México deporta 98 migrantes centro-americanos por tentar entrar nos EUA
Tijuana, México, 26 Nov 2018 (AFP) - O governo do México deportou 98 migrantes centro-americanos que foram detidos após a fracassada tentativa de cerca de 500 deles de cruzar a fronteira até os Estados Unidos.
Eles foram repelidos pelos agentes americanos com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
"São 98 as pessoas colocadas à disposição do Instituto Nacional de Migração (INM) e que foram deportadas", disse à emissora Televisa Gerardo García, comissário da dependência.
A Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos informou nesta segunda-feira (26) que prendeu 42 centro-americanos que conseguiram pular a cerca de metal e uma segunda, com arame farpado, que divide Tijuana da americana San Diego.
García assegurou que "há instigadores" na caravana migrante - que chegou a Tijuana há uma semana, após sair de Honduras - para promover tentativas de cruzar ilegalmente a fronteira.
"Aproveitam o anonimato da massa (...) e, por isso, não foram detidos", explicou, se referindo a uma dezena de supostos instigadores.
Após a fracassada tentativa, no abrigo onde estão amontoados cerca de 5.000 migrantes da caravana, pode-se perceber uma sensação de derrota, fazendo que muitos optem por retornar para os seus países ou se resignem a ficar no México.
"Respiramos gás, as crianças estão traumatizadas e as mulheres, arrasadas. Não sei mais se fico aqui e peço trabalho, se volto para Honduras, se continuo tentando atravessar...", disse à AFP Darwin Rivera, hondurenho de 36 anos que viaja com sua esposa e três filhos pequenos.
"Agora veem que é difícil atravessar, veem como uma opção mais viável retornar ou se integrar ao México", afirmou à AFP Juan de Dios Chavarín, intermediário da Organização Internacional para as Migrações da ONU em Tijuana.
Edgar Corzo, da Comissão Nacional de Direitos Humanos, e que percorreu o abrigo, assegurou que desde domingo "mais de 20 pessoas manifestaram o interesse em voltar".
Ele detalhou que no percurso desta caravana, que chegou a somar 7.000 centro-americanos, 1.700 pediram a repatriação voluntária. Uma lista de espera para que os migrantes possam pedir refúgio nos Estados Unidos, e que inclui outros de diferentes nacionalidades que chegaram a Tijuana, já soma mais de 5.000 nomes.
Isto antecipa uma espera de meses, pois em um bom dia as autoridades americanas recebem entre 60 e 90 solicitantes de refúgio.
"Aprenderam a lição. Já viram que não poderam entrar facilmente nos Estados Unidos. Hoje acordaram menos rebeldes", disse à AFP, sob anonimato, um agente do BETA, grupo do INM de auxílio a migrantes.
O abrigo amanheceu cercado de um forte dispositivo policial. Alguns migrantes incomodados pularam as grades do local quando policiais federais os impediram momentaneamente de sair.
- Momento violento -No domingo, Tijuana foi palco do momento mais importante vivido por esta caravana, que percorreu mais de 4.000 quilômetros até o noroeste mexicano.
Quando mil centro-americanos faziam uma manifestação na ponte fronteiriça de El Chaparral, exigindo que os Estados Unidos lhes permitisse pedir refúgio, metade do grupo se separou e foi em direção à fronteira.
Homens e mulheres, muitas com crianças pequenas, se confundiam entre os empurrões, gritos e choros, enquanto tentavam escalar ou atravessar por espaços a primeira barreira.
Retrocederam diante dos sobrevoos de helicópteros americanos, do gás lacrimogêneo e das balas de borracha lançadas do norte fizeram os migrantes recuarem.
Após o incidente, essa parte da fronteira foi fechada por algumas horas pelos Estados Unidos.
O governo de Honduras condenou o uso de balas de borracha contra os migrantes e pediu "que respeitem os direitos humanos".
Em contrapartida, o incômodo dos moradores locais se acentuou, por considerarem que a caravana alterou suas vidas, que se desenvolve dos dois lados da fronteira.
"Aborreceram no domingo todos os que trabalham decentemente aqui na fronteira", disse à AFP Jesús Tirado, motorista de transporte.
"Vamos usar a tolerância zero porque a polícia está em desvantagem", declarou à AFP, sob anonimato, um comando da polícia local.
No domingo à noite, o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, que assumirá o poder no sábado que vem, se reuniu com seus principais colaboradores após saber do incidente na fronteira.
Do outro lado está o presidente americano, Donald Trump, que advertiu que quem cruzasse ilegalmente não teria direito a pedir refúgio.
Trump também pressiona para que o México abrigue os migrantes enquanto os Estados Unidos analisam suas solicitações de refúgio.
