual simbólico do apedrejamento de Satanás, começou a implementar projetos para tornar o "hajj verde", reduzir o número de resíduos e incentivar os peregrinos a serem responsáveis e autodisciplinados.
As autoridades pretendem reduzir em dois terços o volume de resíduos até 2030, indicou Saati, com um plano que leva em conta tanto a ética ambiental quanto as crenças religiosas.
Os resíduos coletados e triados nos locais de peregrinação serão vendidos para empresas de reciclagem.
Todos os rendimentos serão doados a organizações de caridade de acordo com a crença muçulmana da "sadaqa" (caridade voluntária).
À medida que o hajj chega ao fim, os funcionários da limpeza, vestidos com coletes verde-claro, atravessam as vielas, pegando latas de refrigerante e garrafas de plástico enquanto os peregrinos fazem as malas para voltar para casa.
Placas encorajam os peregrinos a separar o lixo foram espalhadas no acampamento Mamuniya, bem como cartazes pedindo "sadaqa, sem lixo".
"A ideia de um acampamento que respeita o meio ambiente é muito importante para nós para preservar a santidade do local", declarou Hatem Moumena, diretor-geral do acampamento Mamuniya, que recebe peregrinos sauditas ou aqueles que vivem no reino.
Mas ele ressaltou que ainda há muito a ser feito, enquanto a Arábia Saudita espera receber em 2030 cerca de 30 milhões de peregrinos por ano. "Este é apenas o começo", disse ele à AFP.
sy-ny/ras/feb/mr
O acampamento Mamuniya é pontilhado com lixeiras de cores diferentes - preto para resíduos orgânicos e azul para latas e garrafas ou sacolas plásticas - como parte de uma iniciativa para reduzir os danos ambientais do hajj, uma das maiores reuniões religiosas do mundo.
De acordo com Mohammed al-Saati, chefe de saneamento no município de Meca, mais de 42.000 toneladas de lixo são produzidas durante a peregrinação muçulmana anual.
"Nós enfrentamos desafios reais, principalmente o volume de lixo produzido, o número de peregrinos, o espaço limitado em torno dos lugares sagrados, as diferentes nacionalidades e o clima", explicou Saati à AFP.
"O Islã, como religião, não estimula o excesso", disse ele. "Os peregrinos podem ser amigos do meio ambiente. Isso começa com uma conscientização em seu país".
O hajj, que começou no domingo e termina na sexta-feira no oeste da Arábia Saudita, atraiu quase 2,4 milhões de muçulmanos em todo o mundo este ano, segundo dados oficiais.
Mais de 13.000 agentes e supervisores foram empregados para serviços de limpeza durante o período de peregrinação, em que os termômetros chegaram a marcar 44ºC.
- "Hajj verde" -Durante a semana, ruas e becos se encheram de lixo de todos os tipos após a passagem dos fiéis.
Um punhado de acampamentos de peregrinos na cidade de Mina, local onde acontece o ritual simbólico do apedrejamento de Satanás, começou a implementar projetos para tornar o "hajj verde", reduzir o número de resíduos e incentivar os peregrinos a serem responsáveis e autodisciplinados.
As autoridades pretendem reduzir em dois terços o volume de resíduos até 2030, indicou Saati, com um plano que leva em conta tanto a ética ambiental quanto as crenças religiosas.
Os resíduos coletados e triados nos locais de peregrinação serão vendidos para empresas de reciclagem.
Todos os rendimentos serão doados a organizações de caridade de acordo com a crença muçulmana da "sadaqa" (caridade voluntária).
À medida que o hajj chega ao fim, os funcionários da limpeza, vestidos com coletes verde-claro, atravessam as vielas, pegando latas de refrigerante e garrafas de plástico enquanto os peregrinos fazem as malas para voltar para casa.
Placas encorajam os peregrinos a separar o lixo foram espalhadas no acampamento Mamuniya, bem como cartazes pedindo "sadaqa, sem lixo".
"A ideia de um acampamento que respeita o meio ambiente é muito importante para nós para preservar a santidade do local", declarou Hatem Moumena, diretor-geral do acampamento Mamuniya, que recebe peregrinos sauditas ou aqueles que vivem no reino.
Mas ele ressaltou que ainda há muito a ser feito, enquanto a Arábia Saudita espera receber em 2030 cerca de 30 milhões de peregrinos por ano. "Este é apenas o começo", disse ele à AFP.
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