Ex-ditador peruano volta ao banco dos réus por morte de camponeses
A Justiça peruana citou o ex-presidente Alberto Fujimori para comparecer em 23 de novembro em um julgamento pelo massacre de seis camponeses executado por militares durante o seu governo (1990-2000), segundo uma ordem judicial.
Fujimori, de 80 anos e hospitalizado desde 3 de outubro, quando a Justiça anulou o seu indulto e ordenou que retornasse à prisão, é obrigado por lei a comparecer à audiência.
Na "Sala Penal Nacional foi fixado para 23 de novembro a audiência de controle de acusação fiscal do caso Pativilca, causa na qual o ex-presidente da República Alberto Fujimori é processado", diz a ordem judicial, publicada no jornal El Comercio nesta sexta-feira (26).
A Procuradoria deverá detalhar na audiência se continuará acusando Fujimori por homicídio qualificado, o que a defesa pediu para que fosse retificado.
Os procuradores acusam Fujimori de ser o autor mediato do massacre, tipificação que envolve a cadeia de comando de uma organização. A lei peruana estabelece que o presidente é "o chefe supremo das Forças Armadas".
O ex-presidente é processado com outras 23 pessoas pelos crimes supostamente executados por um esquadrão da morte do Exército em 1992, no âmbito da luta contra as guerrilhas.
O ato foi executado em Pativilca, um povoado agrícola da costa situado a 200 quilômetros ao norte de Lima.
Independentemente deste julgamento, Fujimori deve voltar à prisão para completar uma condenação de 25 anos como autor mediato por outros dois massacres.
Após 12 anos na prisão, o ex-presidente foi indultado na véspera do Natal de 2017 pelo então chefe de Estado Pedro Pablo Kuczynski.
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