Bolsonaro e Haddad: dois programas opostos para o Brasil
Rio de Janeiro, 20 Out 2018 (AFP) - O candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) e seu adversário da esquerda, Fernando Haddad (PT), que vão disputar o segundo turno para a Presidência da República, em 28 de outubro, têm propostas diametralmente opostas para o país.
- Candidatos, partidos, lemas -- JAIR BOLSONARO, 63 anos - ex-deputado federal, capitão do Exército na reserva - Lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"
- FERNANDO HADDAD, 55 anos - Ex-ministro da Educação (2005-2013) - Ex-prefeito de São Paulo (2013-2016) - Partido dos Trabalhadores (PT) - Lema: "O povo feliz de novo".
Haddad foi nomeado candidato do PT pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
- Economia: austeridade e privatizações -BOLSONARO
. "Reduzir a dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões" e venda de propriedades da União.
. Criar um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização; os brasileiros poderão "optar entre o sistema novo e o antigo".
. "Melhorar a carga tributária brasileira fazendo com que os que pagam muito paguem menos e os que sonegam e burlam, paguem mais".
HADDAD
. Revogar o congelamento do gasto público e a flexibilização da legislação trabalhista, aprovadas pelo governo de Michel Temer.
. "Interromper as privatizações" e voltar a impor a participação da Petrobras em projetos petroleiros nas águas profundas do pré-sal.
. Equilibrar as contas do sistema da previdência "a partir do retorno do emprego" e de medidas como o combate à sonegação fiscal.
- Segurança: mais armas ou mais controle? -BOLSONARO
. Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas. "As armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser usadas para matar ou salvar vidas. Isso depende de quem as maneja".
. "Reduzir a maioridade penal para 16 anos".
. "Os policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude".
. "Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas".
HADDAD
. "A política de controle de armas e munições deve ser aprimorada, reforçando o rastreamento" do armamento.
. "O Brasil tem que examinar as experiências internacionais (...) de descriminalização e regulação do comércio" de entorpecentes.
- Corrupção: a polícia sob suspeita -BOLSONARO: "Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal".
HADDAD: Garantir "cada vez maior transparência e prevenção à corrupção (...) No entanto, a pauta do combate à corrupção não pode servir à criminalização da política".
- Diplomacia: diga-me com quem andas... -BOLSONARO:
. "Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália".
. O programa de Bolsonaro não menciona o Mercosul em nenhum momento. Propõe, ao contrário, dar "ênfase nas relações e acordos bilaterais".
HADDAD:
. "O Brasil deve retomar e aprofundar a política externa de integração latino-americana e a cooperação sul-sul (especialmente com a África), de modo a apoiar, ao mesmo tempo, o multilateralismo, a busca de soluções pelo diálogo e o repúdio à intervenção e a soluções de força".
- Educação: "sexualização precoce" ou "perspectiva inclusiva"BOLSONARO:
. "Conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português, SEM DOUTRINAÇÃO E SEXUALIZAÇÃO PRECOCE".
HADDAD:
. "Fundado no princípio constitucional da laicidade do Estado, promoveremos a saúde integral da mulher para o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação e demais políticas públicas".
AbortoBOLSONARO:
. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
HADDAD:
. O programa do PT tampouco faz referência ao aborto. Em 11 de outubro, após visitar a sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Haddad destacou sua concordância com temas que a Igreja Católica considera essenciais, como a preservação da vida.
LGBTIBOLSONARO:
. Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.
. Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista recente a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: "Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".
HADDAD:
. O programa de Haddad tem um capítulo intitulado "Promover a cidadania LGBT+", que propõe a "criminalização da LGBTIfobia" e promete criar iniciativas de inserção educativa e trabalhista "a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade".
- Meio ambienteBOLSONARO:
. O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa "reunir em um só ministério" todas as áreas do governo responsáveis pela "política econômica e agrícola", de "recursos naturais e meio ambiente rural", assim como de "segurança alimentar", pesca, "desenvolvimento rural sustentável" e "inovação tecnológica". As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento.
HADDAD:
. O programa de Haddad se propõe a chegar a uma "taxa zero de desmatamento até 2022, sem reduzir a produção agropecuária "graças a um uso mais eficiente" das terras de cultivo e do pasto.
. Também se propõe a iniciar uma transição para "uma economia justa e de baixo carbono, contribuindo decisivamente para conter aquecimento global".
- Candidatos, partidos, lemas -- JAIR BOLSONARO, 63 anos - ex-deputado federal, capitão do Exército na reserva - Lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"
- FERNANDO HADDAD, 55 anos - Ex-ministro da Educação (2005-2013) - Ex-prefeito de São Paulo (2013-2016) - Partido dos Trabalhadores (PT) - Lema: "O povo feliz de novo".