Nesta segunda-feira, Trump voltou a fazer críticas no Twitter: "O México deveria enviar os migrantes agitadores de bandeiras, muitos dos quais são criminosos frios, de volta aos seus países (...) mas NÃO entrarão nos EUA. Fecharemos a fronteira permanentemente se for necessário".
Eles foram repelidos pelos agentes americanos com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
"São 98 as pessoas colocadas à disposição do Instituto Nacional de Migração (INM) e que foram deportadas", disse à emissora Televisa Gerardo García, comissário da dependência.
A Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos informou nesta segunda-feira (26) que prendeu 42 centro-americanos que conseguiram pular a cerca de metal e uma segunda, com arame farpado, que divide Tijuana da americana San Diego.
García assegurou que "há instigadores" na caravana migrante - que chegou a Tijuana há uma semana, após sair de Honduras - para promover tentativas de cruzar ilegalmente a fronteira.
"Aproveitam o anonimato da massa (...) e, por isso, não foram detidos", explicou, se referindo a uma dezena de supostos instigadores.
Após a fracassada tentativa, no abrigo onde estão amontoados cerca de 5.000 migrantes da caravana, pode-se perceber uma sensação de derrota, fazendo que muitos optem por retornar para os seus países ou se resignem a ficar no México.
"Respiramos gás, as crianças estão traumatizadas e as mulheres, arrasadas. Não sei mais se fico aqui e peço trabalho, se volto para Honduras, se continuo tentando atravessar...", disse à AFP Darwin Rivera, hondurenho de 36 anos que viaja com sua esposa e três filhos pequenos.
"Agora veem que é difícil atravessar, veem como uma opção mais viável retornar ou se integrar ao México", afirmou à AFP Juan de Dios Chavarín, intermediário da Organização Internacional para as Migrações da ONU em Tijuana.
Edgar Corzo, da Comissão Nacional de Direitos Humanos, e que percorreu o abrigo, assegurou que desde domingo "mais de 20 pessoas manifestaram o interesse em voltar".
Ele detalhou que no percurso desta caravana, que chegou a somar 7.000 centro-americanos, 1.700 pediram a repatriação voluntária. Uma lista de espera para que os migrantes possam pedir refúgio nos Estados Unidos, e que inclui outros de diferentes nacionalidades que chegaram a Tijuana, já soma mais de 5.000 nomes.
Isto antecipa uma espera de meses, pois em um bom dia as autoridades americanas recebem entre 60 e 90 solicitantes de refúgio.
"Aprenderam a lição. Já viram que não poderam entrar facilmente nos Estados Unidos. Hoje acordaram menos rebeldes", disse à AFP, sob anonimato, um agente do BETA, grupo do INM de auxílio a migrantes.
O abrigo amanheceu cercado de um forte dispositivo policial. Alguns migrantes incomodados pularam as grades do local quando policiais federais os impediram momentaneamente de sair.
- Momento violento -No domingo, Tijuana foi palco do momento mais importante vivido por esta caravana, que percorreu mais de 4.000 quilômetros até o noroeste mexicano.
Quando mil centro-americanos faziam uma manifestação na ponte fronteiriça de El Chaparral, exigindo que os Estados Unidos lhes permitisse pedir refúgio, metade do grupo se separou e foi em direção à fronteira.
Homens e mulheres, muitas com crianças pequenas, se confundiam entre os empurrões, gritos e choros, enquanto tentavam escalar ou atravessar por espaços a primeira barreira.
Retrocederam diante dos sobrevoos de helicópteros americanos, do gás lacrimogêneo e das balas de borracha lançadas do norte fizeram os migrantes recuarem.
Após o incidente, essa parte da fronteira foi fechada por algumas horas pelos Estados Unidos.
O governo de Honduras condenou o uso de balas de borracha contra os migrantes e pediu "que respeitem os direitos humanos".
Em contrapartida, o incômodo dos moradores locais se acentuou, por considerarem que a caravana alterou suas vidas, que se desenvolve dos dois lados da fronteira.
"Aborreceram no domingo todos os que trabalham decentemente aqui na fronteira", disse à AFP Jesús Tirado, motorista de transporte.
"Vamos usar a tolerância zero porque a polícia está em desvantagem", declarou à AFP, sob anonimato, um comando da polícia local.
No domingo à noite, o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, que assumirá o poder no sábado que vem, se reuniu com seus principais colaboradores após saber do incidente na fronteira.
Do outro lado está o presidente americano, Donald Trump, que advertiu que quem cruzasse ilegalmente não teria direito a pedir refúgio.
Trump também pressiona para que o México abrigue os migrantes enquanto os Estados Unidos analisam suas solicitações de refúgio.
Nesta segunda-feira, Trump voltou a fazer críticas no Twitter: "O México deveria enviar os migrantes agitadores de bandeiras, muitos dos quais são criminosos frios, de volta aos seus países (...) mas NÃO entrarão nos EUA. Fecharemos a fronteira permanentemente se for necessário".
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