Mulheres brasileiras vão as ruas para dizer não a Bolsonaro
Rio de Janeiro, 29 Set 2018 (AFP) - Aos gritos de #EleNão, mulheres de todo o Brasil ocuparão as ruas neste sábado para manifestar sua rejeição ao candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas para o primeiro turno das eleições presidenciais de 7 de outubro.
O movimento, convocado através das redes sociais, planeja passeatas em 80 cidades, do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Também ocorrerão mobilizações em uma dezena de países, incluindo Argentina, Austrália, Canadá, Espanha, França, Portugal e Estados Unidos.
A ofensiva feminina foi proposta no início do mês com a criação do grupo no Facebook, "Mulheres contra Bolsonaro", que convoca todas as mulheres, sem distinção de partido político, "contra o avanço e o fortalecimento do machismo, da misoginia, do racismo, da homofobia e de outros tipos de discriminação".
As hastags #EleNão e #EleNunca logo se tornaram virais nas redes e em poucas semanas reuniram quase quatro milhões de adesões.
"Mulheres do Brasil, mulheres de fora do Brasil, todas as mulheres, é hora de união. Vamos nos unir agora para lutar ou vamos nos juntar para chorar" depois?! - escreveu esta semana Ludimilla Teixeira, uma das administradoras do grupo. "Não podemos permitir que o fascismo avance no Brasil. Esta candidatura é nefasta".
"É um candidato extremamente fascista, racista e homofóbico", disse a atriz e cantora Letícia Sabatella. "Subestima as mulheres, subestima os homossexuais, subestima os negros", completa a atriz Caroline Abras. "Quero que você mulher pense muito bem se deseja este retrocesso na sua vida", afirmou a compositora Marília Mendonça.
Nas últimas horas, o movimento teve a adesão da cantora Madonna, que divulgou no Instagram uma foto do movimento brasileiro e o hashtag #endfascism.
- Mobilização feminina sem precedentes -Na história recente do Brasil "não há registro de uma mobilização tão ampla e tão permeável relacionada às mulheres", disse à AFP Ligia Fabris Campos, professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para João Feres Junior, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), "o movimento das mulheres é muito interessante porque ao mesmo tempo que tem uma efetividade eleitoral, também traz para frente do processo político a questão de gênero, uma coisa que nunca ocorreu no Brasil".
"Agora são as mulheres mesmo que reagem como mulheres a um candidato, e não para defender uma candidata mulher, mas como cidadãs contra um projeto político excludente que quer colocá-las para baixo, acho bem legal isso".
Outro grupo de mulheres - "pró-Bolsonaro" - convocou por seu lado uma manifestação no Rio de Janeiro a favor do candidato, que se recupera de facada recebida durante um comício em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro.
As pesquisas colocam Bolsonaro no segundo turno das eleições, em 28 de outubro, com o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad.
Mas o alto índice de rejeição de Bolsonaro entre as mulheres pode deter o seu caminho à presidência.
O movimento, convocado através das redes sociais, planeja passeatas em 80 cidades, do Rio Grande do Sul ao Ceará, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Também ocorrerão mobilizações em uma dezena de países, incluindo Argentina, Austrália, Canadá, Espanha, França, Portugal e Estados Unidos.
A ofensiva feminina foi proposta no início do mês com a criação do grupo no Facebook, "Mulheres contra Bolsonaro", que convoca todas as mulheres, sem distinção de partido político, "contra o avanço e o fortalecimento do machismo, da misoginia, do racismo, da homofobia e de outros tipos de discriminação".
As hastags #EleNão e #EleNunca logo se tornaram virais nas redes e em poucas semanas reuniram quase quatro milhões de adesões.
"Mulheres do Brasil, mulheres de fora do Brasil, todas as mulheres, é hora de união. Vamos nos unir agora para lutar ou vamos nos juntar para chorar" depois?! - escreveu esta semana Ludimilla Teixeira, uma das administradoras do grupo. "Não podemos permitir que o fascismo avance no Brasil. Esta candidatura é nefasta".
"É um candidato extremamente fascista, racista e homofóbico", disse a atriz e cantora Letícia Sabatella. "Subestima as mulheres, subestima os homossexuais, subestima os negros", completa a atriz Caroline Abras. "Quero que você mulher pense muito bem se deseja este retrocesso na sua vida", afirmou a compositora Marília Mendonça.
Nas últimas horas, o movimento teve a adesão da cantora Madonna, que divulgou no Instagram uma foto do movimento brasileiro e o hashtag #endfascism.
- Mobilização feminina sem precedentes -Na história recente do Brasil "não há registro de uma mobilização tão ampla e tão permeável relacionada às mulheres", disse à AFP Ligia Fabris Campos, professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para João Feres Junior, professor de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), "o movimento das mulheres é muito interessante porque ao mesmo tempo que tem uma efetividade eleitoral, também traz para frente do processo político a questão de gênero, uma coisa que nunca ocorreu no Brasil".
"Agora são as mulheres mesmo que reagem como mulheres a um candidato, e não para defender uma candidata mulher, mas como cidadãs contra um projeto político excludente que quer colocá-las para baixo, acho bem legal isso".
Outro grupo de mulheres - "pró-Bolsonaro" - convocou por seu lado uma manifestação no Rio de Janeiro a favor do candidato, que se recupera de facada recebida durante um comício em Juiz de Fora, no dia 6 de setembro.
As pesquisas colocam Bolsonaro no segundo turno das eleições, em 28 de outubro, com o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad.
Mas o alto índice de rejeição de Bolsonaro entre as mulheres pode deter o seu caminho à presidência.
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