Haddad foi nomeado candidato do PT pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
- Economia: austeridade e privatizações -BOLSONARO
. "Reduzir a dívida pública em 20% mediante privatizações, concessões" e venda de propriedades da União.
. Criar um sistema paralelo de aposentadoria por capitalização; os brasileiros poderão "optar entre o sistema novo e o antigo".
. "Melhorar a carga tributária brasileira fazendo com que os que pagam muito paguem menos e os que sonegam e burlam, paguem mais".
HADDAD
. Revogar o congelamento do gasto público e a flexibilização da legislação trabalhista, aprovadas pelo governo de Michel Temer.
. "Interromper as privatizações" e voltar a impor a participação da Petrobras em projetos petroleiros nas águas profundas do pré-sal.
. Equilibrar as contas do sistema da previdência "a partir do retorno do emprego" e de medidas como o combate à sonegação fiscal.
- Segurança: mais armas ou mais controle? -BOLSONARO
. Flexibilizar a legislação sobre o porte de armas. "As armas são instrumentos, objetos inertes, que podem ser usadas para matar ou salvar vidas. Isso depende de quem as maneja".
. "Reduzir a maioridade penal para 16 anos".
. "Os policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude".
. "Tipificar como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas".
HADDAD
. "A política de controle de armas e munições deve ser aprimorada, reforçando o rastreamento" do armamento.
. "O Brasil tem que examinar as experiências internacionais (...) de descriminalização e regulação do comércio" de entorpecentes.
- Corrupção: a polícia sob suspeita -BOLSONARO: "Propomos um governo decente, diferente de tudo aquilo que nos jogou em uma crise ética, moral e fiscal".
HADDAD: Garantir "cada vez maior transparência e prevenção à corrupção (...) No entanto, a pauta do combate à corrupção não pode servir à criminalização da política".
- Diplomacia: diga-me com quem andas... -BOLSONARO:
. "Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como EUA, Israel e Itália".
. O programa de Bolsonaro não menciona o Mercosul em nenhum momento. Propõe, ao contrário, dar "ênfase nas relações e acordos bilaterais".
HADDAD:
. "O Brasil deve retomar e aprofundar a política externa de integração latino-americana e a cooperação sul-sul (especialmente com a África), de modo a apoiar, ao mesmo tempo, o multilateralismo, a busca de soluções pelo diálogo e o repúdio à intervenção e a soluções de força".
- Educação: "sexualização precoce" ou "perspectiva inclusiva"BOLSONARO:
. "Conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. Mais matemática, ciências e português, SEM DOUTRINAÇÃO E SEXUALIZAÇÃO PRECOCE".
HADDAD:
. "Fundado no princípio constitucional da laicidade do Estado, promoveremos a saúde integral da mulher para o pleno exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação e demais políticas públicas".
AbortoBOLSONARO:
. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
. O programa de Bolsonaro não menciona o aborto, que, no país, é autorizado em caso de risco para a vida da mãe ou de fetos com anencefalia. O candidato prometeu vetar qualquer tentativa de flexibilização desta lei.
HADDAD:
. O programa do PT tampouco faz referência ao aborto. Em 11 de outubro, após visitar a sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Haddad destacou sua concordância com temas que a Igreja Católica considera essenciais, como a preservação da vida.
LGBTIBOLSONARO:
. Não há nenhuma menção no programa de Bolsonaro aos direitos dos LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, e Intersexuais). Várias de suas declarações foram abertamente homofóbicas.
. Na campanha tentou se mostrar mais amigável. Em uma entrevista recente a uma rádio de Pernambuco, disse respeitar as opções de adultos e declarou: "Os homossexuais serão felizes se eu for presidente".
HADDAD:
. O programa de Haddad tem um capítulo intitulado "Promover a cidadania LGBT+", que propõe a "criminalização da LGBTIfobia" e promete criar iniciativas de inserção educativa e trabalhista "a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade".
- Meio ambienteBOLSONARO:
. O candidato do PSL, que conseguiu apoio da bancada do agronegócio no Congresso, propõe em seu programa "reunir em um só ministério" todas as áreas do governo responsáveis pela "política econômica e agrícola", de "recursos naturais e meio ambiente rural", assim como de "segurança alimentar", pesca, "desenvolvimento rural sustentável" e "inovação tecnológica". As palavras desmatamento, Amazônia e aquecimento global estão ausentes do documento.
HADDAD:
. O programa de Haddad se propõe a chegar a uma "taxa zero de desmatamento até 2022, sem reduzir a produção agropecuária "graças a um uso mais eficiente" das terras de cultivo e do pasto.
. Também se propõe a iniciar uma transição para "uma economia justa e de baixo carbono, contribuindo decisivamente para conter aquecimento global".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.