Emmerson Mnangagwa toma posse como presidente do Zimbábue
Harare, 26 Ago 2018 (AFP) - O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, tomou posse neste domingo (26) conclamando seus compatriotas a virar a página das eleições, consideradas fraudulentas pela oposição.
O novo líder do país aproveitou seu discurso de posse para anunciar uma investigação sobre a repressão mortal, a seus olhos "inaceitável", da manifestação pós-eleitoral de 1º de agosto, que fez 6 mortos.
"Este é um novo Zimbábue, a aurora de uma Segunda República do Zimbábue", declarou Mnangagwa a milhares de partidários e vários chefes de Estado africanos reunidos em um estádio na capital Harare.
Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, assumiu o governo em novembro passado após a renúncia de Robert Mugabe, desencadeada pelo Exército e por seu partido, o Zanu-PF, depois de um reinado autoritário de trinta e sete anos.
Candidato do Zanu-PF, o ex-vice-presidente foi proclamado vencedor da eleição presidencial de 30 de julho com 50,8% dos votos contra 44,3% para o seu rival do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa.
Denunciando fraudes, o MDC contestou o resultado eleitoral perante o Tribunal Constitucional.
Mas a mais alta corte do país finalmente validou a votação, justificando que a oposição não havia provado as irregularidades denunciadas.
Em seu primeiro discurso como presidente eleito, o homem que foi apelidado de "Crocodilo" por seu caráter duro e intransigente, pediu a unidade do país.
"Somos todos zimbabuanos, o que nos une é mais forte do que qualquer coisa que possa nos separar", disse ele. "Agora que as eleições ficaram para trás, devemos nos concentrar nos desafios econômicos de nossa nação", insistiu.
O Zimbábue atravessa uma crise econômica e financeira catastrófica, com uma taxa de desemprego estimada em mais de 90% da população.
"Vamos lançar medidas para atrair investimentos nacionais e estrangeiros (...), a criação de empregos estará no centro dos nossos esforços", disse ele à multidão.
A oposição já se opôs aos apelos de união. "Eu me considero legitimamente o líder do Zimbábue (...) nós ganhamos uma maioria clara", declarou no sábado à imprensa Nelson Chamisa, que deliberadamente evitou a cerimônia de posse.
"O caminho jurídico não é o único caminho para a liberdade. A Constituição nos dá o direito de nos manifestar pacificamente", disse ele.
A campanha eleitoral pareceu mais aberta do que nas eleições anteriores, sistematicamente contaminada pela violência do regime contra seus oponentes.
Mas as alegadas fraudes denunciadas pela oposição e, acima de tudo, a sangrenta repressão pelo Exército da manifestação de 1º de agosto reviveram o espectro do passado.
Dezenas de partidários da oposição também foram presos nos últimos dias, segundo o MDC.
Mnangagwa lamentou neste domingo a repressão de 1º de agosto. "O incidente violento isolado e infeliz foi lamentável e totalmente inaceitável", disse ele, anunciando "a nomeação de uma comissão de inquérito".
bur-pa/sd/mr
O novo líder do país aproveitou seu discurso de posse para anunciar uma investigação sobre a repressão mortal, a seus olhos "inaceitável", da manifestação pós-eleitoral de 1º de agosto, que fez 6 mortos.
"Este é um novo Zimbábue, a aurora de uma Segunda República do Zimbábue", declarou Mnangagwa a milhares de partidários e vários chefes de Estado africanos reunidos em um estádio na capital Harare.
Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, assumiu o governo em novembro passado após a renúncia de Robert Mugabe, desencadeada pelo Exército e por seu partido, o Zanu-PF, depois de um reinado autoritário de trinta e sete anos.
Candidato do Zanu-PF, o ex-vice-presidente foi proclamado vencedor da eleição presidencial de 30 de julho com 50,8% dos votos contra 44,3% para o seu rival do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa.
Denunciando fraudes, o MDC contestou o resultado eleitoral perante o Tribunal Constitucional.
Mas a mais alta corte do país finalmente validou a votação, justificando que a oposição não havia provado as irregularidades denunciadas.
Em seu primeiro discurso como presidente eleito, o homem que foi apelidado de "Crocodilo" por seu caráter duro e intransigente, pediu a unidade do país.
"Somos todos zimbabuanos, o que nos une é mais forte do que qualquer coisa que possa nos separar", disse ele. "Agora que as eleições ficaram para trás, devemos nos concentrar nos desafios econômicos de nossa nação", insistiu.
O Zimbábue atravessa uma crise econômica e financeira catastrófica, com uma taxa de desemprego estimada em mais de 90% da população.
"Vamos lançar medidas para atrair investimentos nacionais e estrangeiros (...), a criação de empregos estará no centro dos nossos esforços", disse ele à multidão.
A oposição já se opôs aos apelos de união. "Eu me considero legitimamente o líder do Zimbábue (...) nós ganhamos uma maioria clara", declarou no sábado à imprensa Nelson Chamisa, que deliberadamente evitou a cerimônia de posse.
"O caminho jurídico não é o único caminho para a liberdade. A Constituição nos dá o direito de nos manifestar pacificamente", disse ele.
A campanha eleitoral pareceu mais aberta do que nas eleições anteriores, sistematicamente contaminada pela violência do regime contra seus oponentes.
Mas as alegadas fraudes denunciadas pela oposição e, acima de tudo, a sangrenta repressão pelo Exército da manifestação de 1º de agosto reviveram o espectro do passado.
Dezenas de partidários da oposição também foram presos nos últimos dias, segundo o MDC.
Mnangagwa lamentou neste domingo a repressão de 1º de agosto. "O incidente violento isolado e infeliz foi lamentável e totalmente inaceitável", disse ele, anunciando "a nomeação de uma comissão de inquérito".
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