Em protesto contra omissão da polícia, vítima de estupro ateia fogo no próprio corpo na Índia
Uma indiana vítima de estupro morreu no hospital depois de colocar fogo no próprio corpo em protesto contra a falta de ação da polícia.
O superintendente da polícia, S. Channappa, admitiu à AFP que houve um "lapso" da polícia e que uma investigação estava em andamento para ver se a família da mulher tinha sido pressionada a não fazer uma queixa sobre o crime.
A vítima de 28 anos, que não pode ser identificada por motivos legais, morreu na quinta-feira em um hospital em Shahjahanpur, no estado de Uttar Pradesh, 24 horas depois de sofrer queimaduras graves quando se incendiou dentro de sua casa.
"Nós prendemos o acusado hoje e também suspendemos os policiais envolvidos até novas ordens", disse Channappa à AFP.
A mulher e seu marido foram à polícia em 23 de agosto para apresentar uma queixa de estupro. O marido alega que a polícia se recusou a registrar o caso.
"Temos uma carta assinada pela vítima e sua família de que eles chegaram a um acordo com o acusado", explicou Channappa.
Autoridades estão investigando se a vítima foi coagida por oficiais. "Uma queixa deveria ter sido registrada imediatamente. Isso é um lapso de nossa parte", disse Channappa.
A violência sexual é constante na Índia, com quase 40.000 casos de estupro registrados em 2016.
Ativistas dizem que essa é apenas a ponta do iceberg.
A Índia tem sido o foco de atenção internacional desde que o estupro coletivo e o assassinato de uma estudante em um ônibus de Nova Délhi provocou protestos em todo o país em 2012.
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