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Tiroteio deixa quatro mortos e doze feridos em mercado de Estrasburgo

11/12/2018 22h50

Estrasburgo, França, 12 dez 2018 (AFP) - O ataque de um homem armado contra um mercado de Natal em Estrasburgo, no nordeste da França, deixou "quatro mortos e doze feridos nesta terça-feira, incluindo três ou quatro em estado grave", informou o prefeito da cidade, Roland Ries.



Um boletim precedente da polícia comunicava dois mortos e doze feridos.



O agressor foi ferido por uma patrulha de soldados da operação 'Sentinelle' antes de fugir da região do mercado, revelou um oficial da polícia, que não descarta uma ação terrorista.



Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas, um soldado ficou levemente ferido na troca de tiros.



Após o ataque ao mercado, um segundo tiroteio foi registrado no bairro onde estaria o autor dos disparos.



A seção antiterrorista da Promotoria de Paris anunciou que ficará a cargo da investigação, após a polícia informar que não descarta uma ação do terror.



A Promotoria já abriu uma investigação por "assassinatos, tentativas de assassinatos relacionadas a grupo terrorista e associação criminosa para atos terroristas".



O autor dos disparos foi identificado e já estava fichado na categoria "S" ("Segurança do Estado), segundo a polícia.



Natural de Estrasburgo, 29 anos, o agressor deveria ter sido detido na manhã desta terça-feira por uma tentativa de homicídio, revelou à AFP uma fonte ligada ao caso.



É um indivíduo conhecido por crimes comuns, informou o ministro do Interior, Christophe Castaner.



O tradicional mercado de Natal de Estrasburgo, alvo de ameaças de atentado no passado, está sempre sob fortes medidas de segurança.



"Tiroteio no centro de Estrasburgo. Pedimos que permaneçam em suas casas, à espera de que a situação se esclareça", tuitou Alain Fontanel, vice-prefeito da cidade, logo após o incidente.



A polícia pediu às "pessoas que moram nos bairros de Neudorf e Parque de l'Etoile que não saíssem de casa".



Castaner informou no Twitter que monitora a situação a partir da célula de crise montada no ministério do Interior. "Nossos serviços de segurança e de emergência estão mobilizados. Não espalhem boatos e sigam os conselhos das autoridades".



O presidente francês, Emmanuel Macron, foi por volta da meia-noite à célula de crise no ministério do Interior.



"Um ato grave da segurança pública em curso em Estrasburgo. Pedimos aos habitantes que permaneçam em suas casas", destacou o ministério do Interior no Twitter.



O centro histórico de Estrasburgo foi totalmente cercado pelas forças de segurança, que pediam aos pedestres para evitar a região, constatou a AFP.



Militares armados, policiais e veículos de emergência ocuparam a região do mercado.



Testemunhas disseram à AFP que ocorreram vários disparos por volta das 20H00 (17H00 Brasília), provocando pânico entre a multidão.



"Escutamos vários tiros, ao menos três, e várias pessoas correram. Uma delas caiu, mas não sei se tropeçou ou foi atingida (pelos disparos). O pessoal do bar gritou: 'fecha, fecha e o bar fechou", contou uma testemunha à AFP.



O Parlamento Europeu, instalado em Estrasburgo, que realizava uma sessão no momento do ataque, foi cercado pela polícia, constatou a AFP.



A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou no Twitter estar "consternada e triste pelo terrível ataque de Estrasburgo". "Meus pensamentos estão com todos os afetados e com o povo francês".



"Lamentamos as pessoas mortas e pensamos nos feridos", reagiu no Twitter o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, também "chocado" com o ataque.



A França se encontra em alto nível de alerta terrorista desde a série de atentados jihadistas que deixou 246 mortos a partir de 2015.



A última vítima de ataque terrorista no país foi esfaqueada por Khamzat Azimov - um jovem de 20 anos morto pela polícia - no bairro turístico da Ópera, em Paris, no dia 12 de maio de 2018.